A Casa Tradicional Japonesa



0s japoneses tiram os sapatos ao entrar em suas casas a nas alheias. Normalmente se usa chinelo (suripas) nas áreas sem tatame. Esta regra deve ser observada também pelos estrangeiros.

Na foto acima, observamos os elementos típicos de um quarto japonês tradicional: esteira de tatame cobrindo o chão, biombo recoberto de papel opaco (fusuma) escondendo o local des¬tinado a guardar os objetos, a um biombo de papel translúcido (shoji). À esquerda, no final, está o tokonoma, uma alcova decorativa. Pinturas japonesas, caligrafias, arranjos de flores, cerâmicas a outros adornos colocados no tokonoma mudam conforme a estação.

Arranjos Florais na Janela

A decoração das casas tradicionais japonesas é minimalista. Acima, o revestimento translúcido do biombo de papel (shoji) a um arranjo floral refletidos numa mesinha central.

Festival de Hokkaido

A Ilha de Hokkaido, localizada no extremo norte do Japão, apresenta temperaturas que no inverno podem chegar a 20 graus abaixo de zero. É a região do Japão em que mais cai neve no período de dezembro a fevereiro.
Um festival que acontece em Sapporo, Hokkaido, no início de fevereiro, apresenta um concurso de esculturas de neve a de gelo. Festivais semelhantes são realizados também no norte do Japão.

Jardim Japonês em Belo Horizonte

Jardim Japonês em Belo Horizonte Locais Interessantes Ligados ao Japão no Brasil: Jardim Japonês em Belo Horizonte 0 Jardim Japonês de Belo Horizonte, na Fundação Zoo-Botânica, situa-se em uma área de 5.000 m2 a foi construído em 2008, em homenagem ao Centenário da Imigração japonesa no Brasil. Possui árvores típicas, pontes a lanternas, um lago com peixes, cascatas artificiais e a reprodução de uma típica casa de chá japonesa. Recebe aproximadamente 100 mil visitantes ¡mês a já teve a honra de receber a visita de Sua Alteza o Príncipe Herdeiro do Japão. Fonte: Revista Japão Atual

1o o processo, não o produto

O processo é tão importante quanto as metas

O mundo moderno vem supervalorizando as metas. Todas as nossas ações são orientadas para o resultado, seja na vida profissional ou na pessoal. O problema de levar a vida dessa forma é que a meta é apenas um pequeno momento, que é atingida geralmente após um longo processo.

Se só ficamos felizes quando atingimos nossas metas, então seremos felizes por muito pouco tempo relativamente falando.

Um modo mais sábio de encarar a vida é valorizar o processo. Perder 10 quilos é uma meta louvável: fez bem para a saúde, para a beleza, para a autoestima etc. Só que isso não ocorre da noite para o dia. Para perder 10 quilos, é preciso perder um quilo antes. Quinhentos gramas antes. Um grama antes.

Cada ponto do processo deve ser aproveitado. Dele devem-se extrair lições, assim como quando se atinge a meta. O ponto final, na verdade, deve ser apenas mais um, o que fecha o processo. Mas ele é tão importante quanto os outros.

Não existe um caminho para a felicidade, para a realização. A felicidade é o próprio caminho.

Viagem aos templos japoneses

Conheça os lugares sagrados que contam a história do Japão

por Yayoi Wada
03.01.2006

Fonte: revista made in japan

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0103_templo_02.jpgNos templos xintoístas, é possível presenciar os rituais realizados pelos sacerdotes, especialmente no oshougatsu, o Ano-Novo japonêsEspalhados por todo o arquipélago japonês, os templos são mais que uma expressão do xintoísmo e do budismo, as duas maiores religiões do país. Presentes tanto na agitação dos grandes centros urbanos, como Tokyo, quanto nas ilhas paradisíacas, como Miya-jima, os cerca de três mil templos japoneses são símbolos da cultura e da identidade nacional.

Uma das maiores manifestações populares do país é o hatsumode, a primeira visita do ano a um templo budista ou xintoísta, que acontece no Oshogatsu, o Ano-Novo japonês. Na primeira semana de janeiro, os templos ficam lotados de pessoas que fazem ora­ções para garantir saúde e sorte para o ano todo. Além do aspecto religioso, os templos também são pontos turísticos importantes, pois revelam a riqueza da arqui­tetura e arte japonesas. Conheça a seguir templos que, pe­la cons­trução única e beleza, con­­tam a história do Japão.

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Acima: o templo Todai-ji, em Nara; uma japonesa reza no oshougatsu; fiéis visitam o templo de Asakusa, em Tokyo; e multidão se aglomera para fazer orações no dia 1º de janeiro

Herança histórica

Fonte: Organização Nacional de Turismo JaponêsO templo xintoísta de Yasaka, um dos mais belos de KyotoO templo xintoísta de Yasaka, em Kyoto, é um exemplo remanescente de 1868, época em que xintoísmo e budismo andavam juntos. Um portal em estilo budista com dois andares guarda a entrada do templo em vez dos habituais toriis. Uma das maiores atrações do templo ocorre em julho, quando Yasaka abriga o festival de Gion, um dos mais belos espetáculos de Kyoto, surgido no século 14 para purificar e livrar a população do calor e umidade do verão.

Como chegar

Endereço: Kyoto-shi Higashiyama-ku Gionmachi Kitagawa 625

Telefone: (00xx81) 075-561-6155

Acesso: 8min a pé da estação Kawaramachi, da linha Hankyu

Horário: das 8h às 18h

Entrada: gratuita

Espetáculo sobre o mar

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O torii situado em pleno mar, em meio à na­tureza deslum­brante da ilha de Myia-jima, faz do templo Itsu­kushima um dos mais belos do país. Desde o século 6, divindades mari­nhas eram veneradas no local, mas foi somente em 1168 que o templo ganhou todo seu esplendor. Itsukushima é chamado de templo flutuante porque, à noite, seus corredores suspensos ficam iluminados por lanternas, em um espetáculo incomum. A maioria dos turistas fica apenas metade do dia na ilha. Sorte daqueles que pernoitam no local, pois podem aproveitar um visual quase místico.

Como chegar

Endereço: Hiroshima-ken Saiki-gun Miyajimacho 1

Telefone: (00xx81) 0829-44-2020

Acesso: de Hiroshima, é possível chegar à ilha de ferry por 1,4 mil ienes

Horário: das 6h30 às 18h

Entrada: 300 ienes

Buda gigante

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Imponente, o templo de Todai-ji foi cons­truído em 745, pelo im­perador Shomu. Apesar de atual­mente restarem apenas dois terços do original, o Todai-ji ainda é consi­derado a maior construção em madeira do mundo. O grande portão sul do templo, Nandai-mon, é guardado por dois deuses, cada um com 7 metros de altura. No hall prin­cipal, está a ima­gem de Ru­shana Buddha, o Daibutsu, a maior estátua em bronze do Japão, que foi recons­tituída inú­meras vezes por cau­sa de terre­motos e incên­dios, mas ainda impressiona.

Como chegar

Endereço: Nara-ken Nara-shi Zoushicho 406-1

Telefone: (00xx81) 0742-22-5511

Acesso: 15min a pé da estação de Nara, da linha Kintetsu

Horário: das 7h30 às 17h30

Entrada: 400 ienes

Monumento restaurado

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Construído em 1895, o templo Heian Jingu homenageia dois imperadores: Kammu, o responsável pelo estabe­leci­mento da capital de Heian, e Komei, o últi­mo imperador a governar da cidade de Kyoto e que, em 1938, após um movimento popular, passou a ser reve­renciado no templo xintoísta. Em 1940, o Heian foi restaurado, e, em 1979, passou por novas reformas. Hoje é um dos pontos turísticos mais importantes de Kyoto. O estilo chinês da cons­trução chama a atenção dos turistas, com grandes halls em laranja e branco.

Como chegar

Endereço: Nishi Ten-o-cho, Okazaki, Sakyo-ku, Kyoto 606-8341

Telefone: (00xx81) 075-761-0221

Fax: (00xx81) 075-761-0225

Acesso: 10min a pé da estação, pelo metrô Higashiyama, ou de ônibus, em direção a Higashioji-dori

Horário: das 8h30 às 16h30

Entrada: gratuita

Templo das Águas

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Um dos templos mais visitados de Kyoto, o Kiyomizudera chama a atenção por possuir uma plataforma de ma­deira que fica sus­pensa sobre um vale. Sua cons­trução é bastante antiga, datando de 778, quando um monge visio­nário encon­trou uma fonte de águas claras, kiyomizu. Até hoje, acredita-se que a água da cachoeira de Otowa, que corre no tem­plo, pode curar doenças. Uma atra­ção pró­xima ao tem­plo budis­ta é o Jishu-jinja, um tem­plo xintoísta fa­moso entre na­morados que querem tes­tar seu amor.

Como chegar

Endereço: Kyoto-shi Higashiyama-ku Kiyomizu

Telefone: (00xx81) 075-551-1234

Acesso: as paradas de ônibus próximas são Kiyomizu-michi ou Gojo-zaka, na avenida Higashi-oji-dori

Horário: das 6h às 18h

Entrada: 300 ienes

Estilo grandioso

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Localizado em Nikko, cidade turística próxima a Tokyo, o templo de Toshogu foi cons­truído no século 15, atendendo a um pedido feito em tes­tamento por Tokugawa Ieyasu, o primeiro xogum e unificador do Japão, morto em 1616. A construção teve início no ano seguinte, mas Iemitsu, o terceiro xogum do clã Tokugawa, achou que o local não estava à altura da notoriedade de seu avô e deu ordem para que recebesse uma decoração ainda mais grandiosa. As obras foram concluídas em 1634, resultando em um design e estilo únicos. O templo de Toshogu é um dos mais visitados do país.

Como chegar

Endereço: Ibaraki-ken Nikko-shi Yamauchi 2280

Telefone: (00xx81) 0288-54-0560

Acesso: 15min a pé das estações de Nikko, das linhas Tobu ou JR

Horário: das 9h às 17h

Entrada: por 900 ienes, é possível visitar dois templos xintoístas e um budista nas proximidades

Ponto turístico de Tokyo

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Ponto de encontro de turistas de várias partes do mundo, o templo Senso-ji, também conhe­cido como Asakusa Kannon, é um ver­dadeiro cartão-postal da capital ja­ponesa, com suas lanternas enormes decoradas e o portão laqueado de ver­melho na entrada sul. Fundado no século 17 em homenagem a Kannon, a deusa da Piedade, o templo budista tem seus portões guardados pelos deuses Raijin, deus do Trovão, e Fujin, deus do Vento, no Portão do Trovão, ou Kaminari-mon. Ao norte do Asakusa Kannon, está o portão Hozo-mon. Guardiões dos tesouros do templo, sutras chineses do século 14, são ainda mais imponentes que os do Portão Kaminari-mon.

Como chegar

Endereço: Tokyo-to Taito-ku Asakusa 1

Telefone: (00xx81) 03-3842-0180

Acesso: estação de Asakusa, das linhas de metrô Toei Asakusa ou Ginza

Horário: das 6h às 17h

Entrada: gratuita

Inauguração de novo dojo

Hoje, em 18 de Abril de 2009, participamos de interessante confraternização na inauguração do novo dojo da academia aerodinâmica em Jacarepagua.

De 18-4-2009 – Inauguracao de novo dojo

Neste dojo demos aulas a alguns anos atrás e o atual instrutor de aikido, Ricardo Martins, gentilmente nos convidou para participar. Foi bom retornar e encontrar os amigos. Além disso foi interessante conhecer o hapkido e trocar idéias com o pessoal desta arte marcial koreana que tem estreita ligação com aikido por suas raízes comuns. O novo dojo é bastante agradável e com bom espaço. Parabéns a D. Madalena Instrutores participantes: Manhã: Rene Bitencourt (2º Dan/Owari Aikikai) Ricardo Martins (1º Dan/Owari Aikikai) Walter Amorim (2ºDan/União Sul Americana).

De 18-4-2009 – Inauguracao de novo dojo

Tarde: Ricardo Martins (1º Dan/Owari Aikikai) George Pretyman (Ki Society-RJ), Geraldo Garcia (2º Dan/Brazil Aikikai), Márcio Fontes (2º Dan/Maruyama Dojos), Nelson Alves (2º Dan/Aikikai),

Seminário em Junho – Tsuruzo Miyamoto

Os nossos amigos do Círculo do Aikido estarão realizando um Seminário Internacional em junho com o Sensei ao qual está hoje ligado o Fundador do Círculo, Gentil Sensei, e seus alunos. O nome do Sensei é Tsuruzo Miyamoto.

A taxa de Seminário fica em 150,00 Reais e mais 50,00 Reais adicionais para os pretas que forem participar do treino adicional de sexta-feira. Os valores poderão ser pagos em 2x e terá 10% de desconto para os grupos acima de 10.

Maiores informações podem ser obtidas pelo site: www.circulodeaikido.com.br.

A progressão das técnicas do Aikido de básicas a avançadas

por George Ledyard  Published Online

Uma área de muita confusão no Aikido é a relação entre a prática avançada e os fundamentos básicos da técnica. A visão de Morihei Ueshiba andando imperturbável rodeado por atacantes que parecem incapazes de tocá-lo e que, ao contrário, voam em todas as direções com pouco ou nenhum contato físico, é a que a maioria dos praticantes de Aikido tem visto. O Interessante é que não existe um consenso geral ou ponto de sobre o que o O-Sensei, Fundador do Aikido, estava realmente fazendo quando ele apresentava o seu Aikido ao público. Entre tantos estilos diferentes de Aikido e entre um grupo ainda maior de instrutores, muitos dos quais tendo treinado com o próprio Fundador, quase não existe um consenso sobre quando e como a arte progride de suas bases, que diferem pouco de estilo para estilo ou instrutor para instrutor, para o nível “Avançado”. Para alguns professores Aikido “avançado” se parece muito mais com as suas próprias bases fundamentais, mais simples e suave, muito menos esforço, fluindo como a corrente de um rio de técnica em técnica. Aqui, avançado parece simplesmente indicar o nível de não–esforço e relaxamento alcançado por um praticante ao lidar com ataques sinceros iniciados por um parceiro / oponente. Mas parece que não há nenhuma tentativa por parte desses professores de “perder a forma” como o Fundador claramente demonstrava. Outros professores parecem ter tomado Morihei Ueshiba aos oitenta para representar a quinta essência do Aikido, e esses professores têm tentado duplicar a ausência de forma exibida pelo Fundador no fim de sua carreira. Esses professores dão mais importância em serem sensitivos a cada mudança de energia, física ou psíquica, do parceiro do que em desenvolver uma técnica forte e boa. Alguns, de fato, menosprezam o poder do treino físico indo de encontro à intenção do Fundador. O problema com ambas as abordagens é que o Aikido para O-Sensei era um processo que continuou até o momento de sua morte. Aqueles que tentam capturar um determinado momento na vida do Fundador no qual ele estava praticando um Aikido “ortodoxo”, inevitavelmente falham em compreender as fundações em que estavam apoiadas o Aikido daquele período particular, o que, para ele, representou décadas de treinos constantes. Eles também escolheram ignorar tudo o que o Fundador desenvolveu depois daquele ponto no tempo. Fazer isso parece ser mais fruto de uma preferência pessoal do que algo que esteja embasado em uma justificativa qualquer. Aqueles que desejam pular diretamente para o final da carreira do Fundador e fazer de suas últimas técnicas avançadas o modelo de sua própria prática, estão tentando entender uma arte sem entender as fundações sobre a qual o edifício repousa. Alguns professores sustentam que nós não devemos re-inventar a roda, uma vez que o Fundador fez a maior parte desse trabalho para nós, então não deveríamos nos preocupar. Esse argumento poderia ter alguma solidez se houvesse algum exemplo na realidade. No entanto, eu nunca encontrei um único exemplo no qual alguém tenha alcançado um nível assombroso em sua técnica sem ter tido experiência em treinos físicos bastante duros. Tentativas de transmitir o seu entendimento aos seus alunos sem fazer com que eles passem pelo mesmo processo, em minha própria experiência, falharam completamente. A razão para isso parece bastante óbvia em cada enfoque, toda a epifânia que leva a um salto qualitativo no nível do treino parece estar baseada na firme fundação do entendimento de um conhecimento anterior. Eu mesmo tenho visto alunos pulando estágios e indo direto aos níveis mais altos do treinamento sem passarem pelos necessários passos anteriores de um processo mais físico e mecânico. Sem exceção, as tentativas que eu tenho encontrado de provocar esse salto, têm resultado em estudantes cujos movimentos são ocos, faltando a intenção necessária para executar a técnica nesse nível. Então o que eu gostaria de fazer é enfatizar o que eu vejo (no estágio atual de meu próprio treino) como a progressão natural da técnica, partindo das bases, como dependente de um entendimento sólido da mecânica de como o corpo trabalha, de como utilizar o seu movimento para desenvolver força e como unir esse poder com o outro sem conflito. Aquele que avançou depende muito mais do aiki como interação do físico com o energético, o lugar no qual o corpo é afetado pela mente e a técnica se torna menos e menos física e mais uma questão do princípio em ação. Isso deveria possibilitar ao estudante de Aikido ver a relação entre os diferentes passos na progressão do básico ao avançado. Esta relação está presente igualmente nas técnicas de mão vazias e naquelas com armas. O primeiro nível do treinamento é revelado via técnica estática. Este nível da técnica é designado para desenvolver uma compreensão da estrutura. Como alguém pode perceber o seu trabalho corporal e o trabalho corporal do parceiro? Para passar deste nível uma pessoa tem que compreender as mecânicas da arte, o componente do jiu-jutsu, por assim dizer. A pessoa precisa aprender a relaxar e entender a “geometria” básica da técnica. Nesse treino nós encorajamos o parceiro a ser o mais poderoso o possível, de forma que possamos receber o retorno no que concerne ao nosso “entendimento” tal como expresso por nossa técnica. O próximo passo na progressão (que, geralmente, é realizado simultaneamente com o primeiro estágio) é a técnica em movimento. Ao mesmo tempo em que exige uma atenção contínua nas habilidades desenvolvidas via treino estático, o treino com movimento começa a ensinar como a manipulação do espaço (ma-ai) e do tempo (de-ai) pode ser utilizada para neutralizar o poder do atacante. O “centro” forte, desenvolvido através do treino estático agora aparece no movimento, onde quer que o praticante esteja, mesmo ao se mover, aquele sentimento do centro é mantido. Nesse estágio o nage permite ao uke iniciar um ataque e ele recebe o ataque utilizando o seu movimento para se unir ao ataque. A energia do ataque é, então, redireciona para dentro da estrutura do uke em técnicas de apreensão ou dentro dos pontos de equilíbrio do uke para uma técnica de projeção. É nesse estágio do treinamento que o estudante começa a trabalhar o conceito de como “conduzir” a energia ou a atenção do parceiro. Conduzir o Ki do oponente é um a das pedras fundamentais da técnica do Aikido. Do ponto de vista marcial o nível anterior de treinamento é limitado no sentido que concede um poder considerável ao atacante ao permiti-lo decidir qual e quando um ataque se dará. Dado o fato de que todas as pessoas têm um certo tempo de reação entre perceberem alguma coisa e poderem agir ao que viram (cerca de meio segundo para a maior parte das pessoas), permitir ao atacante ter a iniciativa é dar a ele uma vantagem significativa. Isto é um problema, já que significa que, a) do início da técnica o nage está sendo re-ativo ao uke e, b) se o atacante escolhe utilizar menos do que o completo comprometimento na técnica tal como afrouxar, o uke pode fazer com que o nage se mova do modo que ele quiser e, de repente, mudar o ataque, fazendo, assim, com que a tentativa do nage de realizar a técnica seja falha. Então o próximo nível da técnica muda quem tem a iniciativa. Agora o nage não ceita simplesmente o que é imposto pelo uke. Ele utiliza o seu próprio movimento para traçar uma reação do ataque no momento de escolha do nage. Se o nage fecha o ma-ai (espaço) com uke, ele irá atingir um ponto no qual o uke PRECISA estar comprometido com o seu ataque ou retornar. A falha em realizar uma dessas coisas irá resultar em ele ficar aberto a um ataque do nage. Uma vez que é o nage quem determina quando irá cruzar o ponto de ma-ai e chegar a “distância crítica” ele não tem “tempo de reação”, porque ele sabe quando o uke está comprometido. Isto é muito importante no desenvolvimento de uma técnica marcial efetiva e precisa ser pesquisado com cuidado. A diferença entre este estágio e o
último é que no último estágio o nage permitiu ao uke iniciar e agora ele dirige a “atenção” do uke segundo o seu próprio movimento. Nesse nível da técnica ele tem o controle do “tempo”, manipulando o “espaço”, o que faz com que considerações como “rápido e devagar” sejam irrelevantes para a técnica. O praticante começa a operar fora da zona temporal e ele começa a controlar as questões relativas ao tempo e ao espaço. O que tem acontecido até agora no desenvolvimento desses “estágios” é que a técnica se torna progressivamente menos física à medida que os princípios de tempo e espaço são utilizados para moldar o movimento do atacante. No próximo nível da técnica o nage não apenas inicia a ação a fim de conduzir os movimento do uke, mas utiliza a energia de sua ação a fim de conduzir a resposta que o uke lhe dá. Nesse estágio da prática o atacante termina por ficar quase completamente sob a ação do nage. O nage está controlando as suas ações mesmo antes delas começarem a ocorrer. A técnica parece ser mais suave e mais energética do que poderosa e física embora, neste nível, seja sempre possível realizar uma técnica bastante poderosa se assim se desejar. Isto é realizado através da manifestação de princípios como atemi waza ao invés de técnicas de projeção e aprisionamento. Uma técnica marcial bem explosiva e efetiva pode ser gerada desta forma. Na prática, claro, atemi waza não é utilizado para infligir dano ou gerar desconforto físico. Ao contrário, isto é um modo de utilizar uma energia explosiva em potencial para gerar uma resposta do uke. Isso pode servir para distraí-lo e dissipar a sua energia da área do corpo na qual a técnica está sendo realizada (como numa técnica de apreensão) ou pode ser utilizado para tirar a sua atenção realizando uma entrada possível, sem ser atingido. Em outras palavras, neste nível da técnica o atemi diz respeito a dirigir a atenção ou a energia do parceiro em direção ao que ele deseja e para longe do que ele não deseja.Quando este nível de técnica é atingido, não existe quase contato físico que preceda o “lançamento”. Uma técnica que havia sido, em sua forma básica, uma técnica que havia alguma forma de pegada, estaria ajustada ao tempo de tal maneira que não há maneira de se agarrar. Pode ou não haver uma intenção de se agarrar, mas a técnica genuína foi elevada a um estágio de energia no qual o ataque do parceiro é desviado pelo nage, então, conduzindo a atenção do atacante e produzindo movimento através da exposição das aberturas (suki) do oponente, o nage ganha controle sobre o centro do atacante sem manipula-lo fisicamente, mas ao contrário, criando uma situação na qual o atacante se move como deseja. Um atemi, que é colocado no espaço que o uke deseja ocupar para terminar o seu ataque irá resultar na perda de seu próprio equilíbrio a fim de escapar de ser atingido. Quando esse nível de técnica é alcançado, a técnica é operada via princípio puro ao invés dos fatores físicos que produziram a técnica nos níveis mais básicos. Uma técnica como ryote-tori tenchi-nage, exemplifica o princípio da “dissipação” da energia (física ou mental) do parceiro. Quando a técnica finalmente atinge a sua expressão energética ela não precisa mais do ataque em ryote-tori. De fato o tenchi-nage pode ser realizado, por exemplo, contra um chute frontal. O tenchi existe na forma como a atenção do atacante é dissipada de seu alvo e direcionada para fora, permitindo ao nage entrar sem ser atingido. Mas esta manifestação do “princípio da dissipação” não pode ser conseguida sem um minucioso entendimento do princípio básico de execução da técnica. Isso não pode ser ignorado. Quando a técnica é apresentada aos estudantes desta maneira, com variações progredindo das versões elementares, físicas e estáticas para as versões avançadas, energéticas e fluídas, isso pode ajudar o estudante a compreender tanto de onde uma técnica surge quanto para onde ela deve ir em seu desenvolvimento. Isto pode servir para desmistificar a energia envolvida nas técnicas avançadas uma vez que os princípios podem ser decodificados e ensinados, mas isso também mostra claramente quais os elementos que são essenciais em proporcionar os fundamentos de uma técnica antes que o movimento em direção a uma versão mais sofisticada possa ser realizado. Cada nível compreende um entendimento do nível anterior. Utilizando este tipo de metodologia talvez haja mais estudantes que atinjam os níveis mais altos desta arte criada para nós pelo Fundador do Aikido.

Novembro 2004

Ensinamento de Kawai Sensei – Harmonia

Aikido é a arte marcial cujo os movimentos mantém o corpo em plena condição física e harmonia com a natureza. Todos os movimentos são circulares pois não pretende vencer os outros, mas sim a si mesmo. Quando o praticante consegue chegar a este estágio está em completo domínio de si mesmo e passa a ser invencível. Este é um ensinamento que devemos levar para fora do tatami. Além deste ensinamento acredito que todos devam seguir algumas regras básicas para praticar a harmonia: – Nunca guardar rancor de ninguém; – Interpretar as maledicências como uma fraqueza indisfarçavel daqueles que as emitem; – Nunca deixar de trabalhar enquanto viver; – Não lamentar a chegada da velhice; – Não se considerar velho enquanto puder moviemntar o seu corpo; – Defender a sua família acima de todas as coisas; – Estar consciente que a soberba é a origem do fracasso; – Não lamentar as coisas que deixou de fazer no passado; – Encarar o fracasso como um ponto de partida para o sucesso; – Honrar sempre seus compromissos; – Ter sempre a coragem de reiniciar tudo, caso venha a perder toda a sua fortuna e títulos; – Desenvolver de modo resoluto a confiança em si mesmo. Este artigo foi uma contribuição de Nereu San de curitiba que nos mandou um recorte. Ele foi publicado originalmente no antigo boletim bimensal produzido por nagao sensei para a União Sul Americana..

Textos de Morihei Ueshiba – A voz interior

Seu coração guarda muitas sementes férteis, que estão esperando apenas a luz para que possam desabrochar. Permita que esta luz entre em sua alma: deixe-se guiar pelo fluir das coisas a sua volta, procure seguir a qualidade de alguns vegetais. Seja sempre verde como o pinheiro, flexível como o bambu, belo como o lótus, e elegante como o lírio.