O que se quer em cada Kyu

Abaixo um resumo do que se quer verificar por meio dos kihons em cada faixa segundo nossa ainda limitada compreensão do aikido e como seguimos na instrução na Ganseki.

Faixa branca – 6o  kyu
As faixas brancas, no sentido filosófico, podem ser mais apropriadas para refletir a pura inocência e virtude dos iniciantes. Não se conhece com certeza, nem mesmo os primeiros passos que terão que ser dados. Comumente não conseguem entender o nome das técnicas, limitando-se a decorar os primeiros nomes.

Faixa Amarela – 5o  kyu
Os primeiros passos começam a ser identificados: Começa-se a ter a noção das técnicas mais básicas, divindo-as em omote e tenkan, sabendo-se efetuar de forma rudimentar este omote e tenkan, bem como a fazer os primeiros rolamentos. O entendimento sobre a nomenclatura das técnicas começa a aparecer. Também, da mesma forma, os primeiros rolamentos são aprendidos.

Faixa Roxa – 4o  kyu
As faixas roxas(4º kyu) aumenta a compreensão das técnicas mais básicas e a postura correta começa a aparecer nestas técnicas. Os rolamentos começam a ser, no mínimo, efetivos para movimentos de média e pouca velocidade do Nague. A compreensão da nomenclatura das técnicas mais comuns de treino é praticamente completa.

Faixa Verde – 3o  kyu
Importante marco, pois é a metade do caminho para se chegar ao início do aprendizado do aikido. (O Aikido começa na faixa preta). Nas técnicas básicas começam a apresentar o controle do Uke, sobretudo nas imobilizações, utilizando o quadril, maai e outros princípios. Na postura, embora não esteja totalmente reta, não se apresenta o erro de colocar a cabeça muito a frente. Como Uke se percebe que a pessoa sabe acompanhar muito bem em movimentos de média velocidade e/ou forma, e em alguns movimentos de velocidade e/ou forma mais avançada. Os movimentos do Aikido estão incorporados na forma mais básica em seus reflexos. Começa a demonstrar a dedicação pelo Aikido. Entende a maioria da nomenclatura das técnicas.
Não deve haver mais erros sobre o que é Omote e Ura, posições das mãos ou ritmo e respiração. Começa a ter as primeiras habilidades no manejo do Jo e bokken, principalmente o primeiro, conforme é orientado pelo instrutor.

Faixa Azul – 2o Kyu
Nas técnicas básicas apresentam razoável controle do Uke, utilizando quadril e maai e outros princípios com algumas alhas. Nas técnicas avançadas começam a entender e tentar aplicar os princípios e buscar sua efetividade. Como Uke, se percebe que a pessoa sabe acompanhar perfeitamente movimentos de média velocidade e/ou intensidade, e acompanha sem problemas quase que todos os movimentos de velocidade e/ou intendidade mais alta. Tem que saber agora diferentes formas de cada técnica. No randori começa a ter melhor noção de trabalho com os ukes, saindo sempre do meio deles. Entende a grande maioria da nomenclatutra das técnicas. Começa a ter razoáveis habilidades no manejo do Jo e bokken, principalmente o primeiro. Dependendo do que aconteceu até o momento, o ego deve ser controlado intensamente.

Faixa marrom (1º kyu)
Nas técnicas básicas apresentam o controle do Uke, utilizando quadril e maai e outros princípios com certa efetividade. Nas técnicas avançadas começam a aplicar os movimentos com falhas, mas com diferentes formas de cada técnica sem parar para pensar. Como Uke se percebe que a pessoa sabe acompanhar perfeitamente movimentos de alta velocidade e/ou intensidade, apenas alguns poucos movimentos muito difíceis, até para yudanshas são difíceis. No randori começa o trabalho com os ukes de forma mais efetiva e com variedade, saindo do centro e efetuando técnicas em Irimi, tenkan, abaixando com variedade. Entende a maioria da nomenclatutra das técnicas. Tem as primeiras habilidades solidificadas no manejo do Jo e bokken, principalmente o primeiro( sobretudo suburis), e atende ao programa de progressão técnica. Dependendo do que aconteceu até o momento, o ego deve ser controlado ainda mais intensamente, para não ter maiores problemas quando da promoção a preta, fato comumente causador de aumento dos egos, até mesmo pelo tipo de assédio/tratamento dos kyus abaixo.

Exame de julho – entrega dos últimos certificados

Esta semana os alunos do Hinotori devem receber os certiticados de seus exames feitos no mês passado. Por contratempos por força de uma gripe não foi possivel que Sensei Pierre pudesse apanhar os documentos antes. Hoje, em reunião dos intrutores, apanhará o material para passar aos alunos do dojo da saens pena. Novamente parabenizo a todos, instrutores e alunos, pelo bom tarbalho desempenhado.

Para registro, os alunos aprovados em 21 de julho foram:

Lilian Kozlowsky   (5º kyu)

Letícia Helena Real ( 5º kyu)

Marianmester Sascho ( 5º kyu)

Victor Hugo Vieira  ( 5º kyu)

Francisco Cario Junior  ( 3º kyu)

Felipe Máximo  (4º Kyu)

Isis Carol  (3º Kyu)

Lucas Marques  (2º kyu)

Wabi-sabi

Wabi-sabi (佗 寂?) Representa uma visão de mundo abrangente japonês ou estética centrada na aceitação da transitoriedade e da imperfeição. A estética é muitas vezes descrita como uma beleza que é “imperfeito, impermanente e incompleto”. [1] É um conceito derivado do ensinamento budista das três marcas da existência (三法 印, sanbōin?), A impermanência especificamente (无常, Mujo?), o sofrimento ser outros dois (苦, ku?) e vazio ou a ausência de auto-natureza (空, ku?).

Características da wabi-sabi estética incluem assimetria, aspereza (rugosidade ou irregularidade), simplicidade, economia, austeridade, pudor, a intimidade ea valorização da integridade ingênua de objetos e processos naturais.

Jardim Zen of Ryōan-ji. Ele foi construído durante o Periodo Higashiyama

“Wabi-sabi é o traço mais proeminente e característico de beleza tradicional japonesa e ocupa aproximadamente a mesma posição no panteão Japonês de valores estéticos que os ideais gregos de beleza e perfeição no Ocidente”. [1] “se um objeto ou expressão pode trazer, dentro de nós, um sentimento de melancolia serena e um anseio espiritual, então que o objeto poderia ser dito para ser wabi-sabi “. [2]” [wabi-sabi] alimenta tudo o que é autêntico, reconhecendo três simples realidades:. nada dura, nada está acabado, e nada é perfeito “[3]

As palavras Wabi sabi e não se traduzem facilmente. Wabi originalmente se referia a solidão de viver na natureza, distante da sociedade; sabi significava “frio”, “magro” ou “seca”. Por volta do século 14 esses significados começou a mudar, assumindo conotações mais positivas. [1] Wabi agora conota simplicidade rústica, frescura ou sossego, e pode ser aplicado a ambos os objetos naturais e artificiais, ou elegância. Também pode se referir a peculiaridades e anomalias decorrentes do processo de construção, que acrescentam exclusividade e elegância para o objeto. Sabi é a beleza ou a serenidade que vem com a idade, quando a vida útil do objeto e sua impermanência são evidenciados em sua pátina e desgaste, ou em quaisquer reparos visíveis.

Depois de séculos de incorporar influências artísticas e budistas da China, wabi sabi eventualmente evoluiu para

um ideal distintamente japones. Com o tempo, os significados de wabi sabi  deslocou-se para tornar-se mais alegre e esperançoso. Cerca de 700 anos atrás, especialmente entre a nobreza japonesa, entendeu-se o vazio e a imperfeição e foi homenageado como que o primeiro passo para o satori, ou iluminação. No Japão de hoje, o significado de wabi sabi é muitas vezes condensado como a “sabedoria na simplicidade natural.” Nos livros de arte, que é normalmente definida como “beleza imperfeita”.

De um ponto de engenharia ou de vista do design, “wabi” pode ser interpretado como a qualidade imperfeita de qualquer objeto, devido às limitações inevitáveis ​​na concepção e construção / fabricação, especialmente no que diz respeito às condições de uso imprevisíveis ou mudança.

Garrafa de Cha Wabi-sabi, Período Azuchi-Momoyama, século 16

Um bom exemplo desta forma de realização pode ser visto em certos estilos de cerâmica japonesa. Na cerimônia do chá japonesa, os itens de cerâmica utilizados são muitas vezes rústicos e de aparência simples, por exemplo, Hagi ware, com formas que não são muito simétricas e cores ou texturas que parecem enfatizar um estilo refinado ou simples. Na realidade, esses itens podem ser bastante caros e, na verdade, é até o conhecimento e a capacidade de observação do participante em perceber e discernir os sinais escondidos de um design verdadeiramente excelente ou esmalte (parecido com a aparência de um diamante em bruto ). Isto pode ser interpretado como uma espécie de wabi-sabi estético, ainda confirmado pela maneira da cor de itens de vidro que muda com o tempo como a água quente e é repetidamente vertida nos (sabi) e o fato de taças de chá são muitas vezes deliberadamente endireitados ou cortados na parte inferior (wabi), que serve como uma espécie de assinatura do estilo Hagi-yaki.

Wabi sabi e ambos sugerem sentimentos de desolação e solidão. Na visão budista Mahayana do universo, estes podem ser vistos como características positivas, representando a libertação de um mundo material e transcendência para uma vida mais simples.  Na própria filosofia Mahayana, no entanto, adverte que o entendimento genuíno não pode ser alcançado através de palavras ou a linguagem, para aceitar wabi-sabi em termos não-verbais pode ser a abordagem mais adequada. Simon Brown observa que wabi sabi descreve um meio pelo qual os alunos podem aprender a viver a vida através dos sentidos e melhor exercer a vida como ela acontece, ao invés de ser pego em pensamentos desnecessários. Neste sentido Wabi Sabi é a representação material do Zen Budismo. A idéia é que, sendo cercado por coisas naturais, mudança, objetos únicos, nos ajuda a conectar com o nosso mundo real e escapar distrações potencialmente estressantes.

Em certo sentido, wabi sabi é um treinamento em que o estudante de Wabi Sabi aprende a encontrar os objetos mais simples interessantes, fascinantes e belos. Folhas de outono em desvanecimento seriam um exemplo. Wabi sabi pode mudar nossa percepção do mundo na medida em que uma trinca ou quebra em um vaso o torna mais interessante e dá o maior valor ao objeto de meditação. Da mesma forma que os materiais de idade como a madeira nua, papel, tecido, se tornam mais interessantes como eles apresentam alterações que podem ser observadas ao longo do tempo.

Os conceitos de Wabi sabi é religioso em sua origem, mas o uso real das palavras em japonês é muitas vezes bastante casual. O caráter sincrético de sistemas de crenças japonesas devem ser observados.

Miyabi

Miyabi (雅) é um dos tradicionais ideais estéticos japoneses, embora não tão prevalente como Iki ou Wabi-sabi. Em japonês moderno, a palavra é geralmente traduzida como “elegância” refinamento “,” ou “a cortesania” e às vezes se refere a “destruidor/a de corações”.

Arte do Miyabi no período Heian. O conto de Genji

O ideal representado pela palavra exigia a eliminação de tudo o que era um absurdo ou vulgar e o “polimento dos costumes, dicção e sentimentos para eliminar toda a aspereza e a crueza de modo a alcançar a maior graça.” Manifestou que a sensibilidade para a beleza é que foi a marca da era Heian. Miyabi é muitas vezes estreitamente ligado à noção de autoconsciencia, uma consciência agridoce da transitoriedade das coisas, e, assim, pensava-se que as coisas em declínio mostram um grande senso de Miyabi. Um exemplo disto seria o de uma árvore cerejeira solitária. A árvore em breve perderia suas flores e seria despojada de tudo o que fez de bonito e por isso mostra não só autoconsciencia, mas também Miyabi no processo.

Adeptos dos ideais de Miyabi se esforçam para livrar o mundo de formas brutas ou a estética e as emoções que eram comuns em obras de arte do período, tais como os contidos no Man’yōshū, a mais antiga coleção existente de poesia japonesa. O Man’yōshū continha poemas de pessoas de todos os caminhos da vida, muitos dos quais estavam em contraste com as sensibilidades do Miyabi. Por exemplo, um poema na coleção comparou o cabelo de uma mulher as entranhas de  um caracol. Os ideais do Miyabi são firmemente contra o uso de metáforas como esta. Além disso, a valorização do Miyabi e seu ideal foi utilizado como um marcador de diferenças de classe. Acreditava-se que apenas os membros da classe superior, os cortesãos, podem realmente apreciar o funcionamento da Miyabi.

Arte do Miyabi no período Muromachi. Templo dourado (Kinkaku-ji em Kyoto)

Miyabi na verdade limitava como a arte e poemas podem ser criados. Miyabi tentou ficar longe do rústico e bruto, e, assim, impediu que os cortesãos, tradicionalmente treinados, de expressar sentimentos verdadeiros em suas obras. Nos anos posteriores, Miyabi e sua estética foram substituídos por ideais inspirados pelo Zen Budismo, como Wabi-sabi, Yuugen e Iki.

Os personagens do romance clássico japonês do século 11 “O Conto de Genji”, de Lady Murasaki, fornecem muitos exemplos excelentes da verdadeira natureza de Miyabi.

7 anos de Ganseki Kai

Os 7 anos do grupo foram mais do que bem comemorados!
Além de termos a oportunidade de realizar um grande treino com quase toda a turma das academias  – sendo conduzido pelo sensei Dutra, que gentilmente aceitou nosso convite de realizar seu primeiro seminário no Rio de Janeiro – também pudemos fazer uma confraternização a noite em um ambiente de muita integração e alegria.
O seminário já comentamos antes, mas nunca é demais repetir que foi um prazer ter produzido este treino com Dutra Sensei, seu primeiro seminário no Rio de Janeiro, e que foi um sucesso. Lamentamos alguns amigos nossos que acabaram não podendo vir, pois valeu muito a pena estar ali. De forma geral foi muito bacana ver que a cada ano que passa as mesas, e os Dojo, tem que ficar mais extensos para comportar nosso grupo, mesmo que não seja 100% deles que estejam nos locais. Esta é uma dificuldade muito bem vinda! Interessante ver que o aumento do grupo não nos desvia na manutenção de nosso padrão técnico, que sempre perseguimos. Mais do que isso, a evolução se dá a cada dia. As perspectivas são sempre ótimas, e vemos o grupo caminhar na construção de uma base sólida e de progresso.
Incrível ver que tudo começou com 2 alunos e logo depois com 3 ou 4. E hoje… Um momento gratificante foi receber a homenagem de meus primeiros alunos do grupo Pierre San e Jorge Henrique San. Não imaginava receber uma placa de agradecimento. Acho que fizemos tão pouco ainda. Mas sim, ficamos muito honrados. Muito mais realizaremos com o apoio de todos esses alunos que estão em nossos tatamis, em todas as academias, tentando contribuir com sua parcela para crescimento do grupo. E ficamos contentes que eles realmente percebem que temos nos dedicado a fornecer a eles, o que eles vieram procurar na Ganseki Kai.
Nosso trabalho tem sido como plantar arvores: Mesmo antes da Ganseki kai, já dávamos aulas e lançávamos as sementes, as vezes germinavam um pouco as vezes não. Tínhamos algo ainda muito errático.
Mas uma hora resolvemos que bom local e boas sementes eram necessárias. E deu certo. No início alguns arbustos cresciam. E aprendíamos cada vez mais sobre o cultivo. Mas agora já temos arvores e um pequenos bosque. No futuro teremos nossa pequena floresta. Não por que queremos fazer plantações obtendo lucro friamente. Mas gostamos de como as arvores balançam no vento. Hoje estou poético.

Koinobori

O koinobori era antigamente o dia dos meninos, mas com o decorrer do tempo sofreu modificações. Caracteriza-se pelo hasteamento de uma carpa (peixe) feita de tecido ou papel em um mastro de bambu representando sucesso, persistência, bravura e força. A escolha da carpa para representar essa data importante se dá ao fato desse peixe conseguir nadar contra correntezas e cataratas sem qualquer dificuldade. Também é utilizada por causa de uma história chinesa que relata que a carpa ao final de sua jornada transforma-se em um dragão.

Para afastar os maus espíritos, utilizam sobre a carpa essências e até folhas de íris que possui um forte aroma. Também simbolizava a sorte nas guerras para os samurais. O koinobori hoje é comemorado no dia 05 de maio, porém não representa apenas o dia dos meninos como antigamente e sim o Dia das Crianças.

Para fazer um koinobori é muito fácil. Pegue um pedaço grande e retangular de tecido ou papel e o dobre ao meio. Desenhe sobre o material as curvas do corpo de um peixe e recorte. O próximo passo é fazer a pintura sobre o material, fazendo a cabeça do peixe e suas escamas.

Ao secar, cole as partes dobradas, menos o local que será a nadadeira caudal (o rabo). Nesse local cole algumas fitas brilhantes para dar beleza e então fure a boca do peixe para colocar um pequeno barbante que será amarrado sobre o mastro.

Pronto! A carpa já pode ser colocada sobre o mastro de bambu para comemorar o koinobori e também para embelezar o céu com seus movimentos, como se estivesse nadando sobre o vento. Quando os enfeites começam a voar os japoneses normalmente fazem pedidos para que seus filhos sejam fortes e saudáveis.

Por gabriela cabral

Seminário 7 anos de Ganseki Kai com Eduardo Dutra Sensei: Um sucesso.

Realizamos no dia 14 de Julho um Seminário de Aikido em comeroração aos 7 anos da Ganseki Kai.
O seminário foi ministrado pelos Senseis Carlos Eduardo Dutra,  6º Dan Aikikai, um dos representantes maiores da Sansuikai Internacional no Brasil e fundador e diretor da F.I.A (Federação Intercultural de Aikido).
Muitos alunos participaram com muito entusiasmo e vontade de compartilhar novos ensinamentos e experiências que vamos levar para nosso dia a dia.
Vários Instrutores e convidados participaram do evento, e nosso agradecimento especial a Sensei Nelson Miranda sempre pelo apoio, sábios conselhos e inspiração para nossa vida desde quando comecei no aikido.  Mas uma vez se fez presente e trouxe alguns de seus alunos.

Não querendo ser muito repetitivop mas agradeço a todos, alunos em geral, instrutores do grupo e amigos por terem feito do evento um sucesso.

Como disse um aluno meu, um belo momento. Criamos um album bem completo na nossa página do facebook e colocaremos algumas fotos aqui.

Além dos treinos na noite de sábado comemoramos no restaurante Conde Goumet, que ninguém é de ferro. Com direito a bolo e tudo!!

A historia do Aikido no Rio de Janeiro: Mais de 50 anos de tatame

revisão 1 de 2016

Mais de 50 anos de historias e tatames.

Um texto já antigo, de sensei Santos, que recebi a alguns anos e hoje pode se ver em muitos lugares foi a base. Queria complementar com algumas informações que tinha, pois o texto parava nos anos 80 e muito se passou depois. O grupo de aikido Rio de Janeiro não é mais o único grupo, e diversos dojos aikikai, e não aikikai, surgiram no Rio de Janeiro. A medida que surgirem novas informações vamos refinando o texto.  Este é um texto nosso de grande sucesso sem dúvida, e tem sido enriquecido com a participação de muitos sensei que tem contribuído ao longo do tempo. Qualquer contribuição que chegue a nós temos colocado de forma a enriquecer o relato. Fico feliz de contribuir para esse registro. Em 2016 recebemos autorização do pessoal do AMMA de Brasília (Associação Mestre Martins de Aikido) para colocar entrevista com Sensei nakatami que esclarece ou ratifica alguns pontos desta primeira fase do aikido em terras cariocas. Abaixo enxertamos também texto de santos Sensei baseado neste mesmo depoimento e com outras verificações para ajuste de datas que sensei Nakatami na entrevista teve dúvidas.

Nakami Sensei jovem quando começou o aikido no Brasil.
Foto de Pedro Gavião, carioca, fotógrafo, praticante de aikido, já falecido. Foto doada para Santos na década de 80 (a original está no Aizen Dojo).

TERUO NAKATAMI. PIONEIRO (artigo completo sobre Nakatami Sensei aqui)

Teruo Nakatani, aos 28 anos de idade, chegou ao Brasil pelo porto de SANTOS em 6 de Novembro de 1960 no navio a Vapor Holandês BOISSEVAIN que partiu de YOKOHAMA sob o comando de L.RADEMAKER, da companhia transportadora ROYAL INTEROCEAN LINES. Quase 3 meses depois, três dias antes do Carnaval de 1961 , Nakatani mudou-se para o Rio de Janeiro.

Em Outubro de 1961, o emigrante japonês  Teruo Nakatani ministra a 1a. Aula de Aikido em território brasileiro, no dojo na Avenida Venezuela, Cais do Porto, onde funcionava o hospital do IPASE, da Associação dos Servidores, e hoje se chama Hospital dos Servidores do Estado – HSE. Recebe ajuda do Sensei Ogino, do Judô, que possuía um dojo de 100 tatames. Sensei Ogino cede um horário para prática de Aikido na academia.Sem qualquer vínculo com o Aikido praticado em São Paulo.

Nakatani, formado pela Universidade Meiji, em Administração, praticava na Hombu dojo e já chegou aqui faixa preta 1o. Dan de Aikido, além de 1o dan em karate, foi aluno de O-sensei e companheiro de Yamada-sensei e Tamura-sensei na Academia Central em Tókio.

Após uma passagem efêmera em um pequeno dojo na área portuária, começa, realmente, no Dojo de Judô do prof. George Mehdi, instalado em Ipanema

Sensei Martins – Falecido em abril de 2012.

Entre os judokas que lá praticavam estava J.R.Martins – que viria a ser o introdutor do Aikido em Brasília.

Martins com a ajuda do secretário da Associação de Faixas Pretas do Rio, sr. Almeida, conseguem espaço e horários na Academia do Mestre Nagashima( na Praça da Bandeira) para o prof. Nakatani ensinar Aikido, as seg/qua/sex das 21:00 as 22:00. Este local é o primeiro local da pratica do Aikido no Rio de forma regular. Os primeiros faixas-pretas de Aikido no Rio de Janeiro, foram J.M. Ribamar Martins, Mark Berler, Eduardo Adler, Carlos Infante, Oswaldo Simon(O Guru), Otavio Oliveira, Luis Augusto Paraguassu, Pedro Gavião, Sinati, Getulio, Waldemar e depois George Prettyman são dessa época dourada.

O crescimento do numero de alunos faz com que Nakatani, em 1969, mude para R.Barata Ribeiro no. 810 , sobreloja e depois 2o. andar – Copacabana que acabou se transformando na Associação Carioca de Aikido. Havia um Segundo local de pratica de Aikido, no Rio, no clube Caiçara( Lagoa) onde as aulas eram dadas pelo Guru, primeiro faixa preta de Nakatani.

Em 15 de julho de 1971, ingressa no dojo de Copacabana, um praticante que terá importante influencia na continuidade do Aikido Carioca, é o empresário Adélio Andrade, português de Douro Litoral, na época com 28 anos, trabalhador, inteligente, hábil administrador, vai suprir a lacuna da ausência de Nakatani gerada por suas atividades empresariais e tornar-se um expoente no Aikido do Rio de Janeiro.

Em 1972, prof. J.R..Martins é removido pelo Banco do Brasil para Brasília e deixa dojo da Barata Ribeiro, vai ser o introdutor do Aikido no Planalto Central. Nakatani se incumbe de, semestralmente, efetuar seminários e a avaliação dos seus alunos brasilienses.

Nakatani, de 1963 ate 1973 torna-se figura lendária, é figura de manchete em jornal ao prender assaltantes Ladeira San Roman, aparece em documentários, noticias da semana sobre esportes, aparece como coadjuvante em filmes nacionais da época, como o Diamante Cor de Rosa de Roberto Carlos.

É bom registrar que o prof. Nakatani busca sua realização na sua área de formação o que acarreta constantes viagens e ausências do dojo de Copacabana. Uma contusão no joelho faz com que Nakatani comece pensar a deixar a pratica do Aikido.

Da direita para esquerda: Sensei Santos, Sensei Nakatami e Sense Martins. Foto de 2011 quando o Sensei Martins recebia seu 6o dan.

É bom registrar que o prof. Nakatani busca sua realização na sua área de formação o que acarreta constantes viagens e ausências do dojo de Copacabana. Eis que uma lesão no joelho faz com que Nakatani deixe o Aikido, pois não podia mais praticar em seiza. Além disso, seu espírito de empreendedor lhe obriga a se dedicar a sua firma de ar-condicionado, tem projetos de instalação de equipamentos e prazos a cumprir, tudo lhe toma o tempo.

Assim, Nakatani procura, no Japão, primeiro na Academia Central, depois o mestre Yasuo Kobayashi, seu colega de faculdade, para que indicassem uma pessoa para ocupar o seu lugar no dojo do Rio.

Shikanai Sensei

Entre os dois principais alunos de Kobayashi, estavam Igarashi e Shikanai, como Igarashi estava noivo, Shikanai se apresenta  para vir para o Brasil. Então, em junho de 1975, chega ao Rio, acompanhado por Yasuo Kobayashi, o prof. Ishitami Shikanai, deixando, incompleto, o curso de Economia, da Universidade Meiji, sem nenhum conhecimento de língua portuguesa, solteiro, com 28 anos, terceiro dan de Aikido, segundo dan de Jodo e de Iaido.

Shikanai Sensei

Shikanai assume o ensino do Aikido no dojo de Copacabana, porém, ocorre o choque cultural e a reação a mudança face ao Aikido praticado pelo novo instrutor. Os alunos acostumados ao Aikido marcial, viril, do prof. Nakatani questionam a  maneira apresentada e o temperamento do novo instrutor  o que vem a se refletir na administração financeira da academia (fuga de alunos). O prof. Adélio percebe os problemas e monta um dojo em Niterói a ser dirigido diretamente por Shikanai, ficando a academia da Barata Ribeiro sob a direção de  Adélio. E o prof. Shikanai ministrando aulas seg/qua/sex, pela manha e a noite, somente.

Na ida para Niterói, acompanham dois faixas-pretas que são importantes no Aikido do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Coelho e Bento Guimarães.

Crise econômica, inflação desenfreada, reajustes de alugueis abusivos fazem com que a associação Carioca de Aikido passe por sérios problemas, perdendo muitos alunos, o que culminou em seu fechamento, passando o prof. Adélio a lecionar as 3a e 5a. na AABB-Lagoa.

Sob a égide do prof. Adélio, no dojo da AABB-Lagoa, uma outra nova fase carioca se inicia, onde se formam faixas pretas, Jose Carlos, Renato Morrison, Valerio Exposito e Marco Antonio Barcelos.

No dojo de Niterói, onde Shikanai torna morada, escritório e academia, administrado somente por ele, ingressam Antonio Augusto, Alberto Ferreira e Carlos Nogueira. Este ultimo, mais tarde, emigra para Los Angeles, onde ingressa no Iwama-Ryu e hoje – tendo retornado – representa no Brasil a linha do Saito-sensei.

Face a distancia e por determinação do Prof. Shikanai, Pedro Paulo e Bento Guimarães, iniciam turmas de Aikido em Laranjeiras na Academia Nissei, onde Shikanai comparece uma vez por mês para treino mensal. Neste ciclo, formam-se, Nelson Lisboa, Marcelo Guelman, César Silveira, Teresa Silveira, Antonio Peniche (Toko) e outros.

A linhagem do mestre Nakatani, continuou na responsabilidade do mestre Ichitami Shikanai, mestre José Maria Martins, mestre Bento, mestre Adélio, mestre Pedro Paulo, mestre Santos, mestre Nelson T e outros, hoje possui ramificações em diversos Estados do Brasil como (RJ, MG, DF, GO, PA, RO, e SP).

Anos 80:

Nos anos 80 o desenvolvimento do aikido no Rio de Janeiro continuou praticamente restrito ao grupo original carioca, o aikido Rio de Janeiro, com algumas poucas incursões, como o aikido Tomiki conduzido por Hiroshi Tada.

Em 1981, nasce, em Niterói, da união com Maiyumi Shimizu, a filha Minoli, do prof. Shikanai. Minoli, com problemas locomotores decorrentes de erro medico no hospital publico onde a mãe e filha foram atendidas no momento do parto.

As dificuldades de realizar tratamento médico na filha, deficiente física, no próprio dojo de Niterói, induzem Shikanai a aceitar sugestão de Sakai – renomado terapeuta japonês na Zona Sul do Rio – de mudar para uma casaem Belo Horizonteonde melhor poderia aplicar os exercícios na filha.

Então, em 1985, Shikanai muda com a família para Belo Horizonte para uma casa térrea no bairro de Carlos Prates. Primeiro local de pratica foi em casa, depois Praça Raul Soares, um dojo de judô em cima do posto de gasolina e finalmente na Savassi, onde se encontra até hoje.

Na época existia o dojo do saudoso Mestre Clóvis (Círculo de Aikidô) na academia SCRETT no Leblon Rio de Janeiro. Iniciaram nesta época Gentil e Ricardo Martins.

No solo mineiro, surgem novos faixas pretas, como Jose Martins, Jose Almir, Daniel Spach, Vanessa, Paulo Pinheiro, Marcio, Marcelo, Dora, Kátia e outros. Em 2000, Vanessa- faixa preta terceiro dan, inaugura um dojo campestre, na serra dos Jambeiros, local dos gashukus mineiros.

Cumpre destacar que no Rio, dois antigos alunos do dojo da Barata Ribeiro, Laurentino Duó(missionário da Igreja Messiânica) e Cláudio Halfed se mudam para Barra Mansa e Natal, respectivamente, onde introduzem o Aikido e formam novos faixas pretas.

Anos 90:

Nos anos 90 o desenvolvimento do aikido no Rio de Janeiro continuou e novos sensei do AIRJ já estavam atuando. Paralelamente o interesse pelo aikido cresce e o AIRJ não atende todos os locais. Grupos até então mais restritos a São Paulo começam a aparecer por força de mudanças de pessoas para o rio. Nesta época surge no rio o instituto takemussu trazido pelo Sensei Nelson Alves. O instituto Takemussu surgiu em SP fundado por antigo aluno de Kawai Sensei, Wagner Bull,  que saiu da União Sul Americana e procurou a Yamada Sensei, quando este esteve ministrando seminários na america latina, para obter apoio para uma incursão em separado. Surgiu assim o Instituto em SP em 1987. Alguns anos depois estaria no Rio, também levado por seu aluno Sensei Luiz Cláudio Freitas, que largou o aikido em 2000, mas deixou seus alunos para seguirem com o grupo.  (A frente mais detalhes).

Em 1995, outubro, iniciou o aprendizado de Aikido Sergio Roberto Silva Rabello, com o prof. Alberto Ferreira, do grupo do prof. Shikanai, na ACM. Após cinco meses, devido a mudanças no horário das aulas, transferiu-se para o Instituto Takemussu, no Hikari dojo, na academia Top Defense, na Rua da Passagem, Botafogo, sob a orientação do prof. Luis Claudio de Freitas.

Seis meses após o seu exame de 1o Kyu, assumiu a pedido do prof. Luis Claudio, que resolvera abandonar o ensino de Aikido como dito anteriormente, a liderança do grupo, a esta altura, bastante reduzido e que ainda se dividiu por quatro, ficando parte em Copacabana, outra em Niterói, outra em Maria da Graça e outros em Botafogo. Em 27 de setembro de 2003, prestou exame e foi promovido a shodan. Esta nova geração foi a responsável por realinhar os rumos da representação do grupo takemussu no RJ. PS: Outras fontes, citam desagrado do professor Luis Claudio com instrutores que haviam chegado no IT vindo do AIRJ. Infelizmente, segundo os dois lados ouvidos, a saída de Sensei Luis Claudio gerou mágoas e ressentimentos. Muitas vezes, mal entendidos, egos não controlados e outros fatores, isolados ou em conjunto, podem dividir um grupo ou extingui-lo. Nos mesmos já vimos isso.

No final dos anos 90, outro importantes aluno de Sensei Luiz Claudio fundou um dojo importante do grupo takemussu no RJ: Mauro Salgueiro que começou o Yamato Dojo em Copacabana em 1999 cita essa passagem. Conforme ele mesmo contou:

Diz ele: “O Yamato Dojo existe desde 1999. Quando eu já dava aulas na Top Defense (Hikari Dojo) nas ausências de Luis Cláudio Sensei. Antes somente existia o Ki Toji. Luis Cláudio já dava pinta que iria parar e num dia marcou comigo uma reunião, quando cheguei no dojo ele já havia ido embora (02 horas antes do horário marcado) e tinha entregue as chaves ao Sérgio. Acho que como eu era o aluno mais antigo ainda treinando lá ( o restante estava no Ki Toji ou parado) e eu já tinha o Yamato Dojo funcionando em pleno vapor, acho que ele ficou triste e sem graça, abandonando dessa forma. Como havia sido casado, constituído família e dividia o dojo com os negócios da família (e o aikido não gerava tanto lucro), ele decidiu parar…mas sem a conversa com os mais antigos. E na verdade..no Rio, Takemussu só há agora – Yamato Dojo – Mauro Salgueiro – Seigan dojo – Irmãos Cirto – Shobu aiki – Geraldo e o Ki Toji que ficou com o Marco Aurélio. O Sérgio é ligado ao BrAikikai agora. O Seigan e o Shobu Aiki ficam em Niterói e seus líderes eram alunos de Shikanai Sensei antes de se filiarem ao Takemussu.”

 Pelo grupo Shikanai surgia o Seigan Dojo em Niterói, sob a responsabilidade dos Sensei Carlos Alexandre, Geraldo Garcia e Paulo Augusto. Mas, conforme dito anteriormente, mais tarde se filiaram ao Instituto Takemussu.

Outro grupo aporta no Rio de Janeiro nos anos 90:

Ricardo Martins Sensei

Por outro lado Ricardo Martins, antigo aluno do falecido professor Clovis do AIRJ,  trouxe ao Rio de janeiro a FBA de Sensei Severino Sales Silva. Sensei Severino, 6º Dan aikikai é outro aluno egresso da União Sul Americana que criou seu próprio grupo. Veio a dar seu apoio nesta FBA, o sensei Nelson Alves, que havia treinado ao lado de grandes sensei, tanto no Rio, quanto em SP, e que ajudou muitos praticantes que iniciaram em 90. Outro que veio a se juntar ao grupo foi um antigo aluno de Sergio Rabello, Alexandre Salim. Passou alguns anos depois, com a saída de Ricardo Martins, a ser único representante no Rio. O Sensei Nelson Alves, que antes foi também do instituto takemussu, e antes ainda do Aikido Rio de Janeiro, teve apoio muito importante nesse início, mas no início dos anos 2000 se desligou do grupo.

Ricardo Martins se instalou na ACM no centro; enquanto Alexandre Salim começou a dar aulas no Jardim Botânico e também no centro; na extinta academia mente e corpo. Lá conheci todos eles, Alexandre, Ricardo e Nelson, retomando meus estudos do aikido iniciados no AIRJ no início de 90 com meu mestre Nelson Miranda. Me tornei 1º kyu em 1999 e vim a substituir Alexandre Salim na mente e corpo quando foi para a Tijuca.

Pode se atribuir esse movimento de expansão do aikido de SP representado por estes grupos ao incentivo e apoio de umas das mais importante figuras do aikido mundial: Yoshimitsu Yamada. Mestre Yamada chegou aqui em 92, e continua atuando, não só aqui como em diversos lugares do mundo, por meio da Sansuikai Internacional (a qual somos hoje filiados). Isso proporcionou um aumento não só de opções ao Brasil, como também melhoria inegável da qualidade técnica de nosso aikido. No caso do Rio na década seguinte de 2000, outros grandes sensei proporcionaram a continuidade deste crescimento.

Anos 2000: Mais opções chegando de fora.

Se nos anos 90 o Rio de janeiro (além de outros estados) começou a conhecer o trabalho desenvolvido pelo I. Takemussu e pela FBA (hoje FEBRAI), nos anos 2000 houve mas alguma expansão e novas opções surgiram. Na historia do takemussu ainda destacaria o surgimento do Kitoji em 2000 que foi muito famoso e que ficava (não existe mais neste endereço) em Maria da Graça próximo ao metro. Foi fundado e conduzido por Alberto Coimbra, meu amigo Antonino Barreto e João Marcelo, alunos de Luiz Cláudio Sensei. Hoje funciona em Higienópolis conduzido por Marco Aurelio San.

Gentil Sensei

Em 2001 também chegou aqui o sensei Gentil, retornando de uma viagem de 15 anos ao Japão. No seu primeiro seminário e mais algumas ocasiões tivemos o privilegio de participar do aprendizado proporcionado por este dedicado e talentoso aluno de Sensei Clovis nos anos 80.  A principal influência hoje, conforme ele mesmo afirma em seu site, é do shihan Tsuruzo Miyamoto, a quem o sensei Gentil está ligado. Sensei Gentil trouxe uma bagagem excepcional dessa longa imersão na cultura japonesa, e no Aikido praticado no Hombu Dojo, cultivada numa prática diária e obsessiva com todos os grandes mestres em atividade. Teve o prazer e honra de treinar com o Doshu Kisshomaru Ueshiba, filho do fundador e também com o atual Doshu Moriteru Ueshiba, neto do O Sensei. Treinou também com os senseis Kisaburo Osawa, Sadateru Arikawa, Seigo Yamaguchi, Ichiro Shibata, Hiroshi Tada shihan, Seijuro Masuda shihan, Nobuyuki Watanabe shihan, Seishiro Endo shihan, Masatoshi Yasuno shihan, Shoji Seki shihan, Koichi Toriumi shihan, Tsuruzo Miyamoto shihan, Yoshiaki Yokota shihan, Hayato Osawa shihan. O nome Círculo de Aikido foi escolhido em homenagem ao antigo grupo, criado no início dos anos oitenta pelo saudoso sensei Clóvis Melo, ou Mestre Clóvis, como era carinhosamente chamado pelos alunos. Foi ele quem abriu as portas dessa arte marcial para inúmeros praticantes (como o próprio sensei Gentil), que até hoje ainda praticam o Aikido. Alguns antigos alunos do aikido de Alexandre Salim na época do Jardim Botânico se tornaram os primeiros alunos de Sensei Gentil quando Salim deixou de dar aulas na zona sul mais menos na mesma época que sensei gentil fundou o círculo.

Um grande beneficio do trabalho da FBA de sensei Severino Sales foi trazer por 3 vezes para o Rio um grande aluno de Yamada Sensei: O Sensei Donovan Waite.

No mesmo ano de 2000 chegava ao Rio de janeiro, Luc Leoni, frances, e que foi aluno de Daniel Jean Pierre Sensei, este aluno de Tissier Sensei da FIAA. Também treinou com outros sensei pelo mundo, destacando toyoda sensei nos EUA, já falecido. Começou a somente treinar na academia Mente e Corpo, ainda na época de Alexandre Salim como instrutor. Sensei Luc apesar de sua graduação e nível técnico treinava junto com todos somente praticando.

Eu havia retornado ao aikido em 1999 de um período afastado (no mesmo ano conheci o Yamada Sensei em seminário em SP e decidi realmente continuar no aikido). Ia regulamente a São Paulo e Campinas treinar com Sensei Severino, e fui convidado diretamente por ele para fazer exame de shodan. Treinamos muitas vezes nesta época com Luc Leoni, em suas visitas a Mente & Corpo.

Em 2002 alguns alunos da FBA insatisfeitos com questões ligadas a sede e da representação no Rio, deixaram de treinar na FBA. Destes, a se destacar como nomes relevantes para está ainda recente historia do aikido no Rio, e/ou de influência no cenário atual teríamos o sensei Marcio Fontes e seus alunos Alvaro e Munzer. Procuraram Luc Leoni Sensei e foram convidados a treinar em carater informal com o próprio Luc, mas sem uma configuração formal de grupo. Era apenas um grupo de aikidokas ligados a ahan(aikido humanitarian active network) de homma sensei, mas sem ligação formal de aikido, nem com Homma Sensei, nem com nenhum outro grupo. Alguns remanescentes citam como essa época como o surgimento da nippon Kan mas na verdade esta viria a ser formada somente 2004. Na época Luc dizia não querer formar grupo, mas sim treinar. O único yudansha neste grupo além de Luc era na época Marcio Fontes, recém-promovido por Ricardo Martins antes de sair do grupo FBA. Eu permanecei na FBA mais um tempo. Além destes, seus sempai Álvaro Carvalhaes e Munzer Isbele, faixas azuis na época, foram com Marcio. Alunos da academia da tijuca de Alexandre Salim e dois alunos meus faixas verdes, Bernadete e Marcos Delestre, foram também. Me juntei a eles um bom tempo depois, em 2004. Álvaro Carvalhaes tinha parado algum tempo com o aikido fazendo, outras artes e retornou ao aikido ao se juntar ao trabalho de Munzer na Bujutsu Kai. Esta foi uma academia montada no Saara fruto da paixão de Munzer pelas artes marciais, onde além de aikido, tiveram diversas artes. Alvaro tinha começado no AIRJ com Sensei Bento Guimarães e foi excelente ter retornado ao aikido. Também chegamos a dar aulas por lá, por um breve período, em 2003, 2004 aos sábados. Quando iniciamos lá ainda eramos da FBA e foi no encontro diário com Marcio Fontes e Munzer que nos convencemos a aderir ao novo grupo, pouco depois, no início de 2004. Alvaro que tinha retornado convencido e apoiado por Fontes, ficou junto dele quando decidiu se desfiliar da FBA e foi figura importante no grupo. Este foi praticamente a base do futuro grupo Nippon Kan Br. Outros alunos originalmente de Israel Bujarki (Israel era antigo aluno do mestre Clovis e hoje não mais praticante pelo que sei), que treinaram junto com Marcio Fontes, antes deste treinar com Ricardo, também participavam do grupo na bujutsu kai (Carlos Jr, Teixeira e outros). Eles foram convidados por Marcio para retornar ao aikido. Embora Fontes tenha parado também na época do afastamento de Israel, foi por dois ou três anos, retomando no aikido com Ricardo Martins. Ele já era um shodan quando chegou a Bujutsu e trouxe estes alunos de volta ao aikido. Graças ao apoio de Fontes, que foi um grande incentivador deste grupo,  ele foi se estruturando e  assimilando a proposta técnica da FBA e depois de Leoni Sensei.

Há de se ressaltar que o trabalho da Aikido RJ – dojos shikanai – continuou paralelamente, sempre continuo e de elevado nível técnico. Mas sempre foi um grupo muito fechado e não temos detalhes das gerações todas. Mas nosso foco é destacar os pontos principais que geraram movimentos no Aikido do Rio de Janeiro.  Ao longo destas décadas.

Nippon Kan Brasil: Breve historia

Nippon Kan Brasil foi um grupo de aikido que existiu do início 2001 até 2007*.

O grupo surgiu da dissididencia de praticantes da antiga FBA no rio. Marcio Fontes e seus alunos da academia Bujutsu kai resolveram sair deste grupo em 2001 por alguns fatores que geraram desentendimentos.

Ao mesmo tempo havia chegado ao Brasil em 2000, Sensei Luc Leone, que provinha da Federação Francesa de Aikido e procurou um lugar para treinar. Começou a frequentar as aulas de Alexandre Salim querendo participar.

Por diversos motivos, que envolveram certos acontecimentos no final de 2000, Marcio Fontes resolveu se desligar da FBA e de Alexadre Salima. Junto o acompanharam seus alunos na época. Marcio Fontes consultou seu grupo e resolveu solicitar a Luc Sensei que assumi-se os treinos, visto que tinham tomado contato com ele nos treinos e seminários da FEBRAI e viram seu elevado nível técnico trazido da escola francesa. Como Luc Sensei era amigo particular de GAKU HOMMA SENSEI, o mesmo autorizou-o a ser representate da AHAN (AIKIDO HUMANITARIAN ACTIVE NETWORK) no Brasil, instituição filantrópica fundada por Homma sensei, cuja função é ajudar povos e pessoas carentes por meio do aikido.
A partir de 2004 após a resolução de Luc Leoni e concordancia de Homma Sensei, passou este núcleo, junto com outros que haviam chegado ao grupo no final de 2003(entre eles eu mesmo) a formar a Nippon Kan Brasil. Em 2004 tínhamos nos juntado, convencido do projeto, ao grupo como Ahanrio e foi uma grata mudança essa autorização de Homma sensei a representa-lo oficialmente também como grupo de aikido. Me integrei ao grupo como Yudansha que era desde 2000 e sem me preocupar com filiações. Alvaro Carvalhaes secretariava Luc em Buzios e era instrutor auxiliar lá. Um dia, em meados de 2004, Alvaro me liga e diz: “Uma notíca ótima! Sensei Gaku Homma autorizou a nós formamos oficialmente uma representação de aikido da Nippon Kan no Brasil. Vai ser a primeira vez que ele autoriza isso!” Neste momento surgiu realmente a Nippon Kan. Agora sim um grupo de aikido formal. Se treinava desde 2001 na Bujutsu kai, mas a Nippon Kan só nasceu oficialmente em 2004. Esta foi a única representação da nippon kan original no mundo, e que foi formada originalmente por Homma Sensei em Denver, EUA. Sensei Homma não era muito afeito a crescer seu grupo, segundo suas proprias palavras, e foi a primeira e única vez (até hoje) que existiu uma Nippon Kan fora dos EUA. Homma Sensei foi aluno de Saito Sensei e do próprio fundador na mesma época que Mitsume Saotome Sensei.

Exame para Shodan NKB 2004: M. Teixeira – Uke: Alvaro Carvalhaes. Na banca da esquerda para a direita: Luc Leoni como chefe da banca; ao centro, Walter Amorim e a direita, Marcio Fontes.

Já no final de 2004 para 2005 estávamos formando nova turmas de faixas pretas: O exame de shodan de Álvaro Carvalhaes, Marco Delestre, Bernadete e Teixeira foi feito por Luc Sensei e teve Marcio Fontes e eu, ajudando a compor a banca.

Exame para Shodan NKB 2004: Bernadete – Uke: Teixeira. Na banca: Luc Leoni, como chefe da banca. Auxiliares: Marcio Fontes(direita) e Walter Amorim(centro)

Alvaro, Teixeira e Munzer eram senpai mais antigos na Bujutsu Kai, fundada pelo próprio Munzer, um grande entusiasta, não só do aikido como das artes marciais em geral. Eles tinham como instrutor Marcio Fontes. Considero que foi um momento muito importante para mim, pois foi minha primeira experiência em banca de exame de yudansha. Naquela época somente Luc como 4o Dan da Nippon Kan, e 3o da aikikai, poderia examinar, e nos chamou para participar como assistentes. Também outros faixas pretas surgiram, ainda em 2005 no grupo, como Marcio Rocio e o próprio Munzer.

Gaku Homma Sensei , Kancho Nippon Kan
Da esquerda para a direita: Nelson Alves Sensei, Gaku Homma Kancho, Walter Amorim Sensei e Marcio Fontes Sensei

O breve período de existência da Nippon Kan Brasil foi muito interessante por trazer muitos eventos ao Rio de Janeiro além daqueles promovidos pelo Aikido RJ – dojos shikanai.  Grupo mais antigo e de grande responsabilidade em construir essa historia do aikido em terras cariocas. Mas que hoje felizmente divide esta responsabilidade com muitos grupos como citamos neste artigo, o que permite maior possibilidade de crescimento do aikido carioca

Um fato relevante ao nosso ver nesta curta historia foi que em 2003 veio morar no Brasil, especificamente em Minas Gerais, o 6º Dan Claude Wallla e em 2005 Luc Leoni foi conhece-lo em Barbacena. Ele tinha na época 40 anos de aikido e era 2º Dan em Iaido, tendo sido aluno direto de Christian Tissier. Este encontro trouxe ainda mais conhecimento técnico ao grupo. Ele fez diversos seminários e aulas no Rio para a Nippon Kan engrandecendo muito a técnica de todos. Um dos mais importantes eventos realizados no Rio de Jaqneiro até hoje, foi organizado pelo grupo: A primeira visita (e até hoje única) de Hitohiro Saito sensei ao Brasil em 2005, do qual fomos um dos organizadores na época, responsável pela comunicação do evento. Foi um evento de grande sucesso em presença de aikidokas nacionais e internacionais no Rio, apesar de declarado boicote de alguns grupos. Ele veio junto com Gaku Homma Sensei e Stefanie Yapp, uma grande aikidoka ligada a Saito Sensei, este um dos grandes nomes do aikido de todos os tempos. Hoje está ligada ao seu filho Hitohiro. O seminário foi uma homenagem ao sensei Morihiro Saito, que sensei Homma iria trazer ao Brasil alguns anos antes, mas devido a sua já abalada saúde não ocorreu. Sempre preocupado também no aspecto cultural, trouxe também um evento de Taiko(tambores japoneses). Gakku Homma Sensei veio varias vezes ao Brasil. Fez diversas ações humanitárias por meio AHAN, o que faz até hoje em diversos países. Em 2007 Luc Sensei, pensava em se filiar a Brasil Aikikai, o que ocorreu. Neste mesmo ano Homma Sensei veio a última vez ao Brasil. Não é dito os motivos de Sensei Homma ter desistido do projeto da Nippon Kan Br e nunca mais voltado ao Brasil. Isso nunca foi bem explicado. Mas temos algumas pistas. Como fiquei desde 2005, no seminário de Saito, designado como na comissão organizadora como diretor de comunicação do grupo ( a principio somente para o evento, mas acabei exercendo essa tarefa de comunicações até minha saída do grupo), tivemos oportunidade de ver alguns movimentos coincidentes. Neste ponto minha explicação é apenas baseado nas circunstancias e declarações que ouvi. Não há versão oficial. Minha impressão: Nesta organização a quem Luc Leoni se filiou em 2007 (Br Aikikai), tinhamos o detalhe de que seu presidente W. Bull era contrário ao trabalho desenvolvido por Homma Sensei por meio da Ahan e aqui no Brasil com a AhanRio. O próprio Sensei Wagner Bull veio falar comigo alguns anos antes, em 2003, em um seminário de Campos do Jordão, que fizesse Luc Sensei entender que esse tipo de visão da AHAN era bonita, mas contraproducente. Queria que conversa-se eu com Sensei Luc (sabe-se lá por que me elegeu nesse momento para isso. Talvez tenha chegado a ele que eu seria o diretor de comunicações como o proprio Luc me designava). Não sei exatamente como, mas isso foi chegando aos ouvidos de Homma Sensei e o aborrecia segundo relatos de pessoas de SP que se relacionavam comigo. Acho que houve algum contato dos dois e gerou desconforto. Realmente é fato que Wagner Bull Sensei inclusive se recusou em 2005 a participar do seminário de Saito Hitohira, proibindo alunos de irem. Fez ainda outro seminário paralelo na mesma data. Uma filiação de Luc Sensei a BR Aikikai do Takemussu pode não ter sido agradavel para Homma sensei. Quando houve em 2007 a filiação de Luc Leoni Sensei a Br Aikikai todos nos estranhamos na verdade. Depois vimos que era um movimento também motivado pelo desejo de Luc de não se afastar da aikikai. Gakku Homma Sensei não pertence a ela, pois tem um grupo independente. Por coincidencia ou não, Homma Sensei se afastou do Brasil no mesmo ano, após seu seminário em setembro de 2007.

Gaku Homma Sensei e Walter Amorim – 2007. Na última visita e seminário de Homma Sensei

Sempre me pareceu que essa aproximição de Luc com a Br Aikikai teve a ver com o afastamento de Homma Sensei. Eu me desfiliei do grupo no início de 2008. Alguns estranharam, mas vi que a proposta inicial que me atraiu quando ainda tinhamos a AHANRio tinha se modificado. Para mim, sem rancores, mas preferi seguir dentro dos objetivos do Ganseki Dojo. Logo depois, parece que ainda em 2008, também saiu do grupo Alvaro Carvalhaes. Acho que pela mesma motivação. O grupo manteve este nome por mais algum tempo embora com nenhuma ligação com a Nippon Kan original ou Gaku Homma Sensei. Hoje acredito que foi na sua vinda no seminário que ele tenha formalizado a Luc, que não mais daria apoio ao grupo. Na verdade não importa detalhes e ressentimentos devem ser diluídos pelo tempo. Mas o fato é que tivemos um grande e breve grupo de aikido e uma associação AhanRio que de 2001 até 2007 fez um trabalho interessante de doações as instituições como obra do berço e outros por meio da arrecadação de seus seminários, sobretudo de Homma Sensei que faz esse trabalho da mesma forma por vários locais do mundo. Acho isso admirável. Tivemos uma oportunidade ímpar de conviver e aprender com Homma Sensei. E também com Luc Leoni. Mas este último se identificou no final mais com a proposta de W. Bull e preferiu também o retorno a Aikikai. E com certeza as duas propostas da Br Aikikai e de Homma Sensei (a ahanRio até hoje é uma proposta arrojada de trabalho) não conviveriam muito tempo. Essa é um relato resumido da NKBR, sendo esta a historia do aikido no Rio, mas registra movimentos relevantes deste grupo. Com certeza semeou frutos.

Instituto Maruyama no Rio:

No início de 2000 havia sido criado um outro grupo em São Paulo – o Instituto Maruyama. Roberto Maruyama era outro antigo membro da União Sul Americana. Ricardo Martins foi seu primeiro representante no Rio no inicio dos anos 2000 depois de ter ficado alguns anos sozinho. “Ronin” como ele se considerava. Ricardo Martins havia iniciado no aikido em 1986 na cademia SCRETT no leblon com o Sensei Clóvis Melo em 1986.
Ricardo Martins se filiou ao Instituto Maruyama após ter conhecido o Shihan Masakazu Kitahira 8º Dan (Hiroshima Aikikai) do Japão em um seminário. Ricardo Martins se impressionou com as virtudes do Shihan Kitahira e principalmente pela sua atitude honesta e sincera. Ricardo Martins foi “apadrinhado” por Kitahira Shihan sob cuidados do Sensei Maruyama.

Toshio Ikeda San

Foi por volta de 2006 que Marcio Fontes, insatisfeito como os rumos que começavam a se desenhar na Nippon Kan, tinha se filiado também ao Instituto Maruyama. Nesta época um antigo aluno meu de Jacarepaguá e que já estava treinando com ele a alguns anos, depois que deixei de ensinar em Jacarepagua, foi com ele. Seu nome: Luis Peixoto. Ficaram como os dois representantes do grupo Maruyama no Rio. Depois chegou Toshio Ikeda Sensei que se filiou ao grupo e dava aulas no Cosme Velho. A parti de 2006 o Instituto Maruyama no Rio foi composto por Marcio Fontes, Luiz Peixoto e Claudio Almeida. Assim permaneceu até 2012. Claudio Almeida era um antigo aluno da manhã da academia do Munzer no Saara na época da Nippon Kan. A academia fechou e este passou a treinar na Academia Top Defense sob orientação do Sensei Ricardo Martins. Ricardo Martins solicitou ao faixa marrom Claudio Almeida e Rodrigo Shoenacher (faixa azul)que apoiassem o Ikeda Sensei na manutenção do Dojo da Nikkey do Cosme Velho e assim mantendo o site ligado ao instituto Maruyama, na manhã. Alguns anos depois Ikeda foi para o Japão e Claudio Almeida, já shodan, assumiu as aulas. Em 2013 soubemos que Marcio Fontes não pertence mais o instituto Maruyama.

Por volta de 2008, Ricardo Martins se desligou do Instituto Maruyama. Até alguns anos atrás era 2° dan que seguia sob orientação somente do Shihan Yamada Yoshikazu 7º Dan (Kojira Jyukko Kanie Dojos).

A partir de 2005 então, quase todos os grupos paulistas tinham pelo menos um representante no Rio. Somente os dois mais antigos não: A FEPAI e União Sul Americana. Logo mudaria.

Outros grupos cariocas a partir de 2005:

Em 2005 foi fundada a Escola Meirelles de Aikido. É um grupo formado pelo sensei Silvio Meirelles e seus alunos mais antigos. A origem dele é igual a minha bem no inicio: Treinamos juntos no Aikido RJ – dojos shikanai. Ele como aluno de Antonio Augusto em Niterói  e eu com Bento em breve período, e depois com o professor Nelson Miranda (Sensei Antonio foi promovido recentemente a 5o Dan). A EMA se filiou a FEPAI em 2007. O orientador técnico é Makoto Nishida, 7o dan aikikai. Antes disso por alguns anos, foram alunos de Carlos Nogueira. Desta forma ficou a FEPAI também com uma representação no Rio. Somente Kawai Sensei e a união sul americana não tinham representação no Rio. Alguns anos depois fomos nós, Ganseki Dojo, estes representantes.

Foi no mesmo ano de 2005 fundamos o Ganseki Dojo. Embora dessemos aulas muito tempo antes, neste ano criamos uma outra proposta de crescer nossa visão do aikido, seguindo a nossa missão mais concretamente. Éramos da Nippon Kan Brasil nesta época; que havia sido récem-criada. Permanecemos até 2008 e resolvemos não permanecer no novo projeto da NKB, filiada a Brasil Aikikai e separada de Homma Sensei.

Depois de alguns meses avaliando, me filiei a Kawai Sensei e a união sul americana, e lá permaneci até a sua morte em 2010. Após o falecimento de Kawai Sensei, no inicio de 2010, estava passando por alguns problemas e também atento aos movimentos dentro da organização. Decidi no final do ano que ia me afastar e deixar meus alunos seguirem o caminho Ganseki. Na união ou não. A pedido deles reconsiderei; e no inicio de 2011 era o primeiro representante da Sansuikai no Rio de Janeiro.  A Sansuikai foi criada internacionalmente para difundir o aikido e dar crescentes opções técnicas a todos.  E evitando políticas acima do aikido. Isto o que queriamos a muito tempo. O criador da Sansuikai, nosso mestre, dispensa apresentações: Yoshimitsu Yamada, o shihan aikikai, 8º dan, orientador técnico e representante junto ao Aikikai Hombu Dojo/Aikikai. Junto a ele, divulgando o aikido pelo mundo está seu aluno, Donovan Waite, 7º Dan Aikikai. Em 2011, em seminário em Piracicaba (onde estava orgulhoso com meus alunos), eles dois ministraram um seminário comemorando 20 anos de Brasil. Nestes 20 anos foram muitos por eles orientados e apoiados . Entre outros, os 6º dan, Severino Sales, Ricardo Leite Sensei, Breno Sensei, Eduardo Dutra Sensei e Wagner Bull Sensei. Destes somente Wagner Bull hoje, não tinha boas relações com Yamada Shihan.

– GRUPOS AIKIKAI HOJE NO RIO:

Voltando especificamente ao Rio, todas estas trajetórias individuais e coletivas formaram o que é hoje o aikido carioca. Alguns grupos de SP, com formaçoes menores no RIO, com um ou dois professores, passaram a nao ter mais representaçoes ativas. Após a pandemia houve um baque muito grande em todas as artes marciais e o aikido do Rio sofreu muito com isso. Contribuiu para o enxugamento de muitos grupos.  Hoje então temos na cidade, ligados a aikikai:

– DOJOS SHIKANAI ou AIRJ

– Alberto Sensei, Antonio, Pedro Paulo, Nelson Miranda, Sensei Ortega e inúmeros outros, sendo estes os mais antigos. Atualmente Bento Sensei não ministra mais aulas regulares. Bento Sensei hoje, pelo que sabemos, está afastado das aulas regulares aparecendo em algumas ocasiões. Em 2018 Sensei Nelson se afastou um pouco do aikido Rio de Janeiro. Não se afastou definitivamente na epoca, mas devido a questões pessoais teve que encerrar seus treinos no Cosme Velho.  A alguns anos se afastou do aikido RJ. Ficou um tempo ministrando aulas em nosso dojo. Está afastado no momento atual.

– UNIAO BRASILEIRA DE AIKIDO

– Representado no Rio pela Ganseki Kai de Walter Amorim. Walter Amorim Sensei é representante direto da Uniao Brasileira de Aikido. Conta com mais 15 faixas pretas, entre sandan, nidan e shodans.

Desde 2016 representa tambem o grupo, o sensei Mateus Aldin, aluno de Marcus Caires Sensei, que se mudou de SP. A UBA é formada pelos antigos alunos brasileiros de Yamada Sensei que após sua passagem, formaram a UBA. Antes o grupo era a SANSUIKAI. A UBA é um dos poucos grupos brasileiros com representaçao direta do Hombu Dojo.

RIO AIKI– Grupo filiado a APA de Sao Paulo por meio da ligaçao com o Sensei Leonardo Sódre. A formaçao do grupo é relativamente recente, sendo quase todos os seus integrantes egressos do antigo Leoni Dojos.

INSTITUTO TAKEMUSSU/Brasil aikikai – Do instituto Takemussu diretamente ligados ao grupo de Wagner Bull sensei temos Sergio sensei, Mauro Salgueiro e o Marco Aurelio San(kitoji).

FEPAI – EMA: Sylvio Meireles e seus alunos  Cláudio serra, George Leonardo entre outros.

CÍRCULO DO AIKIDO  – Alunos de Sensei Gentil, que hoje reside no rio Grande do Norte: Julio Galhardi, Cristian Yoyens, entre outros. Em 2023 entrou no grupo Marcio fontes. Conforme informação do próprio Marcio estava, após a saída do I. Maruyama ligado a Federação de Lutas do Estado do Rio de Janeiro, cujo presidente é o Sr. Robson Gracie. Não estava ligado a nenhum grupo de aikido específico, tendo seu próprio grupo. Em 2023  retornou a aikikai e se ligou ao círculo do aikido.

Outros sensei:

– Instituto Maruyama – Começou com Ricardo Martins no RJ e teve alguns instrutores adeptos. Hoje somente Claudio de Almeida segue no grupo. Entraram por volta de 2006 Marcio Fontes, Luiz Peixoto e Claudio  Almeida. Ficaram os 3 até 2012 permanecendo Claudio a partir de então. Claudio era um antigo aluno da manhã da academia do Munzer no Saara na época da Nippon Kan. A academia fechou e este passou a treinar no cosme velho com Ikeda Sensei ligado ao inst Maruyama, na manhã. Alguns anos depois Ikeda foi para o Japão e Claudio, já shodan, assumiu as aulas.  Em 2013 soubemos Marcio Fontes não pertencia mais o instituto Maruyama e Luiz Peixoto também não. Não sabemos mais informações deste último. Se dá aulas ainda inclusive. Permaneceu apenas Claudio Almeida. Alguns anos atrás faleceu Claudio.

Pelo que se sabe, nao existe mais filiaçao ao instituto maruyama no Rio de Janeiro.

FEBRAI – Alexandre Salim. Atualmente nao parece que esta ministrando aulas.  A informaçao carece de mais fontes. Nao existiria mais portanto a FEBRAI no Rio de Janeiro.

– Sensei Carlos Nogueira: Foi aluno de Shikanai Sensei e saiu do Brasil indo para os EUA e em seguida para o Japão onde ficou por cerca de 2 anos. Voltou ligado a Saito Sensei nos anos 90, tendo treinado com Morihiro Saito Shihan focando o treino no chamado estilo Iwama, fundando a Iwama Brasil. Mantém o nome até hoje embora não esteja filiado ao grupo criado pelo filho de Morihiro  Saito – Hitohiro Saito (shin shin aiki shurenkai – dentou iwama ryu ). Sensei Nogueira manteve o nome Iwama Brasil e seguiu independente. Não sabemos como está em relação a filiações hoje, mas a última informação que temos, é que estaria independente.

– Ricardo Martins: 2º Dan Aikikai aluno hoje direto do Shihan Yamada Yoshikazu 7º Dan (Kojira Jyukko Kanie Dojos) Ex-aluno dos mestres Shihan Masakazu Kitahira 8º Dan (Hiroshima Aikikai), Roberto Maruyama 6º Dan (Instituto Maruyama e Ex- Pres. do Brazil Aikikai), Sensei Severino Sales 6º Dan (Pres. FEBRAI), Sensei Pedro Paulo 5º Dan (Aikidô Rio de Janeiro), Sensei Adélio 4º Dan, Sensei Ortega 4º Dan (Aikidô Rio de Janeiro), Sensei Luis Cláudio 2º Dan (Instituto Takemussu) e do saudoso Mestre Clóvis (Círculo de Aikidô) com quem iniciou seus treinamentos em Aikidô em 1986 na academia SCRETT no Leblon Rio de Janeiro. NOTA: Atualmente nao temos informaçoes se ainda permanece filiado ao Kojira Jyukko Kanie.

– Kojira Jyukko Kanie Dojos: Representado no brasil pelo sensei Renne Bintencourt. Atua em Niteroi. Nao temos muita informações deste grupo. O site www.kohirajuku.com está fora do ar.

Leoni Dojos: Como representação Brasil Aikikai tinhamos o Leoni Dojos, que com sede em Búzios, tínhamos diversos alunos no Rio. Estes últimos formado por remanescentes da antiga Nippon Kan Br e com outros filiados, basicamente do Instituto Takemussu, que se filiaram diretamente a este grupo. Algumas questões criaram divisões no grupo que dos 6 dojos filiados, sairam 5 para formar a RIO Aiki.

Só sobrou um dojo e um sensei. Este tambem nao está mais no I. Takemussu e segue um trabalho independente, apoiado por Luc Leoni que retornou a França.

Outros estilos:

– Shodokan: Existem ainda 3 grupo de aikido shodokan: Do grupo Tada (Shodokan), de seu antigo aluno Paulo Henrique, que fundou a Facerj(independente) e outros alunos destes que fundaram a ARSA RIO

– Ki Aikido: Jorge Pretyman (antigo aluno do AIRJ quando chegou ao Brasil, mas voltou as origens pois começou o aikido com nada menos que o próprio Tohei no Havaí no Ki Aikido. Atualmente não leciona, pelo que parece. No ki aikido, dando aulas em Niterói, temos o sensei Ubiratan.

– Shin shin aiki shurenkai – dentou iwama ryu: Alvaro Carvalhaes a partir de 2012 e que antes era Brasil Aikikai conforme citado. Álvaro Carvalhaes se desfiliou da Brasil Aikikai e do Leoni Dojos. Se filiou ao sensei Jose Silva de São Paulo, sendo este ligado a shin shin aiki shurenkai Sentou iwama ryu – de Hitohiro Saito Sensei.

Nota1: destaquei professores principais e instrutores antigos ligados a eles com dojo ou turma própria fora do local do líder.

Nota 2: Destaquei somente a cidade do Rio de Janeiro e Niterói que foi um grande pólo também devido ao trabalho desenvolvido lá ainda no inicio do aikido por aqui quando Shikanai Sensei sai de Copacabana para dar aulas lá.

Peço desculpas pela omissão de algum nome importante na lista. Por favor, ajudem quem tiver mais informações. Algumas surgiram, passaram para nós e acrescentamos. Podemos sempre melhorar o texto, e a narrativa dos fatos. A fim de dirimir dúvidas, este relato conta a historia do aikido do rio da melhor forma a se ter entendimentos de alguns movimentos que ocorreram desde a introdução desta arte marcial em nossas terras por Nakatami sensei.

NOTA ADICIONAL: O texto original foi modificado ao longo tempo, em grande parte pela colaboração de pessoas que viveram diretamente alguns percalços, o que enriqueceu a narrativa, como foi o caso de Mauro Salgueiro, Ricardo Martins, Marcio Fontes, entre outros, Agradecemos também enormemente o texto original de sensei Santos. Um presente. É claro que não é possível agradar a todos. Falo isso por que já me disseram que alguém se desagradou da iniciativa de contar essa historia, e postou críticas em algum lugar dizendo não ser assim que ocorreu determinado fato narrado. É um fato isolado pelo que parece, mas pode ocorrer. Ao invés de, como nossos amigos citados, utilizar o pensamento aiki de unir e progredir a narrativa, tão interessante para os novos, e nos enviar uma mensagem direta para que pudéssemos melhorar o texto, parece que preferiu apenas a crítica. É esperado. Alguns treinarão 10, 20, 30 anos e só aprenderão técnicas.”Dicere et facere non semper eiusdem.”(Dizer e fazer não são sempre da mesma pessoa) Mas de qualquer forma, nesse caso, foi fácil resolver, pois o melhor caminho foi eliminar ao máximo referencias no texto, sem prejuízo a narrativa, pois não se trataram de fatos relevantes para se contar essa historia do aikido no Rio de Janeiro.

O-Sensei e os propósitos do Aikido

Por George Leonard

George Ledyard, Aikido 6 º Dan e aluno direto de Mitsugi Saotome Sensei, iniciou no Aikido em 1976 e tem sido instrutor chefe de Aikido Eastside em Bellevue, WA desde 1989.

Passei este fim de semana passado no dojo de Hultgren Sensei em Missoula (cidade do estado de montana, EUA), para treinar com meu professor, Mitsugi Saotome Sensei. Como esperado, o seminário foi maravilhoso, mas eu achei a exposição Sensei particularmente comovente naquele momento. Eu acho que Sensei, tendo agora aos quase setenta anos, é cada vez mais consciente de sua “missão”, que começou mais de 35 anos atrás, quando ele veio para os Estados Unidos para ensinar. Saotome Sensei passou toda sua vida adulta na arte do Aikido. Ele sente que o Fundador do Aikido instruiu seus estudantes pessoalmente para, em primeiro lugar entender o significado de seus ensinamentos para eles, e, em seguida, para transmitir essa compreensão para estudantes de todo o mundo.
Dado o estado do mundo, tanto atualmente, como historicamente, acho que é difícil envolver minha mente em torno de todo o conceito de paz mundial. Eu acho que a única maneira de sequer começar a abordar esta ideia é do ponto de vista de como praticar Aikido pode transformar o indivíduo, porque tudo começa lá, com os profissionais dedicados que exercem essa prática, moldando suas vidas diárias em torno de uma arte em que as pessoas vão encontrar, em algum momento a impressão de ser esta bastante exótica e em grande parte irrelevante para as suas preocupações diárias.
Como alguém poderia pensar que qualquer prática seja importante em qualquer escala maior do que a pequena comunidade de pessoas que praticam essa arte? Eu acho que tudo decorre da crença de que tudo, cada objeto, cada ser, literalmente, tudo no universo está conectado. Então, assim como Física nos diz que cada partícula em todo o universo está ligada a cada outra partícula, que uma mudança de estado em uma instantaneamente, sem demora temporal, refletir em uma partícula sobre ele do outro lado do universo, também há uma alteração em qualquer indivíduo, em algum nível, com o efeito em qualquer outro ser humano.
Estas são ideias inebriante. Mas a menos que se tenha algum tipo de experiência mística kensho em que ele ou ela tem percebido diretamente a verdade desta realidade continua a ser simplesmente o tipo de conjectura cósmica se faz sobre o vinho com os amigos em entes sala de estar, falta de substância real ou realidade tangível . Embora eu acredite que a prática de Aikido, se feito muito a sério, por muito tempo pode começar a dar um sentido real dessa “conexão universal” Eu acho que o foco para a maioria das pessoas na arte deve ser no aspecto de como o treinamento deve ser e pode realmente ser, trans-formação em um nível pessoal. Como na teoria do “ponto de inflexão”, que trata de mudanças em larga escala na sociedade e como eles acontecem, se número suficiente de indivíduos se envolver em tal prática, não pode realmente ser um efeito sobre o todo que parece ser maior do que o número real de pessoas fazer essa alteração parece indicar.
A primeira coisa que me impressionou sobre o que Saotome Sensei discutido com nós era que apenas fazendo Aikido não era suficiente, que o aspecto trans-formadora da arte não era inerente ao fazer da arte, mas sim uma necessidade para fazer a arte em uma maneira que foi trans-formação. Sensei falou sobre como as pessoas são capazes de simplesmente incorporar todos os medos, inseguranças, e agressão em sua prática. Seu Aikido é baseado em uma mentalidade defensiva ea esperança é que, se alguém pudesse simplesmente alcançar o tipo de energia que permitiria um para derrotar qualquer inimigo, que permitiria que um ser “segura” neste mundo perigoso.
Sensei salientou que este não é o Aikido de transformação. Este é o Aikido de destruição. Isto é o que ele chama de “lado negro” do art. Não é que ela não existe. Não é mesmo que não se estudar esse aspecto da arte. É simplesmente que o foco deste lado da arte perde todo o ponto de por que o fundador criou a arte em primeiro lugar. Eu acho que o Fundador significou para a nossa prática para transformar esta isolada, mentalidade, paranóico com medo, que produz praticamente as ameaças muito que é tanto medo. A visão deslocado da realidade, que incorpora as ameaças, inimigos, olha para cada aspecto da vida como uma espécie de vitória perde concurso é simplesmente uma ilusão. Nossas ações causam sofrimento precisamente porque são baseados na falsa idéia de que nós não estão integralmente conectados uns aos outros.
Assim, um Aikido que tem o poder de transformação é aquele que incide sobre esta conexão, em vez de em alguns fazer crer jogar samurai faux atuação que gira em torno de fingir lutas contra os agressores imaginado. O paradigma marcial não é para o propósito de preparar-nos para alguns potenciais luta contra os perversos, é simplesmente o mecanismo de feedback que nos permite testar a nossa própria compreensão e obter confirmação imediata ou a falta dela. A “mente de combate” simplesmente não pode resultar em nada, mas Aikido corretivas. Um deles é forçado pelo esforço constante para refinar as técnicas, para torná-lo mais e mais esforço, de abrir mão de nossas visões equivocadas de separação e aceitar que estamos conectados.
Se a nossa prática é feito corretamente, cada vez que agimos de uma forma que não estar de acordo com a realidade subjacente de interconexão, deve ser imediatamente evidente no fracasso da nossa técnica para atingir esse nível de effortlessness natural que caracteriza aiki “real “. Nosso objetivo não é a derrota de um atacante, nem devemos nos contentar com o simples fato de que o nosso parceiro atingiu o tapete e isso significa que de alguma forma temos “ganhou”. Não, a meta de nossos esforços é um nível de técnica que é tão de acordo com os princípios essenciais realidade subjacente que nenhum esforço é necessário, que a interação com o parceiro é tão perfeita que tudo isso acontece sem qualquer pensamento de discórdia, sem a necessidade de dicotomias como ataque e defesa, além das noções convencionais de tempo, em um lugar que não se envolve a mente pensante.
É essa busca de “perfeição” que muda um sistema de combate simples em algo muito maior. Ao invés de olhar para a derrota de um inimigo imaginado como o objetivo, que não requer qualquer mudança fundamental nos mais medo visão de mundo baseada, o tipo de técnica que eu estou falando praticamente exige que se deixa ir de qualquer noção de contenção. Ela exige que um deixar de ser medroso, deixará tentar encobrir os temores com a busca desesperada pelo poder, a técnica não-defeatable … livrar-se da falsa noção de que se pode usar a força para vencer.
Tudo isso está contido na técnica do Aikido quando bem feito. Toda técnica tem um instante em que alguém aceita a energia do ataque. É impossível efetivamente executar uma técnica com “aiki” sem isso. Um tem que estar disposto a “deixar ir” da necessidade de defender e, realmente, ser totalmente certo onde ele poderia ser cortado pela espada ou atingido pelo golpe, para ter uma chance de não ser atingido. Técnica só se torna possível no instante em que você eo parceiro se encontram.
Aikido é uma arte que é, fundamentalmente, sobre a “conexão” ainda atrai justamente aquelas pessoas que realmente não deseja se conectar. Pessoas fracas têm de cumprir um “ataque” e ficar no olho do furacão para ter qualquer esperança de ser seguro. Pessoas fortes têm de deixar de ir a falsa noção de que sua força é o que realmente torna segura, eles têm que perceber que a única maneira de estar seguro é parar alegando e realmente relaxar, na mente e no corpo. Cada indivíduo é chamado a desenvolver precisamente o conjunto oposto de habilidades e características que agarrar como a falsa idéia de quem eles são.
Toda a prática é de cerca de alcançar uma compreensão do equilíbrio, o equilíbrio em todos os níveis, mental, físico, espiritual, emocional, social, cósmica. Este “equilíbrio” representa a verdadeira liberdade. É o lugar no corpo aquelas em que um pode mover-se completamente sem esforço, como se sente a necessidade. Ninguém é forte o suficiente para pará-lo quando você faz essa parte o equilíbrio da sua configuração padrão. Treinamento nos revela que a tese é a expressão física de tensão mental causada pelo medo. Prática deve ser sobre a transformação que o medo, o que é negativo e motivador para os impulsos mais escuro que todos nós carregamos em outra coisa.
Se os praticar Aikido não ajuda ninguém chegar a um acordo com a mortalidade de uns, ela não está fazendo o que ele precisa. Se alguém se aprofunda mais as emoções negativas, uma acabou se ao medo. E subjacentes todo o medo está no fundo do medo, da morte. Budo, Aikido e é uma forma de Budo, é sobre a vinda termos com os de mortalidade. Muitas vezes a prática do Aikido é atenuado demais para que isso aconteça. Não há sensação de caminhar na orla. Assim, enquanto a prática não é sobre a luta, ele tem que manter seu paradigma marcial. O dojo em que tudo é muito seguro não pode produzir a transformação pessoal. Muitos dojos encarnar um desejo equivocado de proteger seus alunos de qualquer coisa que assusta ou pode ser potencialmente prejudicial. Eles são pouco mais do que os clubes sociais em que as funções de membro como uma sociedade de admiração mútua. Os seres humanos não fazem mudanças sérias de forma fácil e este tipo de atmosfera simples permite que qualquer pessoa não mudar em vez de colocar pessoas em uma situação em que devem fazê-lo.
Por outro lado, em uma tentativa totalmente equivocada, para evitar o acima exposto, muitos dojos ir por outro caminho. Prática é brutal, lesões freqüentes. Os estudantes podem existir em um estado perpétuo de medo de o professor ou os idosos. Alunos que são inteligentes o suficiente para ver através deste absurdo e deixar são vistos como “não dura o suficiente”, não vale a pena o tempo eo esforço que seria necessário para ensinar-lhes técnica, riddance tão bom. O problema é que não se aprende a não ter medo de ter medo. Aquelas pessoas que provar “o suficiente duro” para lidar com o treinamento áspero e instrutores simplesmente brutal dessensibilizar-se. Eles não transformam a energia do seu medo em uma energia diferente positivo, eles cobrem sobre isso, enterrá-la profundamente e fingir que eles não têm medo mais. Gente como essa tornam-se as crianças abusadas clássico que crescer e se tornar abusadores. Certamente não tem idéia entes da maneira de criar a paz mundial ou mesmo equilíbrio individual.
Não, a resposta para o que o treinamento precisa ser mentira, mais uma vez, em equilíbrio. É preciso que haja risco. As pessoas precisam se sentir como se eles têm que pisar fora da zona de segurança, mais e mais. Mas eles também têm a experiência que sua formação lhes permite assumir esse risco e ter sucesso. Eles precisam ter a “vitória” para que seus corpos e suas mentes começam a acreditar que as lições contidas na técnica adequada representam a melhor maneira de abordar o mundo. Assim, a prática é um equilíbrio tênue entre repetidos fracassos e sucessos repetidos. Falha demais não resulta em muito a aprendizagem a todos. Muito sucesso não força o aluno a cavar fundo, toque essas reservas desconhecido, para ir além dos limites anteriores.
Cada técnica exige sensibilidade para o equilíbrio essencial que existe entre os parceiros. Isto exige que se aprende a “ouvir”. para calar a boca que o diálogo interno, o “ruído” que impede de realmente ouvir o parceiro. Ao mesmo tempo, o Aikido é realmente uma conversa … então apenas escutando não a torna uma conversa. Um tem que saber a maneira correta de se expressar em apenas tal forma que o parceiro tem que ouvi-lo. Assim, no acordo de parceria de prática de Aikido, cada parceiro é obrigado a tanto calar e ouvir e, simultaneamente, expressar-se e ser ouvido. Um tem que fazer isso com muitos parceiros diferentes, cada uma com um diferente tipo de corpo, disposição, etc descobre-se que a pessoa simplesmente não pode forçar qualquer noção pré-concebida da técnica sobre esses diferentes parceiros. O que funcionou com uma falha miseravelmente com o próximo.
Assim, ao longo do tempo, começa-se, não apenas para compreender a maneira pela qual um relaxa e equilibra as própria mente e corpo, mas também somos forçados a realmente ser no instante presente. Nenhuma noção de o que se quer algo a ser no futuro, ou o que se queria que fosse resulta em nada, mas luta. Um tem que realmente deixar de ir ao desejo de forçar as próprias preferências sobre os outros e permitir que a técnica para se expressar. Nem um dos sócios de fato determina o resultado, ao contrário, quando os dois parceiros bem prática, a técnica é uma expressão de como eles se reuniram naquele instante de tempo e espaço. Como um floco de neve, nunca haverá uma outra técnica que ocorre exatamente da mesma maneira. Este é Tome Musu Aiki, a mais alta expressão da técnica do Aikido. Muitas pessoas confundem o estágio de conhecimento técnico que se torna espontâneo e livre como a expressão deste conceito. Acho que isso é errado … fica aquém do que Tome Musu Aiki realmente é.
Tome Musu Aiki só pode realmente ter lugar quando se tem deixar de ir preferências, preconceitos, desejos … está além do ator ou uma ação. Ela ocorre em que momento princípio tornou-se entranhado no corpo como as suas configurações padrão ea conversa entre os parceiros atinge esse estágio que pode existir entre pessoas verdadeiramente íntimas em que toda a conversa pode ser silenciosa. A ação ainda sente ea quietude contém infinitas possibilidades de expressão, um estado de potencial que não é usado para cima ou esgotados, pois a técnica se desdobra.
A maioria das pessoas, mesmo os profissionais sérios da arte do Aikido só tenho flashes desse estado na sua prática. Aikido pode ser trans-formação, mesmo para aqueles que não vai treinar a este nível etéreo? Na minha opinião, sim. Para a maioria das pessoas, a lição mais valiosa do Aikido está contido no ukemi, como eles agem fora o papel da pessoa que inicia a interação entre os parceiros. Em termos de ter aulas fora do dojo que vai ficar um em bom lugar na vida de cada dia os, ukemi é de longe mais importante que qualquer habilidade técnica que se obtém fazendo waza.
Todos os dias, como seres humanos, nos deparamos com experiências em que somos obrigados a “tomar uma queda”. Um parceiro nos deixa, um ente querido morre, perde-se aquelas trabalho, um chefe dá uma crítica negativa … sua infinita. Uma das verdades nobres do budismo é que “a existência é sofrimento”. A abordagem Aikido para lidar com o sofrimento é “tomar o ukemi”. Um pode cair contrato, dura em torno da dor, levá-lo ao redor por anos e deixá-lo uns vida de controle ou um pode suavizar-se, pegue o acerto ou levar o tombo, deixe-o ir e ficar com a vida, a sua realmente até o indivíduo .
Não existem técnicas mágicas para a maioria dessas ocorrências. Como singularmente inútil é a capacidade de lançar outro ser humano ao solo é quando seu chefe lhe diz que você foi rebaixado. O nikkyo mais assustadora do mundo Aikido parece trivial e irrelevante quando o problema é achar que você está perdendo sua hipoteca e, possivelmente, a sua casa. Muitos dos momentos cruciais na vida queridos envolvem situações em que simplesmente não há boa resolução à vista, Está a tomar a queda. Pura e simples.
No Aikido nós gastamos cinquenta por cento do nosso tempo no papel de uke. É uma parte crucial da prática que assumir esse papel. Ela exige um desapego do ego para tomar essa queda de velhos, jovens, juniores, parceiros menores. Esta é uma parte muito importante do treinamento de Aikido e uma parte que, na minha opinião, não é bem compreendida. O papel do uke é facilitar a aprendizagem de seu parceiro. Isso não significa que “tanking” para o parceiro, porque não se aprende nada de muito quando isso acontece. Também não significa fechar as tentativas do parceiro para executar uma técnica que ele está tentando aprender. Nunca se aprende a fazer qualquer coisa por não fazê-lo.
Assim, o papel do uke é crucial para a capacidade de tomar técnica até esse nível elevado que anteriormente descritos. É o papel de uke que o praticante aprende primeiro para verificar seu ego na porta. Ele aprende a ser forte, sem ser resistente. Ele desenvolve a sensibilidade para saber exatamente o que seu parceiro necessidades. A técnica não deve funcionar se não é certo e deve ser permitido e incentivado a ser direito do uke. Quando é o direito do uke leva a queda, um reconhecimento de sua “justiça” e uma prática contínua de ser humilde por parte do uke. Quando a técnica não está certo, o uke não caia. Não por algum sentimento de triunfo ou vitória, mas fora desse sentimento de amor duro, que sabe que o parceiro não aprender nada de interações que são falsos, falso, energeticamente não é verdade. Se dá exatamente o tipo de ukemi um gostaria de ter quando o interruptor papéis.
E não é que uma lição para a vida? Os papéis sempre mudar em algum ponto. O “vencedor agora, mais tarde, ser o último”, como disse Dylan. Assim, como o praticante de Aikido aprende a ser o uke melhor possível para seu parceiro, ele é, simultaneamente, preparar o terreno mental e física necessária para ser capaz de tomar técnica até os crescentes níveis de sofisticação. O “desapego” que é necessário para ser um grande uke é precisamente o que é necessário para desenvolver grande habilidade técnica. E o exercício dessa capacidade técnica etéreo é o que, no final vai criar essa transformação pessoal, que é o ponto inteiro da arte. A única coisa que vai parar o processo é se contentar com algo menos, ao invés de alcançar o céu. Como Ushiro Kenji declarou em seu último livro, “O que você sabe é o inimigo do aprendizado.”
Então, eu estou esperançoso de que O-Sensei sonho de um Aikido que faz transformar o mundo pode prosseguir com os esforços de nossos professores, como meu Sensei próprios, e através do compromisso essencial que todos nós temos de fazer em nossa própria formação para desenvolver a nossa Aikido e fazer algo que Aikido que no fim justifica todo este tempo, esforço e sacrifício. No final, ele realmente depende de nós para fazer isso acontecer. Nossos professores nos mostraram, mas ele vai simplesmente morrer, a menos que realmente fazer acontecer a nós mesmos. É assim que funciona a transmissão..

 

Novo 1o Kyu

Parabéns a nosso novo faixa marrom, Luiz Viana, que apresentou excelente aproveitamento em seu exame.  Por questões pessoais relevantes foi efetuada a realização do exame fora do exame geral.

Parabéns também aos ukes que,  que colaboraram muito positivamente no resultado do exame:

Leonardo Galvão – 1o kyu ,  Waldecy de Lima – 1o kyu, Lucas marques – 3o kyu, Wellington Maia – 3o kyu e Marcos Pinna – 3o Kyu.

Walter Sensei – 31/05/12