Ukiyoe

O lugar respeitável do Ukiyoe na História da Arte

Artigo de Naito Masato, Professor Associado da Universidade de Keio

Ukiyoe: Uma janela para a cultura massificada na antiga Edo

Ukiyoe, gravura japonesa em blocos de madeira, é desenvolvida na era Edo (1603-1867) quando o Japão esteve praticamente fechado ao mundo exterior. Deste os primeiros dias, o governo feudal do Shogunato em Edo (actualmente Tóquio) exerceu duas políticas rígidas: a proibição do Cristianismo e o isolamento do país. O comércio externo e o transporte internacional eram restritos à Coreia, China e Holanda. Uma vez que as influências externas entravam em poucos lugares e portos, a cultura japonesa cresceu num ambiente “hermeticamente fechado”.

Este foi um tempo em que a expressão “ arte pela arte” teve pouco significado no Japão. Até cerca do final do período Edo os artistas faziam sobretudo os seus trabalhos na capital Imperial em Kyoto, onde as tradições culturais permaneciam fortes, se bem que os seus trabalhos tinham a tendência de serem vendidos na crescente metrópole de Edo. Contudo, Edo tinha a sua própria forma artística de que certamente se orgulhava: ukiyoe gravuras em blocos de madeira que de forma exuberante retratavam o quotidiano das pessoas comuns e seus costumes. Este género difundiu-se grandemente na forma de gravuras, ilustrações de livros e pinturas.

A palavra ukiyoe é escrita em três caracteres: 浮(flutuante), 世(mundo) e 絵(imagens). A palavra tornou-se comum na primeira metade do período Edo. Se bem que ukiyo é frequentemente traduzido como “mundo flutuante”, o significado aproxima-se mais de “o mundo num instante de tempo”. E de facto as imagens descreviam aquele tempo.

Ukiyoe foi primeiramente produzido na metade do século XVII e fez furor na metrópole de Edo que crescia de forma rápida. Hishikawa Moronobu (1618-1694) e os seus seguidores foram pioneiros do género e parte das suas obras de arte retrataram mulheres que não pertencendo à alta sociedade eram bonitas, enquanto outros pintavam os actores de kabuki, o dia-a-dia das pessoas e até cenas de novelas populares. A nova forma de arte atraiu imensamente as pessoas comuns. A cultura tradicional da velha capital em Kyoto foi desafiada pelas gravuras recentes que mostravam as cenas da vida moderna, representando a nova consciência social de Edo. Ukiyoe permaneceu durante um longo tempo como um importante género, se bem que estamos mais familiarizados com os trabalhos posteriores, mais elaborados e com imagens de relevo de múltiplas cores, da autoria de grandes artistas que estiveram activos durante e depois da segunda metade do século XVIII. A perspectiva que temos do ukiyoe tende a estar baseada nas obras deles.

Algumas gravuras ukiyoe foram exportadas para fora do país onde suscitaram grande interesse funcionando como uma janela aberta à cultura do misterioso arquipélago do Extremo Oriente. De acordo com um registo antigo, algumas obras do Kitagawa Utamaro (1753-1806) foram exportadas para a China. Algumas gravuras ukiyoe chegaram mesmo até aos Estados Unidos da América, levadas como lembranças por um barco americano que conseguiu chegar a Nagasaki, fingindo ser um navio holandês de modo a iludir a política de isolamento do Shogunato. As referidas gravuras foram identificadas como sendo dessa altura. Outras gravuras ukiyoe fizeram outros percursos fora do país por diferentes canais: o chefe da casa de comércio holandesa pediu a um artista que desenhava no estilo de Katsushika Hokusai (1760-1849) para retratar cenas da vida no Japão e o médico do exército alemão Philipp Franz von Siebold, que chegou ao Japão na mesma altura, solicitou os desenhos e gravuras de trabalhos semelhantes. As gravuras que estes dois homens levaram para a Europa permanecem até hoje na Holanda e França.

Isto indica que os estrangeiros tendem a apreciar ukiyoe não como arte mas como trabalhos que mostram os costumes e o mundo natural do Japão que era longínquo e fechado ao mundo exterior. Levou muitos anos até que as pessoas dos outros países começassem a ver estes trabalhos como verdadeira arte.

 

O poder do ukiyoe nas correntes artísticas

A Exposição Internacional de Paris de 1867, que teve lugar no último ano do período Edo, foi a primeira feira mundial em que o Japão participou. As exibições japonesas incluíram ukioyoe (gravuras com relevo, ilustrações e livros sobre arte). Tal permitiu que os Europeus pudessem ter contacto com as gravuras japonesas em blocos de madeira o que influenciou alguns movimentos artísticos no Ocidente que surgiram depois.

Alguns ocidentais, incluindo o prestigiado crítico francês e autor de contos, Edmond Louis Antoine de Goncourt, obtiveram exemplares de ukiyoe antes da exposição de Paris de 1867. O que viram foram gravuras relativamente recentes do tempo de Hokusai e Hiroshige. Mas no início de 1880, os primeiros artistas como Utamaro e Torii Kiyonaga (1752-1815) despertaram interesse no Ocidente. Rapidamente houve uma grande procura pelo ukiyoe nas lojas que surgiam em Paris para fornecer os coleccionadores e artistas.

Consecutivamente a moda do ukiyoe percorre a Europa tendo a França permanecido como o centro deste movimento.

Por volta da mesma altura, os impressionistas e os que lhes seguiram os passos começaram a desafiar as ideias artísticas veiculadas pela Académie des beaux-arts. Sob a influência das gravuras japonesas, reproduziram em alguns dos seus trabalhos o estilo de composição do ukiyoe, as cores vivas e traços simples e soltos. Degas, Monet, Van Gogh e Gauguin foram alguns dos artistas que por vezes mostraram afinidade com os antigos mestres de xilogravura no Japão. O exemplo mais óbvio é Van Gogh, que usou tintas de óleo para copiar algumas das gravuras de Hiroshige. Van Gogh era um coleccionador de ukiyoe e, para ele, a ausência de sombras e o carácter bidimensional das imagens de múltiplas cores da xilogravura deu-lhe uma clareza nítida. Tudo indica que de forma equivocada assumiu que tal facto se devia à forte e brilhante luz no Japão, o que o levou a dar importância ao Sul da França acreditando que ali as condições em termos de luz eram semelhantes.

Ukiyoe desenvolveu-se no período Edo tendo o mesmo finalizado numa época em que a Europa e o Japão se encantaram com as diferenças nas suas culturas. As gravuras foram um excelente meio para os Europeus experimentarem esse fascínio. As gravuras ukiyoe fizeram parte de uma sub-cultura e os seu “genes” continuaram numa nova sub-cultura composta pela banda desenhada e manga japonesas atraindo pessoas em todo o mundo hoje. Poderia até já ser algo inevitável nesta transição do antigo para o moderno.

Nas séries, executadas por Hiroshige nos seus últimos anos, é característico o realce na composição da pintura.

Ukioye para além fronteiras

Mesmo antes do ukioye ser produzido, os japoneses apreciavam as imagens que retratavam o quotidiano. Este tipo de arte foi padronizado pela classe aristocrática o que pode explicar a razão pela qual algumas gravuras ukiyoe suscitaram interesse por parte da Família Imperial em Kyoto, por parte dos Shoguns em Edo e dos daimyos (senhores feudais) por todo o país.

Algumas gravuras ukiyoe foram exportadas para fora do país onde suscitaram grande interesse funcionando como uma janela aberta à cultura do misterioso arquipélago do Extremo Oriente. De acordo com um registo antigo, algumas obras do Kitagawa Utamaro (1753-1806) foram exportadas para a China. Algumas gravuras ukiyoe chegaram mesmo até aos Estados Unidos da América, levadas como lembranças por um barco americano que conseguiu chegar a Nagasaki, fingindo ser um navio holandês de modo a iludir a política de isolamento do Shogunato. As referidas gravuras foram identificadas como sendo dessa altura. Outras gravuras ukiyoe fizeram outros percursos fora do país por diferentes canais: o chefe da casa de comércio holandesa pediu a um artista que desenhava no estilo de Katsushika Hokusai (1760-1849) para retratar cenas da vida no Japão e o médico do exército alemão Philipp Franz von Siebold, que chegou ao Japão na mesma altura, solicitou os desenhos e gravuras de trabalhos semelhantes. As gravuras que estes dois homens levaram para a Europa permanecem até hoje na Holanda e França.

Isto indica que os estrangeiros tendem a apreciar ukiyoe não como arte mas como trabalhos que mostram os costumes e o mundo natural do Japão que era longínquo e fechado ao mundo exterior. Levou muitos anos até que as pessoas dos outros países começassem a ver estes trabalhos como verdadeira arte.

O poder do ukiyoe nas correntes artísticas

A Exposição Internacional de Paris de 1867, que teve lugar no último ano do período Edo, foi a primeira feira mundial em que o Japão participou. As exibições japonesas incluíram ukioyoe (gravuras com relevo, ilustrações e livros sobre arte). Tal permitiu que os Europeus pudessem ter contacto com as gravuras japonesas em blocos de madeira o que influenciou alguns movimentos artísticos no Ocidente que surgiram depois.

Alguns ocidentais, incluindo o prestigiado crítico francês e autor de contos, Edmond Louis Antoine de Goncourt, obtiveram exemplares de ukiyoe antes da exposição de Paris de 1867. O que viram foram gravuras relativamente recentes do tempo de Hokusai e Hiroshige. Mas no início de 1880, os primeiros artistas como Utamaro e Torii Kiyonaga (1752-1815) despertaram interesse no Ocidente. Rapidamente houve uma grande procura pelo ukiyoe nas lojas que surgiam em Paris para fornecer os coleccionadores e artistas.

Consecutivamente a moda do ukiyoe percorre a Europa tendo a França permanecido como o centro deste movimento.

Por volta da mesma altura, os impressionistas e os que lhes seguiram os passos começaram a desafiar as ideias artísticas veiculadas pela Académie des beaux-arts. Sob a influência das gravuras japonesas, reproduziram em alguns dos seus trabalhos o estilo de composição do ukiyoe, as cores vivas e traços simples e soltos. Degas, Monet, Van Gogh e Gauguin foram alguns dos artistas que por vezes mostraram afinidade com os antigos mestres de xilogravura no Japão. O exemplo mais óbvio é Van Gogh, que usou tintas de óleo para copiar algumas das gravuras de Hiroshige. Van Gogh era um coleccionador de ukiyoe e, para ele, a ausência de sombras e o carácter bidimensional das imagens de múltiplas cores da xilogravura deu-lhe uma clareza nítida. Tudo indica que de forma equivocada assumiu que tal facto se devia à forte e brilhante luz no Japão, o que o levou a dar importância ao Sul da França acreditando que ali as condições em termos de luz eram semelhantes.

Ukiyoe desenvolveu-se no período Edo tendo o mesmo finalizado numa época em que a Europa e o Japão se encantaram com as diferenças nas suas culturas. As gravuras foram um excelente meio para os Europeus experimentarem esse fascínio. As gravuras ukiyoe fizeram parte de uma sub-cultura e os seu “genes” continuaram numa nova sub-cultura composta pela banda desenhada e manga japonesas atraindo pessoas em todo o mundo hoje. Poderia até já ser algo inevitável nesta transição do antigo para o moderno.

Japonaiserie : Pruniers en fleurs – Vicent Van Gogh

Gravuras japonesas fortemente influenciada Van Gogh. A cópia que fez de Kameido Ume Yashiki de Hiroshige foi pintada a óleo. Mais tarde, em Arles, ele acredita ter encontrado o equivalente perfeito da paisagem japonesa. Ele escreveu que ele não precisa mais de suas gravuras japonesas “porque eu só abro os olhos e nada de pintura que me faz sentir sobre mim”

Vincent copiou “flor de ameixa A” de Hiroshige e abril de 1889 por a imagem de um pomar em Arles, ele vai assumir os contornos pretos de troncos de árvore na tabela de Hiroshige
A mesa é decorada com um quadro pintado de cores vivas e decorado com personagens de caligrafia inspirado por gravuras japonesas, mas estas personagens são fruto da imaginação de Van Gogh.  (Fonte: Aflo)

Mikaeri Bijin-zu (“Mulher bonita olhando para trás”), de Hishikawa Moronobu. Moronobu enraizou a impressão xilográfica e também desenhou muitos nikuhitsu ukiyoe (pinturas à mão de estilo ukiyoe) como esta. Um exemplo de uma grande obra de arte. (Tokyo National Musuem; Imagem: TNM Image Archives)

 

 

 

FCMS promove o workshop ‘O Ki no Teatro’ no Centro Cultural

Roberta Cáceres

A atriz e pesquisadora Juliana Gurgel ministra o workshop ‘O Ki no Teatro’ no Centro Cultural José Octávio Guizzo, unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS). A oficina de férias acontece até 3 de fevereiro às quartas e sextas-feiras das 13h às 17h. O investimento é de R$ 200. A faixa etária do curso é a partir de 15 anos.

O workshop ‘O Ki no Teatro’ é um desdobramento da pesquisa ‘O Teatro como Budô – O Aikidô em Cena’ em Natal-RN e do treinamento de Aikidô; iniciados em 2002 No ano de 2007 o treinamento de Aikidô foi associado à investigação e embasamento teórico desenvolvido na dissertação de mestrado na Unicamp, em Campinas (SP), seguido de experiências artísticas pontuais em São Paulo. A prática de um teatro como Budô, o Ki do Teatro em treinamento e formação de atores pôde ser experimentado em diferentes situações artísticas e acadêmicas.

A oficina propõe um estudo teórico e prático que associa a arte marcial japonesa Aikidô à técnicas de representação e preparação do ator. Ki – energia em japonês – é um estado almejado em cena a ser potencializado a partir do treinamento e técnicas do performer, em um trabalho indissociável à filosofia dessa arte marcial. O Aikidô é uma arte marcial japonesa, não competitiva, que tem como base filosófica o Bushidô, caminho do guerreiro samurai.

O curso é voltado a interessados nas artes performáticas, teatro e dança. Aos bailarinos vale destacar que o Aikidô, base dessa pesquisa, serviu de norteador ao desenvolvimento da técnica “Contato e Improvisação” por Steve Paxton.

Juliana Gurgel é Mestre em Educação pelo Laboratório de Estudos sobre Arte, Corpo e Educação da UNICAMP. É também especialista em Ensino de Teatro e em “Corpo e Cultura de Movimento” pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mais informações pelos telefones: (67) 3317-1795 ou 8143 – 3653.

O Centro Cultural José Octávio Guizzo fica na Rua 26 de Agosto, 453, entre as ruas Calógeras e a 14 de Julho.

FELIZ NATAL

Neste Natal eu desejo  que a “Paz e a Harmonia” encontre moradia em todos os corações.

Que a Esperança seja um sentimento constante em cada ser que habita este planeta.

Desejo que o Amor e a Amizade prevaleça acima de todas as coisas materiais.

Que as Tristezas ou Mágoas, sejam banidas dos corações, dando lugar apenas ao Carinho.

Que a “Dor do Amor”, encontre o remédio em outro Amor.

Que a “Dor Física”, seja amenizada e que Deus esteja ao lado de todos, dando muita força, fé e resignação.

Que a Solidão seja Extinta, e no seu lugar se instale a Amizade Verdadeira, e o Companheirismo.

Que as pessoas procurem olhar mais a sua “Volta”, e não tanto para “Si” mesma.

Que a Humildade e o Respeito residam na Alma e no Coração de todos. “Que saibamos Amar e Respeitar o Próximo como a nós mesmos”.

Desejo também que meu pedido se realize não só neste Natal, mas em todos os dias de nossas vidas!

RECESSO DE FIM DE ANO

Informamos a todos que semana que vem as aulas serão normais no monte sinais. Entraremos de recesso de 26 a 30 de dezembro, retornando normalmente após o ano novo.

Porque Tanta Polêmica com o Aikido?

Nascido no século XX, pré Segunda Grande Guerra, o aikido é uma arte marcial que promove muitos debates e controvérsias diante daquilo que se pretende ser e daquilo que se fez dele. Polêmicas estas que não cabem aqui descrever em detalhes, mas que merecem uma investigação cuidadosa nas biografias dos primeiros alunos e familiares de Morihei Ueshiba. O’sensei, por si só,  já carregava um fardo pesado de mal entendimento daquilo que pronunciava e do que fazia. Relatos dos seus alunos diziam que o mestre falava através de comparações místicas acerca de princípios do aiki e do caminho que ele vinha estabelecendo atravéz da prática, caminho este que como na prosa de Jorge Luis Borges,  seguiu por diversas veredas que continuam a bifurcar-se. O passado conturbado de Ueshiba, de engajado religioso e ativista anti-imperialista foi transliterado à uma pífia personagem monástica ou eremita, que encontrara o satori depois que se refugiou no campo. Ledo engano essa redução, visto os históricos embates de Ueshiba com as autoridades japonesas, as vezes mediada e suavizada pelos próprios alunos (esses que também ocupavam cargos nas forças armadas e braços do governo).

            Recentemente, foram publicados os livros de dois dos alunos mais chegados de Morihei Ueshiba das primeiras turmas: Gozo Shioda e Sunadomari Kanshu, fundadores das escolas Yoshinkan e  Manseikan, respectivamente. Ambos relembram passagens impactantes e frases ainda mais memoráveis de O’sensei, enfocando características díspares da personalidade do fundador da arte (de desafiador e impetuoso à manso e de espirito elevado). Tal diferença é nítida na leitura das duas obras assim como era nítida a diferença do aikido que conservou-se através daqueles dois grandes senseis, Shioda e Sunadomari, este último preservara muito daquele misticismo vivenciado ao lado de Morihei Ueshiba, o qual foi visitado por O’sensei diversas vezes depois da Segunda Guerra, compartilhando juntos  a devoção pelas práticas da Omoto Kyo. O próprio sensei Morihiro Saito relata algumas dessas viagens de peregrinação de O’sensei, se ausentando algumas semanas durante o ano. Podemos dizer que, em uma superficial comparação, enquanto a escola de Iwama preservou o corpo do aikido (em relação à técnica), a escola de Sunadomari preservou o espírito (a mística atrelada a Omoto Kyo). Outro relato que merece um atento olhar sobre essas controvérsias pode ser encontrado no texto investigativo e um tanto iconoclasta de Stanley Pranin, intitulado “Será Que O’Sensei é Mesmo O Pai Do Aikido Moderno?” (traduzido para o portuguê por Pedro Escudeiro e Renata Gomes de Jesus,  aikidojounal). Neste texto, Pranin relata as atividades constantes e as ausências que O’sensei deixara tanto no Hombu Dojo quanto em Iwama e que muito do aikido moderno que hoje é visto deve-se ao esforço de Koichi Tohei sensei e de Kishomaru Ueshiba, sucessor da linhagem.

            A querela é tanta que muitos dos antigos alunos de O’sensei possuem explicações diferentes para a vasta proliferação de estilos e métodos de aplicação do aikido. De fato, muitos relembram da incansáveis analogias místicas do aikido e de advertências feitas por O’sensei quanto ao espírito da espada presente no aikido, embora essa questão não fosse muito bem esclarecida. Qual escola de kenjutsu de fato estaria em acordo com aquilo que O’sensei se referia ao clamar o espírito do aikido? Alguns mais próximos diziam ter provas de que O’sensei baseou-se para compor o currículum de aiki-ken e aiki-jo na experiência adiquirida através do meikyo kaiden da escola de Shinkage ryu, possivelmente dada a ele por Sokako Takeda, outros dizem que se tratava da escola de Kashima Ryu, influência próxima de Ueshiba principalmente após a frequente visita de professores dessa arte ao seu dojo Kobukan, em Tókio dos anos 30 (2 anos ou menos). Trantando de Takeda, já foi largamente debatido a questão do DaitoRyu Aiki Jujutsu e o aikido, abrindo o leque para inúmeras interpretações sobre o que separou os dois grandes mestres e o que distingue uma corrente da outra. Com certeza, não é a questão do treino de armas no aikijujutsu, pois este possui, no escopo de algumas das escolas, treinos em tachi waza e jo waza, assim como o aikido. Pranin descreve que O’sensei dividia as turmas segundo turnos, onde o treino de armas era privilégio das turmas diurnas. Tohei sensei conta que dos uchideshi de O’sensei, somente Shoji Nishio possuia formação em armas, inlcuindo iai do e muso shito-ryu jodo, enquanto os demais só conheciam o currículum básico obrigatório nas escolas japonesas (quando muito). Complica ainda mais essa questão ao ouvirmos relatos quase míticos de que O’sensei passava conhecimentos secretos aos alunos mais chegados (conforme relatado por Saotome sensei) ao se referir aos katás de lança e uma suposta instrução de Naginata à uma artista japonesa, cujo processo teria sido “recebido” a partir de meditação na montanha e consulta aos textos clássicos.

            O que ficou de O’Sensei, afinal? Essa questão está presente no artigo de Pranin e outras perguntas que ressoam até hoje. O método de ensino de O’sensei foi publicado anos atrás sob o nome de Budo, com acrescimos de comentários de Kishomaru Ueshiba. Tal material conserva muito dos primeiros estudos do aikido e, conforme comparação do que temos hoje, próximo daquilo ministrado em Iwama na época de Sensei Morihiro Saito. As práticas de aikitaissu presentes no filme de 1938 e outras práticas de abertura dos treinos e liturgias foram transformadas com o passar dos  anos, além de muitas outras derivações pertinentes aos olhares dos instrutores. As longas meditações e orações da Omoto Kyo e os extensivos treinos de Kokyu (respiração), esses também foram relegados à poucos momentos de um treino, ainda assim em escolas mais tradicionais. O próprio caráter anti-imperialista foi apagado da sua história em prol daquilo que interpreto como um processo de acomodação do aikido como arte nacional japonesa.

            O Aikido é uma arte dinâmica e ainda atual, é natural se observar transformações ou interpretações sobre tecnicas e metodologias. Faz-se necessário observar que todo método que mereça crédito enfoca a sua pesquisa no desenvolvimento do praticante, tanto fisicamente, quanto mentalmente, ou seja, se por um lado desenvolve um ambiente de bem estar físico e mental, também prepara o indivíduo para responder com tranquilidade e presteza a situações de marcialidade ou agressões de qualquer natureza.

(por Leonardo Galvão)

Bibliografia

SHIODA, Gozo. Aikido Shugyo: Harmonia no Confronto. São Paulo: Ed. Pensamento.

SUNADOMARI, Kanshu. A Iluminação Através do Aikido.  São Paulo, ed. Pensamento.

Site consultado:

http://www.aikidojournal.com/article?articleID=34&lang=br

Seminário Yamada Sensei 2011: 20 anos de Brasil

2011: Um novo marco para o aikido no Brasil.
Semana passada aconteceu o seminário de Yamada Sensei comemorando os vinte anos de sua primeira vinda ao Brasil. A partir de 1991, com a vinda anual de Yamada Sensei, iniciou-se um forte movimento que contribuiu para o desenvolvimento técnico do Aikido no Brasil. Ele e seu discípulo Donovan Waite Sensei vieram em 91 e alternaram-se a partir de então. Neste seminário comemorativo novamente vieram juntos e fizeram um dos seminarios mais memoraveis que assisti. Falo isso com certo conhecimento de causa pois participei de muitos nestes quase 22 anos de aikido.  Independentemente de numeros de participantes tivemos muitos marcos. Este foi um deles. Também numeroso, mas muito importante por tudo o que foi mostrado e pelo que representa.
Yamada Sensei agradeceu todo apoio e dedicação neste evento e na evolução do aikido Brasileiro nestes anos.  Para nós da Sansuikai nos contou um pouco de seus planos para o futuro.
Sua dedicação ao aikido e apoio aqueles que da mesma  forma se dedicam a arte, sem querer no entanto reproduzir regimes feudais da idade média é notória. Aikido pelo aikido e não pela sede de poder.
Obrigado Yamada Sensei e conte com a gente  para, de forma modesta, contribuir para o engrandecimento do aikido, hoje e amanhã. Nos da Sansuikai o apoiaremos diretamente nestes próximos vinte anos. E muitos também tem em outros rincões trabalhado e continuarão trabalhando da mesma forma para um novo aikido, com técnica, dedicação e liberdade.
Evolução técnica e administrativa:
Fórmulas antigas de conduzir um dojo ou uma associação se tornam a cada dia mas anacrônicas. Ao mesmo tempo há uma importância em se evitar formas de aikido pasteurizados de poucos recursos técnicos. No seminario vi alguns participantes com medo ou pouco a vontade de executar técnicas de koshi ou outras mais “fortes”. Ikyo e kotegaeshi são sim importantes mas vamos reduzir nosso aikido somente a eles? Ou somente a uma forma de fazer estas técnicas? Algo errado…  Já recebi no dojo pessoas, mesmo yudanshas, de outros dojos que vieram treinar que conheciam uma técnica (por exemplo: jujinague) mas não treinavam com ninguém por que a maioria evitava por ser “perigoso”.
Aqueles que se esquivaram naqueles koshis do seminario devem ser dessa turma. As vezes os dojos também não valorizam o trabalho de uke e acaba se encorajando a se ter profeciencia em nague e não em uke. Erro para que quer desenvolver-se no Aikido.
Demonstração de maestria da arte e incentivo a todos os praticantes:
Independente destas minhas considerações mais específicas o seminário foi excelente. Eu como membro hoje da Sansuikai de Yamada Sensei fico muito orgulhoso de ter estado lá com meus alunos e de ter estado em outros seminarios do mestre quando ainda era kyu,  como meus alunos hoje, e fiquei com aquela mesma impressão que eles agora: Maravilhados com tudo o que vi. Um que me marcou muito foi o de 98. Havia parado por um bom tempo por uma contusão e quase parei. Quando voltei alguns meses depois estava eu lá no seminario vendo o mestre e decidi: Vou continuar.
Tenho certeza que este seminário deu novo gás aos meus alunos. Por isso vale a pena ir aos seminários. Aprendizado técnico e novo incentivo para seguir em frente.
Não entendo muito aqueles que não gostam muito de ir em seminários. Sempre se aprende. Como digo mesmo um movimento ou o entendimento novo de um movimento conhecido já vale a pena. Mas isso talvez se deva a alguns seminários em que quase que só se aprende somente como não fazer rs rs rs. Este é um daqueles que, pelo contrario, somente engrandece nossa arte. Foram três dias cansativos mas de alto nível e de renovação de entusiasmo com nossa arte. Obrigado novamente  Sensei Yamada e Sensei Donovan!
Grande 1991 para o aikido! Grande 2011 também! Agora com todo gás nos preparando para um grande 2031 para o aikido!

Voce está praticando Aikido de quem?

Por Stanley Pranin
Tradução livre de Walter Amorim

O currículo seguido nessas escolas é amplamente baseado em muitos livros técnicos de Kisshomaru Ueshiba  emitidos ao longo de um período de 40 anos. A maioria foi publicada pela Kodansha, a maior empresa do Japão publicação, em japonês e Inglês, e várias línguas europeias. Filho de Kisshomaru, o presente Doshu Moriteru Ueshiba, foi inabalável na produção de livros similares para iniciantes, mesmo antes da morte de seu pai.

As políticas administrativas do Aikikai foram formuladas e aperfeiçadas por Kisshomaru e seus conselheiros ao longo dos anos. Isto inclui os procedimentos de classificação de dan e estruturas de custos de acompanhamento que constituem a principal fonte de receita da organização.

Na década de 1980 e 90, Kisshomaru desenvolveu uma postura neutra em relação a aceitação de organizações externas para o grupo Aikikai. Isto incluiu a reintegração de grupos que já haviam se separado da Aikikai no momento da demissão de Koichi Tohei em 1974. Esta é uma política para a qual ele tem sido justificadamente elogiado.

Outra esfera de influência em que Kisshomaru era dominante é a formação da imagem de seu pai, Morihei Ueshiba, para consumo geral. Através de sua biografia amplamente lida de Morihei intitulado em Inglês, “Uma Vida em Aikido,” Kisshomaru estabeleceu uma versão oficial da história do aikido que tem sido utilizada como fonte primária por muitos escritores posteriores.

Além disso, a visão espiritual de O-Sensei foi reformulada por Kisshomaru em uma linguagem que fosse acessível a nação japonesa moderna e uma audiência de leitura internacional. Isto foi conseguido por se expurgar a maioria das imagens do Shinto esotérico que Morihei usava em seus discursos e palestras. Mais uma vez, o veículo foi uma série de livros sobre a filosofia do aikido de Morihei publicado pela Kodansha. Em alguns casos, a autoria foi atribuída ao proprio Morihei Ueshiba. O professor John Stevens foi tradutor e editor da maioria dessas publicações em Inglês.

Lembro-me vividamente da reunião com Kisshomaru Ueshiba em 1963 em Los Angeles em sua primeira visita aos EUA. Naquela época, ele era um homem de 42 anos de idade, de óculos, com um modo calmo e despretensioso. Ele ensinou e demonstrou de uma forma prosaica e com pouca explicação. Nada sobre ele era extravagante ou exagerado.

Eu tive contato periódico com Kisshomaru ao longo dos próximos 36 anos, e observei-o se transformar em uma figura digna e paternal. Dentro do Aikikai, ele se tornou um objeto de reverência, sempre sendo acompanhado por uma comitiva delirante. Este manto augusto foi herdado por seu filho e atual Doshu, Moriteru Ueshiba, e sem dúvida será passado claramente e como devido a seu filho Mitsuteru.

Pontos polêmicos da história do Aikido

Stanley Pranin com Noriaki Inoue, Kameoka, 1987

Interessante artigo de Staley Pronin a cerca dos “dogmas” do aikido. Muito interessante. Em cima do que foi colocado e do que colocou um amigo nosso no seu site em fiz meus comentários baseados também nas informações de mestres que tive conato direto ou particepei em seminarios, Gakku Homma Sensei, Cristian Tissier e outros. Christian Tissier conheci em seminario falou sobre as influencias do aiido nas armas e també tive a oportunidade de estudar com dois ex alunos seus durante algunms anos. Gaku Homma Sensei em suas vindas ao Brasil nos brindou com ótimas conversas no café da manhã no extinto dojo okaeri sobre Saito Sensei e O-Sensei. Ele começa assim:

“Comecei a publicação da Aiki News, em 1974, centrado sobre as traduções de uma série de artigos de jornal japonês a Fundador do Aikido Morihei Ueshiba. A partir deste começo modesto, eu gradualmente veio a perceber que muitas das noções sobre a história do aikido Comecei com correu ao contrário do fato real.
Ao longo dos anos, tenho me esforçado para corrigir o que eu considero como informações errôneas através de editoriais e ensaios publicados em Aikido Journal. Ao invés de oferecer opiniões em situação irregular, tentei claramente minhas fontes de informação e as razões para se chegar a tais conclusões.
Muitos dos erros comuns cometidos pelos historiadores têm sido perpetuados na imprensa por décadas. Infelizmente, eles estão aqui para ficar. Isto é especialmente verdadeiro para obras escritas em línguas ocidentais, que, em quase todos os casos, recorrer a fontes secundárias. Apesar de Aikido Journal tem um público grande construída ao longo de 37 anos de publicação, que não representam o mainstream do pensamento no mundo do aikido em questões históricas.
Abaixo eu listei uma série de pontos de vista muitas vezes repetida sobre questões históricas relativas ao aikido que se encontra com freqüência em publicações mainstream. Ter um olhar cuidadoso sobre estas declarações pretendia ser um fato histórico e ver se você encontrou nenhum deles.”

Vou falar de alguns pontos que achei interessante e pude comentar também.

  • O pai de Morihei Ueshiba, Yoroku, era um rico fazendeiro e vereador em Tanabe, Morihei berço. Ele financiou atividades de Morihei quando homem jovem. Além disso, ele emprestou somas grande de dinheiro para as famílias que se juntaram em Tanabe quando Morihei fez sua mudança para o deserto de Hokkaido. Ele também forneceu o financiamento das somas consideráveis ​​pago para Sokaku Takeda para o ensino de Morihei em Daito-ryu jujutsu. Parece ser verdade. É inclusive lógico dado a facilidade maior que o grande mestre teve para se dedicar ao estudo das artes marciais.
  • Morihei Ueshiba aprendeu com Sokaku Takeda somente durante um curto tempo. Daito-ryu foi uma das várias antigas artes marciais que influenciaram o aikido. Morihei criou o aikido a partir de diversas origens técnicas, não sendo o Daito-ryu a principal. Aparentemente, falso, principalmente na parte do taijutsu, as técnicas sem armas. Segundo parece toda o sistema de técnicas do aikido deve em muito ao Daito-ryu, fundado por Sokaku Takeda, que chegou a ter M. Ueshiba como aluno. O que O’Sensei fez ao nível técnico foi melhorar e evoluir a antiga arte de Takeda, pelo menos inicialmente. Parece que há uma certa tendência a se diminuir a atenção sobre as artes inspiradoras do aikido, como se fosse uma tendência insinuar que grande parte da arte viesse puramente da inspiração pura de seu fundador, quase como uma inspiração divina. Isto não é nada novo, pois várias artes marciais e sistemas de lutas fazem isso. Exemplos? Em Certa arte marcial brasilian, muito boa por sinal,  alguns expoentes alunos e alunos de alunos de seu fundador chegam a dizer uma historia romântica de que ela veio de uma inspiração divina de shidarta Gautama passando por monges e etc sem citar, o que o próprio fundador falava, que ela veio de uma adaptação muito bem feita do judo clássico kodokan, que é diferente do esportivo de hoje com certeza. Principalmente das técnicas de chão. Outra grande sistema de defesa israelence tirou inspiração de algumas outras artes, inclusive aikido, para montagem, ou pelo menos enriquecimento, de sua base técnica. Mas nunca cita isso. Pessoalmente não acho demérito nenhum destes grande mestres fundadores ou alunos fazer uma adaptação, pois montar um sistema técnico de uma arte de forma tão consistente não é para qualquer um. Vem de muitas décadas de conhecimentos e não de seis meses de treino em uma ou outra coisa. Alguns modernos inventam muita coisa mas com resultado sofrível, justamente querendo ser mestre com menos de 10 anos de treino e uma arte e uns estágios rápidos em outras. Outra fonte inspiração grande de O-Sensei que não se admite muito é a Kashima Ryu onde ele possuía o Meikyo Kaiden informam alguns. Mas isso é meio esquecido. Muitos nem acreditam. Um dos grandes mestres que afirma a sua influência no aikido é Tissier Sensei. E em seminários ele já demonstrou as semelhanças e inspirações que esta antiga arte marcial trouxe. Quem já estudou um pouco de boken e estudou alguns movimentos de Kashima percebe semelhanças… Eu tive este privilegio de conhecer algumas coisas de Kashima com quem estudou a arte fora do Brasil, (o Belga Claude Walla é 6o dan de Aikido e estudou Kashima muitos anos tive a oportunidade de estudar um pouco com ele alguns movimentos). Também se vê em algumas entradas de movimentos sem armas bem claramente.
  • O filho de Morihei, Kisshomaru, foi preparado para suceder ao seu pai desde a infância. Dificilmente poder-se-á dizer que esta afirmação é verdadeira. Kisshomaru é o terceiro filho varão (de um total de quatro ou cinco filhos, sem certeza) de Morihei. Os outros dois faleceram precocemente, em crianças. E Kisshomaru só iniciou a prática na adolescência, aos 16 anos, o que faz com que existam afirmações de que o seu interesse no aikido em jovem não era muito por aí além. Além disso, é difícil dizer se M. Ueshiba alguma vez planejou sequer uma sucessão deste género, de pai para filho. Enfim, nada aponta para que a afirmação acima seja verdadeira.
  • Morihei Ueshiba tomou um papel activo na disseminação do aikido pós-guerra.  Também será falso. Os verdadeiros responsáveis pela disseminação do aikido no pós-guerra terão sido Kisshomaru Ueshiba, Koichi Tohei e Gozo Shioda (com publicações de livros, demonstrações e organização técnica e pedagógica). O termo «aikido» foi adotado, burocraticamente, em 1942, ano em que M. Ueshiba se retira para Iwama. Desta data em diante O’Sensei dividia o seu tempo entre Iwama e Tóquio (e outras viagens pelo Japão) pelo que papel activo na disseminação do aikido em nível internacional não teve muito, a não ser um papel de inspiração para os praticantes da época no Hombu Dojo. Inclusive, parece que O’Sensei nem sempre era bem-vindo ao Hombu Dojo, não só pelo seu carácter irascível mas também por ser crítico com a instrução dada na Aikikai. Entretanto lembremos que suas demonstrações tiveram um papel muito importante na popularização da arte. Se Ueshiba não  estivesse vivo depois da guerra, sua arte não teria tido o mesmo sucesso. A maioria das pessoas eram atraídas por suas demonstrações públicas. Ele era a figura atraente, mais que seus alunos naqueles tempos. Poderíamos dizer que o aikido mas moderno estilo ou didática mais simplificada desenvolvido no Hombu dojo para ganhar popularidade nas universidades e no mundo realmente difere do que O-Sensei ensinava. Pessoalmente acho que a diferença é mais didática e alguns movimentos foram menos explorados no aikido internacional. Nas conversas que tive com Homma Sensei, que o conheceu e treinou com ele, durante sua pré adolescência, e após com Saito Sensei, existem sim diferenças, mas de abordagem. Alguns dizem dizem que o aikido foi “simplificado” para assimilação ocidental principalmente.

Inauguração de novo dojo

Um novo local de estudo

Desde esta última segunda-feira, dia 03/10, os alunos da Ganseki Kai já possuem novo local de treinamento no bairro da tijuca. O novo dojo, sede central da associação Ganseki, fica no clube Monte Sinai na Rua São Francisco Xavier, 104 entre as ruas mariz e barros e dr sataminni. A 3 minutos do metrô.

Dojo significa lugar, “lugar onde se estuda o caminho”.

Um Dojo tem o espírito de todos os seus praticantes unidos para este estudo. Não é como uma sala de musculação. Um de meus muitos professores destes 21 anos de aikido, quando ia a uma ou ministrava uma aula, sempre que está fluia bem, ele exclamava: Boa energia! Nosso desafio é manter esta atmosfera sempre: de boa energia. Alguns locais favorecem maais que outros, mas a atitude das pessoas é o primordial.

É isto a vida de um verdadeiro Dojo.

Sábios e pesquisadores do espírito das artes marciais sabem que podemos fugir de tudo e de todos, menos do nosso “guerreiro interior”. Este sim, é o nosso maior inimigo, exigindo para sua derrota, milhares de técnicas que vão além do conhecido pelos nossos sentidos. Isto coloca as artes marciais como um meio para abrir muitos questionamentos que estão incubados no ego humano.

Todos muito animados e com energia

O guerreiro em seus primeiros passos acredita que com a força física ter-se-á vitória. Porém, o tempo e a evolução espiritual(n~]ao falo neste momento de religião fique claro) vão lhe ensinar que somente poder-se-á considerar um vencedor de verdade aquele que derrota o seu “eu”, pondo como burilamento interno uma visão mais ampla da vida, passando pela humildade, educação, amor ao próximo e diversas outras características.

Esta é considerada a real caminhada que o praticante de artes marciais deve ter, ou seja, procurar minimizar as ilusões exteriores e procurar burilar o espírito. Isto parece ser fácil, mas é a pior parte da evolução marcial. Por isso é algo para poucos e fica para nós como se fosse algo oculto e misterioso. Não que seja permitido a poucos, porém, nem todos conseguem acompanhar, ou melhor, entender esta caminhada. Ficando mais fácil de ser absorvida a parte esportiva e da defesa externa nas artes marciais.

Claro devemos evitar opostos, não pensando somente no sentido filosófico ou espiritual da arte marcial, mas também não somente com este foco na parte esportiva e da defesa externa das artes marciais.

A meu ver, para ser uma arte marcial “de verdade”, devemos “comprar” todo o pacote. Uma coisa aparentemente simples, mas que poucos compreendem e praticam.

Esperemos que masi uma vez pensemos nisso em todos os nossos passos e consigamos manter a boa energia de treino.

Confraternização pós treino. Ninguém é de ferro!

Treino mensal de setembro de 2011

O treino mensal foi realizado para o dia 11  de setembro na academia Kioto. Contou com a presença do Sensei Nelson Miranda – 4o dan aikikai – do aikidorj. Como dissemos foi uma boa possibilidade de intercâmbio.

O dojo estava bem cheio e os dois grupos, nosso e de Sensei Nelson, tiveram uma ótima oportunidade de interação, que todos aproveitaram bastante. 

Outros eventos de integração deverão acontecer sempre buscando a harmonia e o desaenvolvimento de todos.

 

Esse encontro estava sendo planejado a tempos mas finalmente conseguimos coincidir as agendas dos dois grupos.