Muitos atualmente em suas academias não se empenham em pesquisar, manter e transmitir as tradições do trabalho com o Bokken(espada de madeira) e Jô(Bastão) do Aikido, o que em nossa pequena visão é um erro. Alguns não seguem essa linha nem mesmo no grupo em si, enfatizando essa necessidade “a posteriori” ou ainda então nem há treino de armas no grupo. Durante a vida de O-Sensei, somente poucas pessoas foram expostas ao seu treinamento de armas e como resultado o número de instrutores qualificados à ensinar seus princípios é particularmente reduzido. Mas temos mesmo assim excelentes referencias. Em Iwama, por exemplo, foi diferente, pois a proibição de uso de armas imposta ao Japão pelos aliados pôde ser facilmente burlada, ao contrário do que ocorreu em Tóquio. Lá as armas de madeira inclusas na proibição foram disfarçadas de instrumentos agrícolas em cada fiscalização. Um destes alunos, que tiveram a sorte de poder receber ensinamentos diretos do fundador sobre o manejo de armas em Iwama, foi Morihiro Saito, que posteriormente catalogou e estruturou os ensinamentos que recebeu do fundador em um sistema mais formal de trabalho. Este era a principal referencia na Aikikai. Na verdade seu sistema tornou-se um padrão para a prática de armas no Aikido em todo o mundo por boa parte dos praticantes que felizmente treinam armas. Lembrem-se apenas que o sistema do Sensei Saito não é o único, porém o mais difundido mundialmente.
Particularmente entendemos a dificuldade de alguns alunos de grupos que não enfatizam o Buki Wasa na assimilação das formas e desenvoltura para a prática.
Nós, por nosso lado, desde as aulas de nosso início, com Sensei Nelson Miranda, aprendemos a necessidade desse trabalho e o resultado que pode ser obtido com o treino de armas. Existem diferentes formas de trabalho, ou métodos de treinamento possíveis ao se lidar com armas, assim como ocorre com as técnicas de Tai Jutsu. Cada Sensei, dependendo de sua experiência, dá preferência por um ou mais destes métodos ou ainda ao longo dos anos vai desenvolvendo seu próprio sistema de ensino que muitas vezes difere dos outros sutilmente ou de forma bastante intensa. Não significa melhor ou pior são visões. Aqueles que treinam por lá podem se identificar e compartilhar do método ou até resgatar coisas ou introduzir questões para ele importante quando adquirem experiências e já estão capacitados para tal. É preciso discernimento para identificar este momento e saber até onde se pode ir.
Cada Sensei, mesmo dentro da próprio grupo, possui seu próprio método preferido de trabalho, isso vale tanto para o trabalho com arma como também para com o de Tai Jutsu…. como vocês devem ter notado na prática.