Dia 18 de dezembro de 2022 tivemos exames de Dan da Ganseki como informamos em outra postagem. Como resultado foram aprovados para nidan os alunos Lucas Marques e Waldecy de Lima. Em março está convidado para o exame de shodan o aluno Igor Rocha. Outros alunos em avaliação.
Exame de Nidan Ganseki Kai (18/12/2022)
Nesse último fim de semana (18/12/2022) fizemos exame de Nidan de Waldecy Gonçalves de Lima e Lucas Marques Braga.
Lembrando o que escrevemos no site da Ganseki, a mais de 10 anos atrás:
“Ao Trabalho do 1° Dan acrescenta-se rapidez e potência ao mesmo tempo que se demonstra maior determinação mental. Isto se exprime no aluno pela sensação de ter progredido. Os examinadores devem sentir este progresso constatando uma clareza na maneira de se apresentar e na condução do trabalho.” (Link)
Esses exames de graduação de Dan sempre são ocasiões muito especiais a serem comemoradas, não só pelos candidatos (que com certeza marcam um ciclo de muito esforço e dedicação em sua vida), mas por todos do grupo. E eu, como Sensei, também fico muito feliz, pois é resultado de um investimento naquele aluno e um oferecimento para o Aikido.
Tantos anos depois poderia descrever isso de outras formas, que não invalidam o já escrito. O Nidan deve começar demonstrar” uma assinatura” do seu aikido. Uma forma de se manifestar na arte começa a aparecer. Mostra o seu caminho, a sua visão e/ou modo de execução do Aikido que oferecerá ao mundo nos anos que virão.
A chegada dos alunos nessa graduação fortalece também o grupo que se torna mas rico e sólido. É um ótimo momento. Para todos. Sobretudo para a Ganseki Kai.
Parabéns e obrigado, Lucas e Waldecy.
Tameshigiri
Tameshigiri (試し斬り,試し切り,试斩,试切) é a arte japonesa de corte de teste em alvo. O kanji literalmente significa ” teste de corte “( kun,yumi :ためしぎりtameshi giri). Esta prática foi popularizada no período Edo (século 17) para testar a qualidade das espadas japonesas e continua até os dias de hoje.
Origens
Durante o Edo período, apenas espadachins mais qualificados foram escolhidos para teste de espadas, de modo que a habilidade do espadachim não foi uma variável na forma como houve o corte da espada. Os materiais utilizados para testar espadas variou muito. Algumas substâncias foram wara (palha de arroz), Goza (a camada superior de tatami esteiras), bambu e folhas finas de aço.
Além disso, houve uma grande variedade de cortes utilizados em cadáveres; e criminosos condenados ocasionalmente, Desde o tabi-gata (corte do tornozelo) até o O-kesa (corte diagonal de ombro a anca oposta). Os nomes dos tipos de cortes em cadáveres mostra exatamente onde no corpo o corte foi feito. Espadas antigas ainda podem ser encontrados hoje que tem inscrições em sua nakago ( espiga ) que dizem coisas como, “cinco corpos com Ryu guruma (corte de quadril)”.
Além de cortes específicos feitos em cadáveres, foram os cortes normais de esgrima japonesa, ou seja, para baixo na diagonal (Kesa-giri), diagonal para cima (Kiri idade ou Gyaku-kesa), horizontal (Yoko ou Tsuihei), e em linha reta para baixo (Jodan -giri, Happonme, Makko-giri, Shinchoku-giri ou Dottan-giri). Estes cortes seriam então cortar nos cadáveres (ex:. Um espadachim faria um corte Jodan-giri em 3 corpos nos quadris A inscrição seria então “, três corpos Ryu guruma”).
Nos tempos modernos, a prática de tameshigiri tem vindo a concentrar-se em testar as habilidades do espadachim, e não a da espada. Assim, espadachins, por vezes, usam os termos Shito (试刀, teste de espada) e Shizan (试斩teste de corte, uma pronúncia alternativa dos caracteres para tameshigiri) para distinguir entre a prática histórica de espadas de teste e da prática contemporânea de testar um de corte capacidade. O alvo mais utilizado atualmente é o Goza ou tatami de palha Para ser capaz de cortar vezes consecutivas em um alvo, ou para cortar vários alvos em movimento, exige que um seja um espadachim muito habilidoso.
Alvos de hoje são normalmente feitas de wara ou Goza, ou empacotados ou enrolada em forma tubular. Eles podem ser embebidos em água para adicionar a densidade do ao material. Esta densidade é aproximada a da carne. Verde bambu é usado para aproximar do osso.
Uma vez que o alvo é Goza nesta forma tubular, que tem um padrão vertical quando esta verticalmente em um suporte-alvo, ou na horizontal, quando colocados sobre um suporte-alvo horizontal (ou dotton Dodan). Esta direcção afeta a dificuldade do corte.
A dificuldade de corte é uma combinação da resistência do material-alvo, a direção do ginterior do alvo (se houver), a qualidade da espada, o ângulo da pá (hasuji) no momento do impacto, e o ângulo da oscilação de a espada (tachisuji).
Ao cortar um alvo de palha que está na vertical, o mais fácil é o corte diagonal para baixo. Isto é devido a uma combinação do ângulo de impacto do corte contra a corrente (aproximadamente 30-50 graus em relação à superfície), o ângulo diagonal para baixo do swing, e a capacidade de utilizar muitos dos grupos principais do músculo e de rotação do corpo para auxiliar no corte.
Em seguida em grau de dificuldade é o corte diagonal para cima, que tem o mesmo ângulo, mas trabalha contra a gravidade e utiliza os músculos ligeiramente diferentes e rotação. O terceiro problema é o corte reto para baixo, e não em termos de material a cortar, mas, em termos de o grupo de músculos envolvidos. O corte mais difícil destes quatro cortes básicos é a direção horizontal (contra um alvo vertical) que é diretamente perpendicular ao interior do alvo.
Há uma série de espadachins que recentemente bateu recordes neste campo de tameshigiri, Toshishiro Obata detém o recorde de Kabuto Wari, ou corte do capacete, para seu corteem um Kabutoaço (capacete). Toshishiro Obata também detém o Ioriken batto jutsu – registro velocidade de corte de 10 cortes em 10 alvos ao longo de três rodadas. Seus tempos são 6,4, 6,4, e 6,7 segundos respectivamente.
Historicos europeus de Artes Marciais reconstrucionistas no âmbito do “teste de corte” prazo, participar em exercícios similares com várias espadas europeus . Enquanto o conjunto de tatami de palha e bambu verde (embora raramente), e especialmente a carne são os alvos preferenciais de corte, outras substâncias são usadas devido a ser mais baratas, e muito mais fáceis de obter: “macarrão” de piscina , cabaças diversas (abóboras, etc), garrafas de plástico cheia de água, alvos sintéticos ou de barro molhado.
Configurações de alvo
Os alvos podem ser colocados em diferentes configurações:
1. Mais frequentemente, não existe uma posição única sobre a qual um único alvo é colocado na vertical.
2. A segunda configuração envolve vários alvos no lugar verticalmente em um carrinho de comprimento (um yoko-narabi).
3. Uma terceira configuração envolve múltiplos alvos colocados horizontalmente sobre um tipo diferente de suporte chamado Dodan ou dotton.
4. A quarta configuração envolve objetivos individuais (# 1) ou múltiplos (# 2), cada um em estantes separadas.
5. Uma quinta configuração (particular para Goza laminado) envolve vários alvos enrolados juntos para criar um alvo mais espesso e mais denso. Isto pode ser utilizado nas configurações anteriores (# 1, # 2, # 3)
Simbologia no Japão: A líbelula
Como um símbolo sazonal no Japão, a libélula é associado com início do verão e final e início do outono.
Mais geralmente, no Japão libélulas são símbolos de coragem, força e felicidade, e muitas vezes eles aparecem na arte e literatura, especialmente haiku. O amor para libélulas se reflete no fato de que há nomes tradicionais para quase todas as 200 espécies de libélulas encontradas dentro e ao redor do Japão. Crianças japonesas brincam de pegar libélulas grandes como um jogo, usando um fio de cabelo com uma pedrinha amarrada a cada extremidade, que lançam para o ar. No deslize da libélula ela fica presa aos seixos, se envolvendo no cabelo, e é arrastada para o chão pelo peso.
Além deste um dos nomes históricos do Japão – Akitsushima (Kanji: 秋 津 岛 Hiragana: あきつしま) – é uma forma arcaica que significa literalmente A Ilha das libélulas. Isto é atribuído a uma lenda na qual o fundador mítico do Japão, o Imperador Jinmu, foi mordido por um mosquito, que foi prontamente devorado por uma libélula.
Dicas de Segurança Pessoal
Cuidados ao andar a pé
- Evite distrair-se, mantendo-se sempre alerta.
- Não usar jóias ou objetos que despertem atenção.
- Muitas vezes o pretexto de esmola, explicações de superstições, locais de apostas e explicações de crendices constituem-se em ambientes propícios a vigaristas e estelionatários. Evite esses ambientes.
- De forma geral evite parar para falar com estranhos, seja para dar informações ou por qualquer outra razão. Se você perceber uma pessoa se aproximando de forma suspeita, atravesse a rua, entre em uma loja ou em um edifício ou procure a proteção de um policial.
- Não deixe sua bolsa ou objetos em lugares de freqüência pública.
- Andar armado sem a devida permissão legal é crime.
- Se você sentir que está sendo seguido, entre na primeira loja, observe o ambiente externo e só retorne à rua após reavaliar os riscos; na dúvida, ligue para a polícia.
- Se alguém esbarrou em você, verifique se sua roupa não recebeu qualquer forma de “identificação” que possa servir de referência para um assaltante.
Dica extra: CNH:
A carteira de habilitação é um dos poucos documentos que não pode ser xerocopiado e nem plastificado. Com o advento do novo Código Nacional de Transito, foi inaugurada a nova CNH que vem com sua foto estampada (não dá para ser trocada, pois é escaneada) e também consta o numero do RG e CIC do motorista. Portanto, para quem já possui a nova Carteira de Habilitação, pode aposentar em casa o RG e CIC. Perceba que estamos diminuindo o volume da sua carteira pessoal. É de se frisar que a nova CNH é um documento super seguro, pois não dá possibilidade para o estelionatário substituir a fotografia. Com a nova CNH podemos andar de ônibus, trem ou avião, em substituição da Cédula de Identidade.
Quando você estiver em casa:
- Verificar portas e janelas, deixando-as devidamente trancadas.
- Reforçar todas as fechaduras das portas e janelas, se possível use obstáculos.
- Não abrir portas para estranhos. Exigir identificação dos empregados avulsos, tipo lavadeira, faxineira, conserto de telefone, vendedores e entregadores de frutas, pizzas, etc.
- Não entregue as chaves de dependências da casa à secretária do lar, ou serviçais de qualquer natureza.
- Não receba encomendas quando não solicitadas ou que suscitem procedência estranha.
- Evite guardar em sua casa dinheiro e valores desnecessários (jóias, telas, etc).
- Em caso de dúvida consulte a Polícia Civil (ver telefones e endereços).
- Mantenha também sempre à mão os telefones de Emergência da Polícia.
- Conheça a localização da delegacia de Polícia de seu bairro. Instrua seus familiares e serviçais de como proceder em caso de perigo iminente ou de simples observação de suspeitos nas imediações.
Dica extra: Chaveiro do carro ao lado da cama:
Sei que esta dica é mais coerente para quem mora em casa, mas mesmo assim, quem mora em apartamento sempre tem um amigo (a) que mora em casa . Ponha o chaveiro do seu carro ao lado da sua cama à noite Conte à sua mulher, seu marido, seus filhos, seus vizinhos, seus pais, seu médico, à mocinha do caixa do supermercado, a todo mundo que vc encontrar. E ponha o chaveiro de seu carro ao lado de sua cama à noite. Caso vc ouça algum barulho no jardim ou no quintal ou ache que tem alguém tentando entrar na sua casa, basta apertar o botão do chaveiro que o alarme do carro dispara e a buzina vai continuar tocando até que vc o desligue ou que a carga da bateria se esgote. A próxima vez em que vc chegar em casa à noite e for guardar o chaveiro do carro, lembre-se disto: “vc tem nas mãos um sistema de alarme de segurança que já está à sua disposição e não precisa de instalação”. Ele vai disparar se vc apertar o botão de fechar por alguns segundos, a partir de quase todos os lugares de sua casa e a buzina vai continuar tocando daquele jeito escandaloso até que a bateria do carro se esgote ou que voce aperte o botão de reset do chaveiro.
O alarme funciona se vc tiver estacionado o carro na rua, em frente à sua casa, na entrada para carros ou na garagem.
Se o alarme disparar no momento em que algum mal-intencionado estiver tentando invadir a sua casa, o mais provável é que o ladrão ou estuprador saia correndo e desapareça. Dali a alguns segundos, todos os seus vizinhos estarão olhando pelas janelas pra ver quem está lá fora e isso é coisa que nenhum criminoso quer. E não se esqueça de estar com o chaveiro na mão ao caminhar em direção a seu carro em um estacionamento. O alarme pode ter a mesma utilidade nesse lugar. Esse recurso também é útil para qualquer outra emergência, quando vc não consegue chegar até o telefone.
Quando você estiver no carro:
- Não deixe as chaves no contato (ignição) de seu carro, ainda que seja por alguns momentos, nem entregue-as à pessoas entranhas.
- Obedeça as regras de trânsito.
- Quando seu veículo apresentar defeito, chame um mecânico de sua confiança.
Quando em preparo ou durante a viagem:
- Evitar evidenciar esse objetivo à vista de pessoas e nem deles fazer ciência, a não ser ao vizinho de maior confiança.
- Verificar o veículo antes de partir, bem como os documentos e equipamentos obrigatórios (pneus, bagagens, e passageiros).
- Não conduzir à vista, em veículos, objetos valiosos ou pacotes.
- Evitar pedir ou dar “caronas” a estranhos, bem como manter as portas do carro travadas, os vidros levantados e usar o cinto de segurança.
- Quando hospedar-se em hotel, guardar seus valores em cofres.
- Não ingerir bebida alcoólica e/ou substância tóxica ao dirigir veículo.
- Evitar andar sozinho ou transitar em lugares ermos.
Crianças e Idosos:
- Crianças e pessoas da terceira idade não podem andar sozinhos ou acompanhar-se de pessoas estranhas.
- Orientar os filhos a não atender a solicitação de estranhos e não aceitar passeios, convites ou presentes, tais como balas, pipocas, etc.
- Estar sempre atento ao comportamento do filho nas suas relações de amizade, particularmente nas de Colégio e de passeios.
- Com filhos na idade escolar, acompanhá-los na entrada e saída do Colégio.
- Instruir seu filho a evitar contato com vendedores no Colégio.
Cartões de crédito:
- Não guardar o cartão de crédito junto a senha no mesmo lugar, e não entregá-lo a estranhos.
- Ao usar caixa eletrônico, evite movimentos que transpareçam a senha digitada.
- Evitar favor de pessoas estranhas no manuseio de seu cartão magnético.
- Diante de perda, furto ou roubo de seu cartão magnético e/ou documentos similares, prestar queixa imediatamente à Delegacia de Polícia mais próxima e comunicar a instituição a ele vinculado.
- Ao utilizar o cartão magnético em equipamentos que usem carbono, rasgue-o (o carbono) e guarde consigo a segunda via para evitar clonagem.
- Não fornecer por telefone dados pessoais ou números de documentos, assim como horários de saída e chegada em casa. Não discar em seu telefone números solicitados.
Cochilo Japonês
As pressões da vida moderna deixam os japoneses cada vez mais tensos e exaustos, mas isso não é desculpa para dar
aquela cochilada no ombro alheio durante a viagem de trem.
O novo cartaz do metrô de Tóquio tem o objetivo de lembrar os japoneses das regras de etiqueta e alerta que não devemos recostar nos outros periquitos, ops, passageiros.
O japonês dorme sempre que surge uma oportunidade, em qualquer lugar: banco da esquina, chão de estações de trem ou metrô, gramado de parque, cadeira do Starbucks, em pé na escada rolante (amigos, essa eu vi!) e até nas reuniões d
o Parlamento. O cochilo é uma prática nacional. Tem até nome por aqui: inemuri.
Ao contrário do resto do mundo, o inemuri – que significa mais do que uma soneca, é dormir pra valer – não é mal visto ou sinônimo de preguiça. É encarado como um sinal de exaustão, gerada pelo grau de comprometimento com o trabalho árduo, poucas horas de sono e sacrifício do indivíduo. Enquanto uns realmente pegam no sono no escritório, outros fingem que “pregam a pestana” e até ensaiam umas roncadinhas para ficar bem na fita com o chefe. Sim! Os japoneses “malandros” fazem de conta que dormem no escritório para fingir comprometimento com a empresa. Isso não sig
nifica que o japonês não trabalhe duro, muito pelo contrário. Os avanços da tecnologia e invenções – como carros, computadores e celulares, que no início do século haviam prometido facilitar a vida de todos e diminuir a carga horária – tornaram a vida ainda mais acelerada para o ritmo do corpo humano e tem muita gente aqui morrendo por excesso de trabalho. Só no ano passado 1.648 pessoas morreram de karoshi, nome japonês para a doença que significa morrer de tanto trabalhar.
Wabi-sabi
Wabi-sabi (佗 寂?) Representa uma visão de mundo abrangente japonês ou estética centrada na aceitação da transitoriedade e da imperfeição. A estética é muitas vezes descrita como uma beleza que é “imperfeito, impermanente e incompleto”. [1] É um conceito derivado do ensinamento budista das três marcas da existência (三法 印, sanbōin?), A impermanência especificamente (无常, Mujo?), o sofrimento ser outros dois (苦, ku?) e vazio ou a ausência de auto-natureza (空, ku?).
Características da wabi-sabi estética incluem assimetria, aspereza (rugosidade ou irregularidade), simplicidade, economia, austeridade, pudor, a intimidade ea valorização da integridade ingênua de objetos e processos naturais.
“Wabi-sabi é o traço mais proeminente e característico de beleza tradicional japonesa e ocupa aproximadamente a mesma posição no panteão Japonês de valores estéticos que os ideais gregos de beleza e perfeição no Ocidente”. [1] “se um objeto ou expressão pode trazer, dentro de nós, um sentimento de melancolia serena e um anseio espiritual, então que o objeto poderia ser dito para ser wabi-sabi “. [2]” [wabi-sabi] alimenta tudo o que é autêntico, reconhecendo três simples realidades:. nada dura, nada está acabado, e nada é perfeito “[3]
As palavras Wabi sabi e não se traduzem facilmente. Wabi originalmente se referia a solidão de viver na natureza, distante da sociedade; sabi significava “frio”, “magro” ou “seca”. Por volta do século 14 esses significados começou a mudar, assumindo conotações mais positivas. [1] Wabi agora conota simplicidade rústica, frescura ou sossego, e pode ser aplicado a ambos os objetos naturais e artificiais, ou elegância. Também pode se referir a peculiaridades e anomalias decorrentes do processo de construção, que acrescentam exclusividade e elegância para o objeto. Sabi é a beleza ou a serenidade que vem com a idade, quando a vida útil do objeto e sua impermanência são evidenciados em sua pátina e desgaste, ou em quaisquer reparos visíveis.
Depois de séculos de incorporar influências artísticas e budistas da China, wabi sabi eventualmente evoluiu para
um ideal distintamente japones. Com o tempo, os significados de wabi sabi deslocou-se para tornar-se mais alegre e esperançoso. Cerca de 700 anos atrás, especialmente entre a nobreza japonesa, entendeu-se o vazio e a imperfeição e foi homenageado como que o primeiro passo para o satori, ou iluminação. No Japão de hoje, o significado de wabi sabi é muitas vezes condensado como a “sabedoria na simplicidade natural.” Nos livros de arte, que é normalmente definida como “beleza imperfeita”.
De um ponto de engenharia ou de vista do design, “wabi” pode ser interpretado como a qualidade imperfeita de qualquer objeto, devido às limitações inevitáveis na concepção e construção / fabricação, especialmente no que diz respeito às condições de uso imprevisíveis ou mudança.
Garrafa de Cha Wabi-sabi, Período Azuchi-Momoyama, século 16
Um bom exemplo desta forma de realização pode ser visto em certos estilos de cerâmica japonesa. Na cerimônia do chá japonesa, os itens de cerâmica utilizados são muitas vezes rústicos e de aparência simples, por exemplo, Hagi ware, com formas que não são muito simétricas e cores ou texturas que parecem enfatizar um estilo refinado ou simples. Na realidade, esses itens podem ser bastante caros e, na verdade, é até o conhecimento e a capacidade de observação do participante em perceber e discernir os sinais escondidos de um design verdadeiramente excelente ou esmalte (parecido com a aparência de um diamante em bruto ). Isto pode ser interpretado como uma espécie de wabi-sabi estético, ainda confirmado pela maneira da cor de itens de vidro que muda com o tempo como a água quente e é repetidamente vertida nos (sabi) e o fato de taças de chá são muitas vezes deliberadamente endireitados ou cortados na parte inferior (wabi), que serve como uma espécie de assinatura do estilo Hagi-yaki.
Wabi sabi e ambos sugerem sentimentos de desolação e solidão. Na visão budista Mahayana do universo, estes podem ser vistos como características positivas, representando a libertação de um mundo material e transcendência para uma vida mais simples. Na própria filosofia Mahayana, no entanto, adverte que o entendimento genuíno não pode ser alcançado através de palavras ou a linguagem, para aceitar wabi-sabi em termos não-verbais pode ser a abordagem mais adequada. Simon Brown observa que wabi sabi descreve um meio pelo qual os alunos podem aprender a viver a vida através dos sentidos e melhor exercer a vida como ela acontece, ao invés de ser pego em pensamentos desnecessários. Neste sentido Wabi Sabi é a representação material do Zen Budismo. A idéia é que, sendo cercado por coisas naturais, mudança, objetos únicos, nos ajuda a conectar com o nosso mundo real e escapar distrações potencialmente estressantes.
Em certo sentido, wabi sabi é um treinamento em que o estudante de Wabi Sabi aprende a encontrar os objetos mais simples interessantes, fascinantes e belos. Folhas de outono em desvanecimento seriam um exemplo. Wabi sabi pode mudar nossa percepção do mundo na medida em que uma trinca ou quebra em um vaso o torna mais interessante e dá o maior valor ao objeto de meditação. Da mesma forma que os materiais de idade como a madeira nua, papel, tecido, se tornam mais interessantes como eles apresentam alterações que podem ser observadas ao longo do tempo.
Os conceitos de Wabi sabi é religioso em sua origem, mas o uso real das palavras em japonês é muitas vezes bastante casual. O caráter sincrético de sistemas de crenças japonesas devem ser observados.
Miyabi
Miyabi (雅) é um dos tradicionais ideais estéticos japoneses, embora não tão prevalente como Iki ou Wabi-sabi. Em japonês moderno, a palavra é geralmente traduzida como “elegância” refinamento “,” ou “a cortesania” e às vezes se refere a “destruidor/a de corações”.
O ideal representado pela palavra exigia a eliminação de tudo o que era um absurdo ou vulgar e o “polimento dos costumes, dicção e sentimentos para eliminar toda a aspereza e a crueza de modo a alcançar a maior graça.” Manifestou que a sensibilidade para a beleza é que foi a marca da era Heian. Miyabi é muitas vezes estreitamente ligado à noção de autoconsciencia, uma consciência agridoce da transitoriedade das coisas, e, assim, pensava-se que as coisas em declínio mostram um grande senso de Miyabi. Um exemplo disto seria o de uma árvore cerejeira solitária. A árvore em breve perderia suas flores e seria despojada de tudo o que fez de bonito e por isso mostra não só autoconsciencia, mas também Miyabi no processo.
Adeptos dos ideais de Miyabi se esforçam para livrar o mundo de formas brutas ou a estética e as emoções que eram comuns em obras de arte do período, tais como os contidos no Man’yōshū, a mais antiga coleção existente de poesia japonesa. O Man’yōshū continha poemas de pessoas de todos os caminhos da vida, muitos dos quais estavam em contraste com as sensibilidades do Miyabi. Por exemplo, um poema na coleção comparou o cabelo de uma mulher as entranhas de um caracol. Os ideais do Miyabi são firmemente contra o uso de metáforas como esta. Além disso, a valorização do Miyabi e seu ideal foi utilizado como um marcador de diferenças de classe. Acreditava-se que apenas os membros da classe superior, os cortesãos, podem realmente apreciar o funcionamento da Miyabi.
Miyabi na verdade limitava como a arte e poemas podem ser criados. Miyabi tentou ficar longe do rústico e bruto, e, assim, impediu que os cortesãos, tradicionalmente treinados, de expressar sentimentos verdadeiros em suas obras. Nos anos posteriores, Miyabi e sua estética foram substituídos por ideais inspirados pelo Zen Budismo, como Wabi-sabi, Yuugen e Iki.
Os personagens do romance clássico japonês do século 11 “O Conto de Genji”, de Lady Murasaki, fornecem muitos exemplos excelentes da verdadeira natureza de Miyabi.
Koinobori
Para afastar os maus espíritos, utilizam sobre a carpa essências e até folhas de íris que possui um forte aroma. Também simbolizava a sorte nas guerras para os samurais. O koinobori hoje é comemorado no dia 05 de maio, porém não representa apenas o dia dos meninos como antigamente e sim o Dia das Crianças.
Para fazer um koinobori é muito fácil. Pegue um pedaço grande e retangular de tecido ou papel e o dobre ao meio. Desenhe sobre o material as curvas do corpo de um peixe e recorte. O próximo passo é fazer a pintura sobre o material, fazendo a cabeça do peixe e suas escamas.
Ao secar, cole as partes dobradas, menos o local que será a nadadeira caudal (o rabo). Nesse local cole algumas fitas brilhantes para dar beleza e então fure a boca do peixe para colocar um pequeno barbante que será amarrado sobre o mastro.
Pronto! A carpa já pode ser colocada sobre o mastro de bambu para comemorar o koinobori e também para embelezar o céu com seus movimentos, como se estivesse nadando sobre o vento. Quando os enfeites começam a voar os japoneses normalmente fazem pedidos para que seus filhos sejam fortes e saudáveis.
Por gabriela cabral
A historia do Aikido no Rio de Janeiro: Mais de 50 anos de tatame
revisão 1 de 2016
Mais de 50 anos de historias e tatames.
Um texto já antigo, de sensei Santos, que recebi a alguns anos e hoje pode se ver em muitos lugares foi a base. Queria complementar com algumas informações que tinha, pois o texto parava nos anos 80 e muito se passou depois. O grupo de aikido Rio de Janeiro não é mais o único grupo, e diversos dojos aikikai, e não aikikai, surgiram no Rio de Janeiro. A medida que surgirem novas informações vamos refinando o texto. Este é um texto nosso de grande sucesso sem dúvida, e tem sido enriquecido com a participação de muitos sensei que tem contribuído ao longo do tempo. Qualquer contribuição que chegue a nós temos colocado de forma a enriquecer o relato. Fico feliz de contribuir para esse registro. Em 2016 recebemos autorização do pessoal do AMMA de Brasília (Associação Mestre Martins de Aikido) para colocar entrevista com Sensei nakatami que esclarece ou ratifica alguns pontos desta primeira fase do aikido em terras cariocas. Abaixo enxertamos também texto de santos Sensei baseado neste mesmo depoimento e com outras verificações para ajuste de datas que sensei Nakatami na entrevista teve dúvidas.
TERUO NAKATAMI. PIONEIRO (artigo completo sobre Nakatami Sensei aqui)
Teruo Nakatani, aos 28 anos de idade, chegou ao Brasil pelo porto de SANTOS em 6 de Novembro de 1960 no navio a Vapor Holandês BOISSEVAIN que partiu de YOKOHAMA sob o comando de L.RADEMAKER, da companhia transportadora ROYAL INTEROCEAN LINES. Quase 3 meses depois, três dias antes do Carnaval de 1961 , Nakatani mudou-se para o Rio de Janeiro.
Em Outubro de 1961, o emigrante japonês Teruo Nakatani ministra a 1a. Aula de Aikido em território brasileiro, no dojo na Avenida Venezuela, Cais do Porto, onde funcionava o hospital do IPASE, da Associação dos Servidores, e hoje se chama Hospital dos Servidores do Estado – HSE. Recebe ajuda do Sensei Ogino, do Judô, que possuía um dojo de 100 tatames. Sensei Ogino cede um horário para prática de Aikido na academia.Sem qualquer vínculo com o Aikido praticado em São Paulo.
Nakatani, formado pela Universidade Meiji, em Administração, praticava na Hombu dojo e já chegou aqui faixa preta 1o. Dan de Aikido, além de 1o dan em karate, foi aluno de O-sensei e companheiro de Yamada-sensei e Tamura-sensei na Academia Central em Tókio.
Após uma passagem efêmera em um pequeno dojo na área portuária, começa, realmente, no Dojo de Judô do prof. George Mehdi, instalado em Ipanema
Entre os judokas que lá praticavam estava J.R.Martins – que viria a ser o introdutor do Aikido em Brasília.
Martins com a ajuda do secretário da Associação de Faixas Pretas do Rio, sr. Almeida, conseguem espaço e horários na Academia do Mestre Nagashima( na Praça da Bandeira) para o prof. Nakatani ensinar Aikido, as seg/qua/sex das 21:00 as 22:00. Este local é o primeiro local da pratica do Aikido no Rio de forma regular. Os primeiros faixas-pretas de Aikido no Rio de Janeiro, foram J.M. Ribamar Martins, Mark Berler, Eduardo Adler, Carlos Infante, Oswaldo Simon(O Guru), Otavio Oliveira, Luis Augusto Paraguassu, Pedro Gavião, Sinati, Getulio, Waldemar e depois George Prettyman são dessa época dourada.
O crescimento do numero de alunos faz com que Nakatani, em 1969, mude para R.Barata Ribeiro no. 810 , sobreloja e depois 2o. andar – Copacabana que acabou se transformando na Associação Carioca de Aikido. Havia um Segundo local de pratica de Aikido, no Rio, no clube Caiçara( Lagoa) onde as aulas eram dadas pelo Guru, primeiro faixa preta de Nakatani.
Em 15 de julho de 1971, ingressa no dojo de Copacabana, um praticante que terá importante influencia na continuidade do Aikido Carioca, é o empresário Adélio Andrade, português de Douro Litoral, na época com 28 anos, trabalhador, inteligente, hábil administrador, vai suprir a lacuna da ausência de Nakatani gerada por suas atividades empresariais e tornar-se um expoente no Aikido do Rio de Janeiro.
Em 1972, prof. J.R..Martins é removido pelo Banco do Brasil para Brasília e deixa dojo da Barata Ribeiro, vai ser o introdutor do Aikido no Planalto Central. Nakatani se incumbe de, semestralmente, efetuar seminários e a avaliação dos seus alunos brasilienses.
Nakatani, de 1963 ate 1973 torna-se figura lendária, é figura de manchete em jornal ao prender assaltantes Ladeira San Roman, aparece em documentários, noticias da semana sobre esportes, aparece como coadjuvante em filmes nacionais da época, como o Diamante Cor de Rosa de Roberto Carlos.
É bom registrar que o prof. Nakatani busca sua realização na sua área de formação o que acarreta constantes viagens e ausências do dojo de Copacabana. Uma contusão no joelho faz com que Nakatani comece pensar a deixar a pratica do Aikido.
É bom registrar que o prof. Nakatani busca sua realização na sua área de formação o que acarreta constantes viagens e ausências do dojo de Copacabana. Eis que uma lesão no joelho faz com que Nakatani deixe o Aikido, pois não podia mais praticar em seiza. Além disso, seu espírito de empreendedor lhe obriga a se dedicar a sua firma de ar-condicionado, tem projetos de instalação de equipamentos e prazos a cumprir, tudo lhe toma o tempo.
Assim, Nakatani procura, no Japão, primeiro na Academia Central, depois o mestre Yasuo Kobayashi, seu colega de faculdade, para que indicassem uma pessoa para ocupar o seu lugar no dojo do Rio.
Entre os dois principais alunos de Kobayashi, estavam Igarashi e Shikanai, como Igarashi estava noivo, Shikanai se apresenta para vir para o Brasil. Então, em junho de 1975, chega ao Rio, acompanhado por Yasuo Kobayashi, o prof. Ishitami Shikanai, deixando, incompleto, o curso de Economia, da Universidade Meiji, sem nenhum conhecimento de língua portuguesa, solteiro, com 28 anos, terceiro dan de Aikido, segundo dan de Jodo e de Iaido.
Shikanai assume o ensino do Aikido no dojo de Copacabana, porém, ocorre o choque cultural e a reação a mudança face ao Aikido praticado pelo novo instrutor. Os alunos acostumados ao Aikido marcial, viril, do prof. Nakatani questionam a maneira apresentada e o temperamento do novo instrutor o que vem a se refletir na administração financeira da academia (fuga de alunos). O prof. Adélio percebe os problemas e monta um dojo em Niterói a ser dirigido diretamente por Shikanai, ficando a academia da Barata Ribeiro sob a direção de Adélio. E o prof. Shikanai ministrando aulas seg/qua/sex, pela manha e a noite, somente.
Na ida para Niterói, acompanham dois faixas-pretas que são importantes no Aikido do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Coelho e Bento Guimarães.
Crise econômica, inflação desenfreada, reajustes de alugueis abusivos fazem com que a associação Carioca de Aikido passe por sérios problemas, perdendo muitos alunos, o que culminou em seu fechamento, passando o prof. Adélio a lecionar as 3a e 5a. na AABB-Lagoa.
Sob a égide do prof. Adélio, no dojo da AABB-Lagoa, uma outra nova fase carioca se inicia, onde se formam faixas pretas, Jose Carlos, Renato Morrison, Valerio Exposito e Marco Antonio Barcelos.
No dojo de Niterói, onde Shikanai torna morada, escritório e academia, administrado somente por ele, ingressam Antonio Augusto, Alberto Ferreira e Carlos Nogueira. Este ultimo, mais tarde, emigra para Los Angeles, onde ingressa no Iwama-Ryu e hoje – tendo retornado – representa no Brasil a linha do Saito-sensei.
Face a distancia e por determinação do Prof. Shikanai, Pedro Paulo e Bento Guimarães, iniciam turmas de Aikido em Laranjeiras na Academia Nissei, onde Shikanai comparece uma vez por mês para treino mensal. Neste ciclo, formam-se, Nelson Lisboa, Marcelo Guelman, César Silveira, Teresa Silveira, Antonio Peniche (Toko) e outros.
A linhagem do mestre Nakatani, continuou na responsabilidade do mestre Ichitami Shikanai, mestre José Maria Martins, mestre Bento, mestre Adélio, mestre Pedro Paulo, mestre Santos, mestre Nelson T e outros, hoje possui ramificações em diversos Estados do Brasil como (RJ, MG, DF, GO, PA, RO, e SP).
Anos 80:
Nos anos 80 o desenvolvimento do aikido no Rio de Janeiro continuou praticamente restrito ao grupo original carioca, o aikido Rio de Janeiro, com algumas poucas incursões, como o aikido Tomiki conduzido por Hiroshi Tada.
Em 1981, nasce, em Niterói, da união com Maiyumi Shimizu, a filha Minoli, do prof. Shikanai. Minoli, com problemas locomotores decorrentes de erro medico no hospital publico onde a mãe e filha foram atendidas no momento do parto.
As dificuldades de realizar tratamento médico na filha, deficiente física, no próprio dojo de Niterói, induzem Shikanai a aceitar sugestão de Sakai – renomado terapeuta japonês na Zona Sul do Rio – de mudar para uma casaem Belo Horizonteonde melhor poderia aplicar os exercícios na filha.
Então, em 1985, Shikanai muda com a família para Belo Horizonte para uma casa térrea no bairro de Carlos Prates. Primeiro local de pratica foi em casa, depois Praça Raul Soares, um dojo de judô em cima do posto de gasolina e finalmente na Savassi, onde se encontra até hoje.
Na época existia o dojo do saudoso Mestre Clóvis (Círculo de Aikidô) na academia SCRETT no Leblon Rio de Janeiro. Iniciaram nesta época Gentil e Ricardo Martins.
No solo mineiro, surgem novos faixas pretas, como Jose Martins, Jose Almir, Daniel Spach, Vanessa, Paulo Pinheiro, Marcio, Marcelo, Dora, Kátia e outros. Em 2000, Vanessa- faixa preta terceiro dan, inaugura um dojo campestre, na serra dos Jambeiros, local dos gashukus mineiros.
Cumpre destacar que no Rio, dois antigos alunos do dojo da Barata Ribeiro, Laurentino Duó(missionário da Igreja Messiânica) e Cláudio Halfed se mudam para Barra Mansa e Natal, respectivamente, onde introduzem o Aikido e formam novos faixas pretas.
Anos 90:
Nos anos 90 o desenvolvimento do aikido no Rio de Janeiro continuou e novos sensei do AIRJ já estavam atuando. Paralelamente o interesse pelo aikido cresce e o AIRJ não atende todos os locais. Grupos até então mais restritos a São Paulo começam a aparecer por força de mudanças de pessoas para o rio. Nesta época surge no rio o instituto takemussu trazido pelo Sensei Nelson Alves. O instituto Takemussu surgiu em SP fundado por antigo aluno de Kawai Sensei, Wagner Bull, que saiu da União Sul Americana e procurou a Yamada Sensei, quando este esteve ministrando seminários na america latina, para obter apoio para uma incursão em separado. Surgiu assim o Instituto em SP em 1987. Alguns anos depois estaria no Rio, também levado por seu aluno Sensei Luiz Cláudio Freitas, que largou o aikido em 2000, mas deixou seus alunos para seguirem com o grupo. (A frente mais detalhes).
Em 1995, outubro, iniciou o aprendizado de Aikido Sergio Roberto Silva Rabello, com o prof. Alberto Ferreira, do grupo do prof. Shikanai, na ACM. Após cinco meses, devido a mudanças no horário das aulas, transferiu-se para o Instituto Takemussu, no Hikari dojo, na academia Top Defense, na Rua da Passagem, Botafogo, sob a orientação do prof. Luis Claudio de Freitas.
Seis meses após o seu exame de 1o Kyu, assumiu a pedido do prof. Luis Claudio, que resolvera abandonar o ensino de Aikido como dito anteriormente, a liderança do grupo, a esta altura, bastante reduzido e que ainda se dividiu por quatro, ficando parte em Copacabana, outra em Niterói, outra em Maria da Graça e outros em Botafogo. Em 27 de setembro de 2003, prestou exame e foi promovido a shodan. Esta nova geração foi a responsável por realinhar os rumos da representação do grupo takemussu no RJ. PS: Outras fontes, citam desagrado do professor Luis Claudio com instrutores que haviam chegado no IT vindo do AIRJ. Infelizmente, segundo os dois lados ouvidos, a saída de Sensei Luis Claudio gerou mágoas e ressentimentos. Muitas vezes, mal entendidos, egos não controlados e outros fatores, isolados ou em conjunto, podem dividir um grupo ou extingui-lo. Nos mesmos já vimos isso.
No final dos anos 90, outro importantes aluno de Sensei Luiz Claudio fundou um dojo importante do grupo takemussu no RJ: Mauro Salgueiro que começou o Yamato Dojo em Copacabana em 1999 cita essa passagem. Conforme ele mesmo contou:
Diz ele: “O Yamato Dojo existe desde 1999. Quando eu já dava aulas na Top Defense (Hikari Dojo) nas ausências de Luis Cláudio Sensei. Antes somente existia o Ki Toji. Luis Cláudio já dava pinta que iria parar e num dia marcou comigo uma reunião, quando cheguei no dojo ele já havia ido embora (02 horas antes do horário marcado) e tinha entregue as chaves ao Sérgio. Acho que como eu era o aluno mais antigo ainda treinando lá ( o restante estava no Ki Toji ou parado) e eu já tinha o Yamato Dojo funcionando em pleno vapor, acho que ele ficou triste e sem graça, abandonando dessa forma. Como havia sido casado, constituído família e dividia o dojo com os negócios da família (e o aikido não gerava tanto lucro), ele decidiu parar…mas sem a conversa com os mais antigos. E na verdade..no Rio, Takemussu só há agora – Yamato Dojo – Mauro Salgueiro – Seigan dojo – Irmãos Cirto – Shobu aiki – Geraldo e o Ki Toji que ficou com o Marco Aurélio. O Sérgio é ligado ao BrAikikai agora. O Seigan e o Shobu Aiki ficam em Niterói e seus líderes eram alunos de Shikanai Sensei antes de se filiarem ao Takemussu.”
Pelo grupo Shikanai surgia o Seigan Dojo em Niterói, sob a responsabilidade dos Sensei Carlos Alexandre, Geraldo Garcia e Paulo Augusto. Mas, conforme dito anteriormente, mais tarde se filiaram ao Instituto Takemussu.
Outro grupo aporta no Rio de Janeiro nos anos 90:
Por outro lado Ricardo Martins, antigo aluno do falecido professor Clovis do AIRJ, trouxe ao Rio de janeiro a FBA de Sensei Severino Sales Silva. Sensei Severino, 6º Dan aikikai é outro aluno egresso da União Sul Americana que criou seu próprio grupo. Veio a dar seu apoio nesta FBA, o sensei Nelson Alves, que havia treinado ao lado de grandes sensei, tanto no Rio, quanto em SP, e que ajudou muitos praticantes que iniciaram em 90. Outro que veio a se juntar ao grupo foi um antigo aluno de Sergio Rabello, Alexandre Salim. Passou alguns anos depois, com a saída de Ricardo Martins, a ser único representante no Rio. O Sensei Nelson Alves, que antes foi também do instituto takemussu, e antes ainda do Aikido Rio de Janeiro, teve apoio muito importante nesse início, mas no início dos anos 2000 se desligou do grupo.
Ricardo Martins se instalou na ACM no centro; enquanto Alexandre Salim começou a dar aulas no Jardim Botânico e também no centro; na extinta academia mente e corpo. Lá conheci todos eles, Alexandre, Ricardo e Nelson, retomando meus estudos do aikido iniciados no AIRJ no início de 90 com meu mestre Nelson Miranda. Me tornei 1º kyu em 1999 e vim a substituir Alexandre Salim na mente e corpo quando foi para a Tijuca.
Pode se atribuir esse movimento de expansão do aikido de SP representado por estes grupos ao incentivo e apoio de umas das mais importante figuras do aikido mundial: Yoshimitsu Yamada. Mestre Yamada chegou aqui em 92, e continua atuando, não só aqui como em diversos lugares do mundo, por meio da Sansuikai Internacional (a qual somos hoje filiados). Isso proporcionou um aumento não só de opções ao Brasil, como também melhoria inegável da qualidade técnica de nosso aikido. No caso do Rio na década seguinte de 2000, outros grandes sensei proporcionaram a continuidade deste crescimento.
Anos 2000: Mais opções chegando de fora.
Se nos anos 90 o Rio de janeiro (além de outros estados) começou a conhecer o trabalho desenvolvido pelo I. Takemussu e pela FBA (hoje FEBRAI), nos anos 2000 houve mas alguma expansão e novas opções surgiram. Na historia do takemussu ainda destacaria o surgimento do Kitoji em 2000 que foi muito famoso e que ficava (não existe mais neste endereço) em Maria da Graça próximo ao metro. Foi fundado e conduzido por Alberto Coimbra, meu amigo Antonino Barreto e João Marcelo, alunos de Luiz Cláudio Sensei. Hoje funciona em Higienópolis conduzido por Marco Aurelio San.
Em 2001 também chegou aqui o sensei Gentil, retornando de uma viagem de 15 anos ao Japão. No seu primeiro seminário e mais algumas ocasiões tivemos o privilegio de participar do aprendizado proporcionado por este dedicado e talentoso aluno de Sensei Clovis nos anos 80. A principal influência hoje, conforme ele mesmo afirma em seu site, é do shihan Tsuruzo Miyamoto, a quem o sensei Gentil está ligado. Sensei Gentil trouxe uma bagagem excepcional dessa longa imersão na cultura japonesa, e no Aikido praticado no Hombu Dojo, cultivada numa prática diária e obsessiva com todos os grandes mestres em atividade. Teve o prazer e honra de treinar com o Doshu Kisshomaru Ueshiba, filho do fundador e também com o atual Doshu Moriteru Ueshiba, neto do O Sensei. Treinou também com os senseis Kisaburo Osawa, Sadateru Arikawa, Seigo Yamaguchi, Ichiro Shibata, Hiroshi Tada shihan, Seijuro Masuda shihan, Nobuyuki Watanabe shihan, Seishiro Endo shihan, Masatoshi Yasuno shihan, Shoji Seki shihan, Koichi Toriumi shihan, Tsuruzo Miyamoto shihan, Yoshiaki Yokota shihan, Hayato Osawa shihan. O nome Círculo de Aikido foi escolhido em homenagem ao antigo grupo, criado no início dos anos oitenta pelo saudoso sensei Clóvis Melo, ou Mestre Clóvis, como era carinhosamente chamado pelos alunos. Foi ele quem abriu as portas dessa arte marcial para inúmeros praticantes (como o próprio sensei Gentil), que até hoje ainda praticam o Aikido. Alguns antigos alunos do aikido de Alexandre Salim na época do Jardim Botânico se tornaram os primeiros alunos de Sensei Gentil quando Salim deixou de dar aulas na zona sul mais menos na mesma época que sensei gentil fundou o círculo.
Um grande beneficio do trabalho da FBA de sensei Severino Sales foi trazer por 3 vezes para o Rio um grande aluno de Yamada Sensei: O Sensei Donovan Waite.
No mesmo ano de 2000 chegava ao Rio de janeiro, Luc Leoni, frances, e que foi aluno de Daniel Jean Pierre Sensei, este aluno de Tissier Sensei da FIAA. Também treinou com outros sensei pelo mundo, destacando toyoda sensei nos EUA, já falecido. Começou a somente treinar na academia Mente e Corpo, ainda na época de Alexandre Salim como instrutor. Sensei Luc apesar de sua graduação e nível técnico treinava junto com todos somente praticando.
Eu havia retornado ao aikido em 1999 de um período afastado (no mesmo ano conheci o Yamada Sensei em seminário em SP e decidi realmente continuar no aikido). Ia regulamente a São Paulo e Campinas treinar com Sensei Severino, e fui convidado diretamente por ele para fazer exame de shodan. Treinamos muitas vezes nesta época com Luc Leoni, em suas visitas a Mente & Corpo.
Em 2002 alguns alunos da FBA insatisfeitos com questões ligadas a sede e da representação no Rio, deixaram de treinar na FBA. Destes, a se destacar como nomes relevantes para está ainda recente historia do aikido no Rio, e/ou de influência no cenário atual teríamos o sensei Marcio Fontes e seus alunos Alvaro e Munzer. Procuraram Luc Leoni Sensei e foram convidados a treinar em carater informal com o próprio Luc, mas sem uma configuração formal de grupo. Era apenas um grupo de aikidokas ligados a ahan(aikido humanitarian active network) de homma sensei, mas sem ligação formal de aikido, nem com Homma Sensei, nem com nenhum outro grupo. Alguns remanescentes citam como essa época como o surgimento da nippon Kan mas na verdade esta viria a ser formada somente 2004. Na época Luc dizia não querer formar grupo, mas sim treinar. O único yudansha neste grupo além de Luc era na época Marcio Fontes, recém-promovido por Ricardo Martins antes de sair do grupo FBA. Eu permanecei na FBA mais um tempo. Além destes, seus sempai Álvaro Carvalhaes e Munzer Isbele, faixas azuis na época, foram com Marcio. Alunos da academia da tijuca de Alexandre Salim e dois alunos meus faixas verdes, Bernadete e Marcos Delestre, foram também. Me juntei a eles um bom tempo depois, em 2004. Álvaro Carvalhaes tinha parado algum tempo com o aikido fazendo, outras artes e retornou ao aikido ao se juntar ao trabalho de Munzer na Bujutsu Kai. Esta foi uma academia montada no Saara fruto da paixão de Munzer pelas artes marciais, onde além de aikido, tiveram diversas artes. Alvaro tinha começado no AIRJ com Sensei Bento Guimarães e foi excelente ter retornado ao aikido. Também chegamos a dar aulas por lá, por um breve período, em 2003, 2004 aos sábados. Quando iniciamos lá ainda eramos da FBA e foi no encontro diário com Marcio Fontes e Munzer que nos convencemos a aderir ao novo grupo, pouco depois, no início de 2004. Alvaro que tinha retornado convencido e apoiado por Fontes, ficou junto dele quando decidiu se desfiliar da FBA e foi figura importante no grupo. Este foi praticamente a base do futuro grupo Nippon Kan Br. Outros alunos originalmente de Israel Bujarki (Israel era antigo aluno do mestre Clovis e hoje não mais praticante pelo que sei), que treinaram junto com Marcio Fontes, antes deste treinar com Ricardo, também participavam do grupo na bujutsu kai (Carlos Jr, Teixeira e outros). Eles foram convidados por Marcio para retornar ao aikido. Embora Fontes tenha parado também na época do afastamento de Israel, foi por dois ou três anos, retomando no aikido com Ricardo Martins. Ele já era um shodan quando chegou a Bujutsu e trouxe estes alunos de volta ao aikido. Graças ao apoio de Fontes, que foi um grande incentivador deste grupo, ele foi se estruturando e assimilando a proposta técnica da FBA e depois de Leoni Sensei.
Há de se ressaltar que o trabalho da Aikido RJ – dojos shikanai – continuou paralelamente, sempre continuo e de elevado nível técnico. Mas sempre foi um grupo muito fechado e não temos detalhes das gerações todas. Mas nosso foco é destacar os pontos principais que geraram movimentos no Aikido do Rio de Janeiro. Ao longo destas décadas.
Nippon Kan Brasil: Breve historia
Nippon Kan Brasil foi um grupo de aikido que existiu do início 2001 até 2007*.
O grupo surgiu da dissididencia de praticantes da antiga FBA no rio. Marcio Fontes e seus alunos da academia Bujutsu kai resolveram sair deste grupo em 2001 por alguns fatores que geraram desentendimentos.
Ao mesmo tempo havia chegado ao Brasil em 2000, Sensei Luc Leone, que provinha da Federação Francesa de Aikido e procurou um lugar para treinar. Começou a frequentar as aulas de Alexandre Salim querendo participar.
Por diversos motivos, que envolveram certos acontecimentos no final de 2000, Marcio Fontes resolveu se desligar da FBA e de Alexadre Salima. Junto o acompanharam seus alunos na época. Marcio Fontes consultou seu grupo e resolveu solicitar a Luc Sensei que assumi-se os treinos, visto que tinham tomado contato com ele nos treinos e seminários da FEBRAI e viram seu elevado nível técnico trazido da escola francesa. Como Luc Sensei era amigo particular de GAKU HOMMA SENSEI, o mesmo autorizou-o a ser representate da AHAN (AIKIDO HUMANITARIAN ACTIVE NETWORK) no Brasil, instituição filantrópica fundada por Homma sensei, cuja função é ajudar povos e pessoas carentes por meio do aikido.
A partir de 2004 após a resolução de Luc Leoni e concordancia de Homma Sensei, passou este núcleo, junto com outros que haviam chegado ao grupo no final de 2003(entre eles eu mesmo) a formar a Nippon Kan Brasil. Em 2004 tínhamos nos juntado, convencido do projeto, ao grupo como Ahanrio e foi uma grata mudança essa autorização de Homma sensei a representa-lo oficialmente também como grupo de aikido. Me integrei ao grupo como Yudansha que era desde 2000 e sem me preocupar com filiações. Alvaro Carvalhaes secretariava Luc em Buzios e era instrutor auxiliar lá. Um dia, em meados de 2004, Alvaro me liga e diz: “Uma notíca ótima! Sensei Gaku Homma autorizou a nós formamos oficialmente uma representação de aikido da Nippon Kan no Brasil. Vai ser a primeira vez que ele autoriza isso!” Neste momento surgiu realmente a Nippon Kan. Agora sim um grupo de aikido formal. Se treinava desde 2001 na Bujutsu kai, mas a Nippon Kan só nasceu oficialmente em 2004. Esta foi a única representação da nippon kan original no mundo, e que foi formada originalmente por Homma Sensei em Denver, EUA. Sensei Homma não era muito afeito a crescer seu grupo, segundo suas proprias palavras, e foi a primeira e única vez (até hoje) que existiu uma Nippon Kan fora dos EUA. Homma Sensei foi aluno de Saito Sensei e do próprio fundador na mesma época que Mitsume Saotome Sensei.
Já no final de 2004 para 2005 estávamos formando nova turmas de faixas pretas: O exame de shodan de Álvaro Carvalhaes, Marco Delestre, Bernadete e Teixeira foi feito por Luc Sensei e teve Marcio Fontes e eu, ajudando a compor a banca.
Alvaro, Teixeira e Munzer eram senpai mais antigos na Bujutsu Kai, fundada pelo próprio Munzer, um grande entusiasta, não só do aikido como das artes marciais em geral. Eles tinham como instrutor Marcio Fontes. Considero que foi um momento muito importante para mim, pois foi minha primeira experiência em banca de exame de yudansha. Naquela época somente Luc como 4o Dan da Nippon Kan, e 3o da aikikai, poderia examinar, e nos chamou para participar como assistentes. Também outros faixas pretas surgiram, ainda em 2005 no grupo, como Marcio Rocio e o próprio Munzer.
O breve período de existência da Nippon Kan Brasil foi muito interessante por trazer muitos eventos ao Rio de Janeiro além daqueles promovidos pelo Aikido RJ – dojos shikanai. Grupo mais antigo e de grande responsabilidade em construir essa historia do aikido em terras cariocas. Mas que hoje felizmente divide esta responsabilidade com muitos grupos como citamos neste artigo, o que permite maior possibilidade de crescimento do aikido carioca
Um fato relevante ao nosso ver nesta curta historia foi que em 2003 veio morar no Brasil, especificamente em Minas Gerais, o 6º Dan Claude Wallla e em 2005 Luc Leoni foi conhece-lo em Barbacena. Ele tinha na época 40 anos de aikido e era 2º Dan em Iaido, tendo sido aluno direto de Christian Tissier. Este encontro trouxe ainda mais conhecimento técnico ao grupo. Ele fez diversos seminários e aulas no Rio para a Nippon Kan engrandecendo muito a técnica de todos. Um dos mais importantes eventos realizados no Rio de Jaqneiro até hoje, foi organizado pelo grupo: A primeira visita (e até hoje única) de Hitohiro Saito sensei ao Brasil em 2005, do qual fomos um dos organizadores na época, responsável pela comunicação do evento. Foi um evento de grande sucesso em presença de aikidokas nacionais e internacionais no Rio, apesar de declarado boicote de alguns grupos. Ele veio junto com Gaku Homma Sensei e Stefanie Yapp, uma grande aikidoka ligada a Saito Sensei, este um dos grandes nomes do aikido de todos os tempos. Hoje está ligada ao seu filho Hitohiro. O seminário foi uma homenagem ao sensei Morihiro Saito, que sensei Homma iria trazer ao Brasil alguns anos antes, mas devido a sua já abalada saúde não ocorreu. Sempre preocupado também no aspecto cultural, trouxe também um evento de Taiko(tambores japoneses). Gakku Homma Sensei veio varias vezes ao Brasil. Fez diversas ações humanitárias por meio AHAN, o que faz até hoje em diversos países. Em 2007 Luc Sensei, pensava em se filiar a Brasil Aikikai, o que ocorreu. Neste mesmo ano Homma Sensei veio a última vez ao Brasil. Não é dito os motivos de Sensei Homma ter desistido do projeto da Nippon Kan Br e nunca mais voltado ao Brasil. Isso nunca foi bem explicado. Mas temos algumas pistas. Como fiquei desde 2005, no seminário de Saito, designado como na comissão organizadora como diretor de comunicação do grupo ( a principio somente para o evento, mas acabei exercendo essa tarefa de comunicações até minha saída do grupo), tivemos oportunidade de ver alguns movimentos coincidentes. Neste ponto minha explicação é apenas baseado nas circunstancias e declarações que ouvi. Não há versão oficial. Minha impressão: Nesta organização a quem Luc Leoni se filiou em 2007 (Br Aikikai), tinhamos o detalhe de que seu presidente W. Bull era contrário ao trabalho desenvolvido por Homma Sensei por meio da Ahan e aqui no Brasil com a AhanRio. O próprio Sensei Wagner Bull veio falar comigo alguns anos antes, em 2003, em um seminário de Campos do Jordão, que fizesse Luc Sensei entender que esse tipo de visão da AHAN era bonita, mas contraproducente. Queria que conversa-se eu com Sensei Luc (sabe-se lá por que me elegeu nesse momento para isso. Talvez tenha chegado a ele que eu seria o diretor de comunicações como o proprio Luc me designava). Não sei exatamente como, mas isso foi chegando aos ouvidos de Homma Sensei e o aborrecia segundo relatos de pessoas de SP que se relacionavam comigo. Acho que houve algum contato dos dois e gerou desconforto. Realmente é fato que Wagner Bull Sensei inclusive se recusou em 2005 a participar do seminário de Saito Hitohira, proibindo alunos de irem. Fez ainda outro seminário paralelo na mesma data. Uma filiação de Luc Sensei a BR Aikikai do Takemussu pode não ter sido agradavel para Homma sensei. Quando houve em 2007 a filiação de Luc Leoni Sensei a Br Aikikai todos nos estranhamos na verdade. Depois vimos que era um movimento também motivado pelo desejo de Luc de não se afastar da aikikai. Gakku Homma Sensei não pertence a ela, pois tem um grupo independente. Por coincidencia ou não, Homma Sensei se afastou do Brasil no mesmo ano, após seu seminário em setembro de 2007.
Sempre me pareceu que essa aproximição de Luc com a Br Aikikai teve a ver com o afastamento de Homma Sensei. Eu me desfiliei do grupo no início de 2008. Alguns estranharam, mas vi que a proposta inicial que me atraiu quando ainda tinhamos a AHANRio tinha se modificado. Para mim, sem rancores, mas preferi seguir dentro dos objetivos do Ganseki Dojo. Logo depois, parece que ainda em 2008, também saiu do grupo Alvaro Carvalhaes. Acho que pela mesma motivação. O grupo manteve este nome por mais algum tempo embora com nenhuma ligação com a Nippon Kan original ou Gaku Homma Sensei. Hoje acredito que foi na sua vinda no seminário que ele tenha formalizado a Luc, que não mais daria apoio ao grupo. Na verdade não importa detalhes e ressentimentos devem ser diluídos pelo tempo. Mas o fato é que tivemos um grande e breve grupo de aikido e uma associação AhanRio que de 2001 até 2007 fez um trabalho interessante de doações as instituições como obra do berço e outros por meio da arrecadação de seus seminários, sobretudo de Homma Sensei que faz esse trabalho da mesma forma por vários locais do mundo. Acho isso admirável. Tivemos uma oportunidade ímpar de conviver e aprender com Homma Sensei. E também com Luc Leoni. Mas este último se identificou no final mais com a proposta de W. Bull e preferiu também o retorno a Aikikai. E com certeza as duas propostas da Br Aikikai e de Homma Sensei (a ahanRio até hoje é uma proposta arrojada de trabalho) não conviveriam muito tempo. Essa é um relato resumido da NKBR, sendo esta a historia do aikido no Rio, mas registra movimentos relevantes deste grupo. Com certeza semeou frutos.
Instituto Maruyama no Rio:
No início de 2000 havia sido criado um outro grupo em São Paulo – o Instituto Maruyama. Roberto Maruyama era outro antigo membro da União Sul Americana. Ricardo Martins foi seu primeiro representante no Rio no inicio dos anos 2000 depois de ter ficado alguns anos sozinho. “Ronin” como ele se considerava. Ricardo Martins havia iniciado no aikido em 1986 na cademia SCRETT no leblon com o Sensei Clóvis Melo em 1986.
Ricardo Martins se filiou ao Instituto Maruyama após ter conhecido o Shihan Masakazu Kitahira 8º Dan (Hiroshima Aikikai) do Japão em um seminário. Ricardo Martins se impressionou com as virtudes do Shihan Kitahira e principalmente pela sua atitude honesta e sincera. Ricardo Martins foi “apadrinhado” por Kitahira Shihan sob cuidados do Sensei Maruyama.
Foi por volta de 2006 que Marcio Fontes, insatisfeito como os rumos que começavam a se desenhar na Nippon Kan, tinha se filiado também ao Instituto Maruyama. Nesta época um antigo aluno meu de Jacarepaguá e que já estava treinando com ele a alguns anos, depois que deixei de ensinar em Jacarepagua, foi com ele. Seu nome: Luis Peixoto. Ficaram como os dois representantes do grupo Maruyama no Rio. Depois chegou Toshio Ikeda Sensei que se filiou ao grupo e dava aulas no Cosme Velho. A parti de 2006 o Instituto Maruyama no Rio foi composto por Marcio Fontes, Luiz Peixoto e Claudio Almeida. Assim permaneceu até 2012. Claudio Almeida era um antigo aluno da manhã da academia do Munzer no Saara na época da Nippon Kan. A academia fechou e este passou a treinar na Academia Top Defense sob orientação do Sensei Ricardo Martins. Ricardo Martins solicitou ao faixa marrom Claudio Almeida e Rodrigo Shoenacher (faixa azul)que apoiassem o Ikeda Sensei na manutenção do Dojo da Nikkey do Cosme Velho e assim mantendo o site ligado ao instituto Maruyama, na manhã. Alguns anos depois Ikeda foi para o Japão e Claudio Almeida, já shodan, assumiu as aulas. Em 2013 soubemos que Marcio Fontes não pertence mais o instituto Maruyama.
Por volta de 2008, Ricardo Martins se desligou do Instituto Maruyama. Hoje 2° dan segue sob orientação somente do Shihan Yamada Yoshikazu 7º Dan (Kojira Jyukko Kanie Dojos).
A partir de 2005 então, quase todos os grupos paulistas tinham pelo menos um representante no Rio. Somente os dois mais antigos não: A FEPAI e União Sul Americana. Logo mudaria.
Outros grupos cariocas a partir de 2005:
Em 2005 foi fundada a Escola Meirelles de Aikido. É um grupo formado pelo sensei Silvio Meirelles e seus alunos mais antigos. A origem dele é igual a minha bem no inicio: Treinamos juntos no Aikido RJ – dojos shikanai. Ele como aluno de Antonio Augusto em Niterói e eu com Bento em breve período, e depois com o professor Nelson Miranda (Sensei Antonio foi promovido recentemente a 5o Dan). A EMA se filiou a FEPAI em 2007. O orientador técnico é Makoto Nishida, 7o dan aikikai. Antes disso por alguns anos, foram alunos de Carlos Nogueira. Desta forma ficou a FEPAI também com uma representação no Rio. Somente Kawai Sensei e a união sul americana não tinham representação no Rio. Alguns anos depois fomos nós, Ganseki Dojo, estes representantes.
Foi no mesmo ano de 2005 fundamos o Ganseki Dojo. Embora dessemos aulas muito tempo antes, neste ano criamos uma outra proposta de crescer nossa visão do aikido, seguindo a nossa missão mais concretamente. Éramos da Nippon Kan Brasil nesta época; que havia sido récem-criada. Permanecemos até 2008 e resolvemos não permanecer no novo projeto da NKB, filiada a Brasil Aikikai e separada de Homma Sensei.
Depois de alguns meses avaliando, me filiei a Kawai Sensei e a união sul americana, e lá permaneci até a sua morte em 2010. Após o falecimento de Kawai Sensei, no inicio de 2010, estava passando por alguns problemas e também atento aos movimentos dentro da organização. Decidi no final do ano que ia me afastar e deixar meus alunos seguirem o caminho Ganseki. Na união ou não. A pedido deles reconsiderei; e no inicio de 2011 era o primeiro representante da Sansuikai no Rio de Janeiro. A Sansuikai foi criada internacionalmente para difundir o aikido e dar crescentes opções técnicas a todos. E evitando políticas acima do aikido. Isto o que queriamos a muito tempo. O criador da Sansuikai, nosso mestre, dispensa apresentações: Yoshimitsu Yamada, o shihan aikikai, 8º dan, orientador técnico e representante junto ao Aikikai Hombu Dojo/Aikikai. Junto a ele, divulgando o aikido pelo mundo está seu aluno, Donovan Waite, 7º Dan Aikikai. Em 2011, em seminário em Piracicaba (onde estava orgulhoso com meus alunos), eles dois ministraram um seminário comemorando 20 anos de Brasil. Nestes 20 anos foram muitos por eles orientados e apoiados . Entre outros, os 6º dan, Severino Sales, Ricardo Leite Sensei, Breno Sensei, Eduardo Dutra Sensei e Wagner Bull Sensei. Destes somente Wagner Bull hoje, não tem boas relações com Yamada Shihan.
– GRUPOS AIKIKAI HOJE NO RIO:
Voltando especificamente ao Rio, todas estas trajetórias individuais e coletivas formaram o que é hoje o aikido carioca e hoje então temos na cidade, ligados a aikikai:
– DOJOS SHIKANAI ou AIRJ
– Alberto Sensei, Antonio, Pedro Paulo, Nelson Miranda, Sensei Ortega e inúmeros outros, sendo estes os mais antigos. Atualmente Bento Sensei não ministra mais aulas regulares. Bento Sensei hoje, pelo que sabemos, está afastado das aulas regulares aparecendo em algumas ocasiões. Em 2018 Sensei Nelson se afastou um pouco do aikido Rio de Janeiro. Não se afastou definitivamente, mas devido a questões pessoais teve que encerrar seus treinos no Cosme Velho. Ficou um tempo ministrando aulas em nosso dojo. Está afastado no momento atual.
– SANSUIKAI INTERNATIONAL
– Representado no Rio pela Ganseki Kai de Walter Amorim. Walter Amorim Sensei é representante direto de Yamada Sensei. Conta com 9 Yudansha. Além do dojo central da Ganseki Kai, com seu corpo de instrutores, existe ainda 3 de seus alunos conduzindo dojos. Alexandre Pierre na Tijuca, Leonardo Galvão em Paraty e Paulo Cesar em Vila da Penha. No dojo Central, sensei Walter Amorim, Waldecy de Lima, Luiz Viana, Paulo Cezar e Tiago Barbosa. Com Pierre, mais 2 instrutores yudansha auxiliando o trabalho. Jorge Henrique Dias, o Gito, e Sabrina Rezende.
Desde 2016 representa tambem a Sansuikai o sensei Mateus Aldin, aluno de Marcus Caires Sensei, que se mudou de SP. A sansyikai tem cres ido desde entso em terras cariocas.
– CÍRCULO DO AIKIDO – Alunos de Sensei Gentil, que hoje reside no rio Grande do Norte: Julio Galhardi, Cristian Yoyens, entre outros.
– INSTITUTO TAKEMUSSU/Brasil aikikai – Do instituto Takemussu diretamente ligados ao grupo de Wagner Bull sensei temos Sergio sensei, Mauro Salgueiro e o Marco Aurelio San(kitoji). Como representação Brasil Aikikai temos Leoni Dojos, que com sede em Búzios, tem diversos alunos no Rio. Estes últimos formado por remanescentes da antiga Nippon Kan Br e hoje com outros filiados, basicamente do Instituto Takemussu, que se filiaram diretamente a este grupo.
– FEPAI – EMA: Sylvio Meireles e seus alunos Cláudio serra, George Leonardo entre outros.
– Instituto Maruyama – Começou com Ricardo Martins no RJ e teve alguns instrutores adeptos. Hoje somente Claudio de Almeida segue no grupo. Entraram por volta de 2006 Marcio Fontes, Luiz Peixoto e Claudio. Ficaram os 3 até 2012 permanecendo Claudio a partir de então. Claudio era um antigo aluno da manhã da academia do Munzer no Saara na época da Nippon Kan. A academia fechou e este passou a treinar no cosme velho com Ikeda Sensei ligado ao inst Maruyama, na manhã. Alguns anos depois Ikeda foi para o Japão e Claudio, já shodan, assumiu as aulas. Em 2013 soubemos que Marcio Fontes não pertence mais o instituto Maruyama e Luiz Peixoto também não. Não sabemos mais informações deste último. Se dá aulas ainda inclusive.
– FEBRAI – Alexandre Salim.
Outros sensei:
– Sensei Carlos Nogueira: Foi aluno de Shikanai Sensei e saiu do Brasil indo para os EUA e em seguida para o Japão onde ficou por cerca de 2 anos. Voltou ligado a Saito Sensei nos anos 90, tendo treinado com Morihiro Saito Shihan focando o treino no chamado estilo Iwama, fundando a Iwama Brasil. Mantém o nome até hoje embora não esteja filiado ao grupo criado pelo filho de Morihiro Saito – Hitohiro Saito (shin shin aiki shurenkai – dentou iwama ryu ). Sensei Nogueira manteve o nome Iwama Brasil e seguiu independente. Não sabemos como está em relação a filiações hoje, mas a última informação que temos, é que estaria independente.
– Ricardo Martins: 2º Dan Aikikai aluno direto do Shihan Yamada Yoshikazu 7º Dan (Kojira Jyukko Kanie Dojos) Ex-aluno dos mestres Shihan Masakazu Kitahira 8º Dan (Hiroshima Aikikai), Roberto Maruyama 6º Dan (Instituto Maruyama e Ex- Pres. do Brazil Aikikai), Sensei Severino Sales 6º Dan (Pres. FEBRAI), Sensei Pedro Paulo 5º Dan (Aikidô Rio de Janeiro), Sensei Adélio 4º Dan, Sensei Ortega 4º Dan (Aikidô Rio de Janeiro), Sensei Luis Cláudio 2º Dan (Instituto Takemussu) e do saudoso Mestre Clóvis (Círculo de Aikidô) com quem iniciou seus treinamentos em Aikidô em 1986 na academia SCRETT no Leblon Rio de Janeiro.
– Marcio Fontes: Conforme informação do próprio Marcio está hoje ligado a Federação de Lutas do Estado do Rio de Janeiro, cujo presidente é o Sr. Robson Gracie. Não está ligado a nenhum grupo de aikido específico, tendo seu próprio grupo.
Outros estilos:
– Shodokan: Existem ainda 3 grupo de aikido shodokan: Do grupo Tada (Shodokan), de seu antigo aluno Paulo Henrique, que fundou a Facerj(independente) e outros alunos destes que fundaram a ARSA RIO
– Ki Aikido: Jorge Pretyman (antigo aluno do AIRJ quando chegou ao Brasil, mas voltou as origens pois começou o aikido com nada menos que o próprio Tohei no Havaí no Ki Aikido. Atualmente não leciona, pelo que parece. No ki aikido, dando aulas em Niterói, temos o sensei Ubiratan.
– Shin shin aiki shurenkai – dentou iwama ryu: Alvaro Carvalhaes a partir de 2012 e que antes era Brasil Aikikai conforme citado. Álvaro Carvalhaes se desfiliou da Brasil Aikikai e do Leoni Dojos. Se filiou ao sensei Jose Silva de São Paulo, sendo este ligado a shin shin aiki shurenkai Sentou iwama ryu – de Hitohiro Saito Sensei.
Nota1: destaquei professores principais e instrutores antigos ligados a eles com dojo ou turma própria fora do local do líder.
Nota 2: Destaquei somente a cidade do Rio de Janeiro e Niterói que foi um grande pólo também devido ao trabalho desenvolvido lá ainda no inicio do aikido por aqui quando Shikanai Sensei sai de Copacabana para dar aulas lá.
Peço desculpas pela omissão de algum nome importante na lista. Por favor, ajudem quem tiver mais informações. Algumas surgiram, passaram para nós e acrescentamos. Podemos sempre melhorar o texto, e a narrativa dos fatos. A fim de dirimir dúvidas, este relato conta a historia do aikido do rio da melhor forma a se ter entendimentos de alguns movimentos que ocorreram desde a introdução desta arte marcial em nossas terras por Nakatami sensei.
NOTA ADICIONAL: O texto original foi modificado ao longo tempo, em grande parte pela colaboração de pessoas que viveram diretamente alguns percalços, o que enriqueceu a narrativa, como foi o caso de Mauro Salgueiro, Ricardo Martins, Marcio Fontes, entre outros, Agradecemos também enormemente o texto original de sensei Santos. Um presente. É claro que não é possível agradar a todos. Falo isso por que já me disseram que alguém se desagradou da iniciativa de contar essa historia, e postou críticas em algum lugar dizendo não ser assim que ocorreu determinado fato narrado. É um fato isolado pelo que parece, mas pode ocorrer. Ao invés de, como nossos amigos citados, utilizar o pensamento aiki de unir e progredir a narrativa, tão interessante para os novos, e nos enviar uma mensagem direta para que pudéssemos melhorar o texto, parece que preferiu apenas a crítica. É esperado. Alguns treinarão 10, 20, 30 anos e só aprenderão técnicas.”Dicere et facere non semper eiusdem.”(Dizer e fazer não são sempre da mesma pessoa) Mas de qualquer forma, nesse caso, foi fácil resolver, pois o melhor caminho foi eliminar ao máximo referencias no texto, sem prejuízo a narrativa, pois não se trataram de fatos relevantes para se contar essa historia do aikido no Rio de Janeiro.