Texto extraído do antigo grupo aikido Rj. (Comentários meus em itálico)
AIKIDo: Como são as aulas. (ou deveriam ser)
Um ponto muito importante: o treinamento do AIKIDO é cooperativo e não competitivo.
As técnicas são aprendidas através do treino com um parceiro, ele não é um adversário. É preciso sempre adequar a velocidade, a energia e a potência da técnica às habilidades do parceiro, que está lhe emprestando o corpo para você praticar. ( Enfatizo muito isso nos treinos. Que o aikido utiliza uma pedagogia diferente das outras artes para o seu aprendizado. Por isso é necessário maior desprendimento nesta abordagem)
A prática do AIKIDO começa no momento da entrada no dojo.
Os praticantes devem observar a etiqueta o tempo todo. É adequado fazer a reverência ao entrar e sair do dojo/academia e ao entrar e sair do tatame.
Cerca de 5 minutos antes do início da aula, os praticantes devem alinhar-se e sentar-se, quietos, em seiza (ajoelhados).
A única maneira de progredir no AIKIDO é através do treinamento regular e contínuo. A freqüência não é obrigatória mas, para haver evolução no AIKIDO, é preciso praticar pelo menos duas vezes por semana. Além disso, já que o AIKIDO propicia meios de cultivar a auto-disciplina, esta começa com a freqüência regular.
O seu treinamento é de sua própria responsabilidade. Ninguém vai pegá-lo(a) pela mão e levá-lo(a) à proficiência no AIKIDO. Não é responsabilidade do instrutor ou de qualquer companheiro graduado verificar se você está aprendendo. Faz parte do treinamento aprender a efetivamente observar. Portanto, antes de pedir ajuda, tente aprender a técnica por si mesmo(a), por meio da observação dos companheiros.
O treinamento no AIKIDO engloba mais do que técnicas. Inclui a observação e modificação dos padrões físicos e psicológicos de pensamento e comportamento. O comprometimento de cada um em aprender, em se auto-aperfeiçoar faz parte da essência do treinamento.
Em especial, deve-se prestar atenção à maneira com que se reage aos variados tipos de circunstâncias. Assim, o cultivo da (auto) consciência é parte do treinamento.
O treinamento pode, às vezes, ser frustrante. (sim, sempre pode, rs. Por isso digo que o maior instrumento para aprender o aikido é paciencia. Com os companheiros de treinos e com si mesmo principalmente)
Aprender a lidar com essa frustração também é parte do AIKIDO. Os praticantes precisam se auto-observar para determina
r a raiz de sua frustração e insatisfação com seu progresso. A causa pode ser uma tendência de se comparar demais com os outros, colegas, o que não deixa de ser um tipo de competição. E bom admirar o talento do próximo e esforçar-se para iguala-lo, mas é necessário cuidado para que as comparações não suscitem ressentimentos ou autocríticas exageradas.
Se você se sentir muito cansado(a) ou se machucar, pode, após fazer uma reverência, parar temporariamente o seu o treino, retornando quando sentir-se capacitado. Se for necessário deixar o tatame, peça permissão ao instrutor.
Kamae vs shizentai
Em outro momento relacionando-se o “mundo real” e o aikido, me faz pensar sobre kamae e shizentai.
No estilo Shodokan de aikido costuma-se praticar a técnica de shizentai (neutro, ou postura natural), ao invés de ser no kamae, antes dos ataques uke.
Nos outros estilo normalmente os aikidoka assumem kamae, antes dos ataques uke, o que me faz pensar:
Você acha que é difícil se adaptar a iniciar uma técnica sem estar “na postura” em primeiro lugar? É necessário praticar a técnica com posturas diferentes para ser capaz de aplicá-lo a partir de diferentes posturas, ou será que só vem com a prática, independentemente de como você começa as técnicas?
Disseram-me que este hábito (Shodokan), de estar em shizentai em vez de kamae, vem da filosofia Tomiki sensei de “mushin mugamae”.
Normalmente nós no Aikido tradicional usamos o kamae e isso parte da filosofia de primeiro aprender pelo básico e depois um posicionamento mais avançado onde voce assumiria esta postura shizentai. Esta diferença para mim se assemelha ao que vemos no aikido tradicional em relação ao ki aikido: Ele partem desde o início no conceito de desenvolver o ki, usando seus famoso exercicicos e testes de ki. No tradicional entende-se que primeiro o praticante deve passar por estágios mais fáceis, para depois ir adquirindo esse entendimento e partindo para esse estudo.
Para mim, respeitando o conhecimento de tohei sensei que orientava o método de estudo precoce do ki; e o de tomiki sensei que fazia da mesma forma com a questão da postura; os iniciantes dos primeiros anos estão ainda mal começando a saber se movimentar corretamente, e trabalhar de alguma forma o centro, como eles vão já começar a explorar estes conceitos?
O treinamento para (se alcançar o) Aiki-Shizentai
Ordenar o kokyu de todo o corpo, fazer como se o centro de gravidade perpassasse o centro do corpo; deixar todo sentimento de preparo para ação; deixar corpo e espírito livre para a natureza existente. No tempo certo, a energia concentra-se no tanden. Será a postura de livre de interação, isto é, o Aiki-shizentai. Se houver quem o toque será certamente desequilibrado. Isto é porque o (a capacidade de) movimento naturalmente existente no ser humano é ativado instantaneamente. É a manifestação da lei do aiki kokyu, do irimi tenkan. Neste momento é importante não deixar que uma autoconsciência desnecessária atrapalhe seus movimentos. Normalmente, na ocasião dos treinos, nós agimos para subjugar os oponentes, confiando inutilmente no uso da força. Acreditamos que fazemos a técnica certa de modo certo e forçamos. É difícil parar para refletir. Se a técnica não entrar, pensamos que o problema está na técnica, não em nós. Nem se tenta pensar que o que se faz são competições, matanças mútuas, esforços e empenhos inúteis. Como em geral (as pessoas) são sérias e sinceras, o conserto torna-se difícil.
Acredita-se que os mestres antigos de budo, apesar de em diferentes representações, ditaram a importância do shizentai verdadeiro. No Shinkage ryu é instruído que onde há kamae chama-se satsu (morte) e onde não há kamae chama-se katsu (vida). Musashi desaconselhou firmemente que o corpo e o espírito perdessem as suas naturezas. Estes ensinamentos são de peso, por virem de pessoas que caminharam por campos de guerra e sobreviveram a inúmeras batalhas de vida ou morte. De toda forma, pode-se pensar que o aiki shizentai é a fonte da manifestação das técnicas do Aikido e, o atingir na realização de sua autoconsciência seria o fim extremo. Pergunto-lhes o que achariam neste momento.
Significa treinar ou praticar. Este é o estágio em que os movimentos essenciais são aperfeiçoados pela repetição lenta, esmiuçando o kata em suas partes e detalhes, compreendendo como as técnicas trabalham em uma situação da luta. Com esta prática, o ryusha (praticante de um estilo) começa a compreender os princípios de Metsuke (corrigir o uso dos olhos), de Seme (que pressiona ou que empurra) a fim controlar o oponente, de Maai (noção de distância de combate) e de sincronismo. Este tipo de estudo é realizado por aproximadamente cinco anos da prática regular. Simultaneamente, aproximadamente do terceiro ou quarto ano em diante, o ryusha começará a prática de Tanren.
2. Tanren
Significa forjar, da mesma maneira que uma lâmina da espada é forjada, com trabalho duro e suor, e em muitas horas de dedicação; amalgamando-se os elementos duros e suaves no corpo, na mente, e no movimento, quando a espada ganha sua força a partir do aço duro e suave. O estudante pratica cada vez mais sem se preocupar com a exatidão dos movimentos (embora devam permanecer corretos e eficazes) e repete o kata sem interrupções com um sentimento de Shinken Shobu (uma luta à morte com uma espada real).
Durante esta fase a postura melhora, os movimentos tornam-se mais naturais e as técnicas tornam-se mais eficazes e menos previsíveis pois o sincronismo é melhor controlado . Enquanto a confiança aumenta e Ukemi (rolamento) se afia, o treinamento passa para a fase chamada Renshu.
3. Renshu
Ren significa lustrar, aperfeiçoar pela prática continuada do keiko e tanren. Significa também lustrar o espírito e o caráter com as exigências do detalhe e da interpretação. Isto produz um Renshi, que é a pessoa cujo desempenho e caráter estejam lustrados pelo treinamento. Após este estágio, as ações tornam-se mais lentas e mais suaves, parecendo ser menos eficazes – mas a técnica vem da eficiência refinada, não da força – até o momento em que a espada estiver cortando realmente, e o restante do corpo relaxado, mas constantemente ciente e alerto na mente.
Todos os movimentos naturais e flexíveis do Aikido tém sua origem em posturas corretas. Pode muitas vezes não possuir Kamae, sendo que isso não significa necessariamente que se possa assumir qualquer postura. As posturas básicas são conhecidas como Shizentai(natural), Hidari Kamae(esquerda), Migi Kamae(direita) e a posição sentada que será explorada em outro momento. Estes Kamae direito e esquerdo também são chamados Migi Hanmi(posição oblíqua direita) e Hidari Hanmi(posição oblíqua esquerda). A posição mais natural para nós é normalmente em pé, com o corpo confortavelmente equilibrado em uma posição da qual podemos nos mover tanto para a esquerda quanto para a direita.
O que deve ficar claro é que as posturas dentro do Aikido são consideradas naturais, ou seja, que proporcionam uma base direta para qualquer movimento que se queira executar. Esta postura natural é fundamentada, segundo o Falecido Doshu Kisshomaru Ueshiba, no conceito de Sankaku Tai (Forma Triangular).
Devemos lembrar de manter o corpo em uma postura de Hanmi(Meio Corpo). O peso deve estar bem distribuído, e a postura deve proporcionar liberdade para se executar qualquer movimento.
De forma bem didática, Stanley Pranin colocou desta forma:
É o conceito da atenção constante antes, durante e depois da execução de qualquer Kihon ou forma do Aikido. Esta concentração e atenção é a essência do trabalho marcial, visto que é exatamente através dela que o praticante adquire uma percepção do contexto real de um ataque ou de vários ao mesmo tempo, e pode lidar da melhor forma possível com a situação, e não simplesmente executando uma forma qualquer de defesa, que muitas vezes o coloca em uma situação pior.
Podemos aprofundar o conceito um pouco mais qunado o queremos entender e desenvolver:
Traduzido literalmente, Zanshin significa “permanecer com o coração ou espírito”. Alguns dão uma definição vaga de “consciência combativa” ou palavras de significado similar.
Esportistas modernos muitas vezes falam sobre “colocar seu rosto em jogo” para intimidar seu adversário (s). Alguns praticantes de budo focam na questão do olhar ou foco em seu oponente após uma técnica estar terminada e acha que isso é zanshin. Muitos práticas de gendai budo (modernas) parecem não enfatizar o zanshin. Tenho visto muito dojo de judô e aikido onde as pessoas não mostram nenhuma compreensão ou preocupação com o combativo ma-ai (distância de engajamento) e viram as costas para o seu “parceiro”. Mas o que é zanshin e como vamos conseguir isso?
Zanshin é uma qualidade que é composta de vários outros ingredientes básicos que são necessários para a prática adequada do budo. Vamos dar uma olhada no que esses elementos são fundamentais.
Shisei (postura); Metsuke (olhar)*; Ma-ai (melhor distância para a execução de uma técnica específica);
Kiai (energia concentrada) e Ki Musubi (conexão)
* METSUKE – Basicamente, existem dois tipos de treinamento metsuke no Daito-ryu Aikijujutsu , um mokushin chamado (lit. “o olho da mente”), outro chamado ganriki (literalmente “poder do olho”). Mokushin envolve ver com o “olho da mente”, muitas vezes para incluir e envolver o adversário. Ganriki, por outro lado, é um forte, olhar penetrante, que vê no adversário intenções e pode ser usado para dominá-lo e controlá-lo.
Quando começamos a prática, esses elementos são o que estamos nos concentrando precisamos controlar conscientemente o tempo todo. Nós sempre começamos a imitar zanshin dos nossos senpai, mantendo uma boa postura, observando e mantendo contato visual com o nosso parceiro e tendo certeza que a nossa distância está correta. Normalmente, a nossa postura é muito duro e nós adicionamos um olhar um tanto “ameaçador” em nossa cara para desencorajar qualquer tentativa de nos atacar. É claro que sempre exageramos e nosso “Zanshin” assume um ar exageradamente dramático, que é muito perceptível para os outros. Mas, mesmo com estas falhas, ele começa a funcionar. Para o Uke parece que eles não têm chance de nos atacar novamente.
Neste ponto, alguns novos aspectos da zanshin deve entrar em cena.
Kime (foco decisivo); Riai (essência da técnica) e Kanken (intuição / conhecimento)
Devemos ter o kiai mais focado, com kime. Nós temos que ter uma compreensão de como a técnica realmente funciona. A distância, a nossa meta, a nossa hasuji (linha de corte ou linha de força), e tempo da técnica compõem essa idéia de riai. O Kanken está se desenvolvendo e se tornando mais forte.
Após a prática substancial e feedback dos nossos senpai, começamos a relaxar e nossa postura e o movimento é melhor. Nós olhamos como se estivéssemos “enraizados na esteira e ainda movendo-se facilmente. Nosso rosto é calmo, sem intenção e mostra que os nossos olhos estão olhando para o uke e além, mas o olhar não é capaz de ser “capturado”. Nossa energia é focada e relaxada … aparentemente capaz de qualquer coisa. O uke não vê aberturas (suki) em nossa postura e atenção. Estamos começando a desenvolver zanshin real. Estamos mostrando zanshin em outros momentos em nossa prática agora … não apenas depois que terminar uma técnica. É uma sensação muito ruim, até mesmo perigosa, tirar nossos olhos do uke muito cedo. Temos a consciência de que não estava lá antes. Temos uma calma que está lá, mesmo durante a ação forte, intensa. Costuma-se dizer que há uma qualidade de quietude em ação e ação em silêncio.
Após alguns anos de prática de qualidade, sob um instrutor competente, e um bom grupo de amigos para treinar com eles, nosso zanshin também se torna cheio de outras qualidades. Estas qualidades são sutis e difíceis de descrever.É fácil de ver nos outros, mas difícil de detectar quando começamos a mostra-las. Na verdade, a maioria de nós “tenta” desenvolver essas qualidades de Fudoshin (mente imóvel) e Muga Mushin (nenhum pensamento de auto ou ações) e é muito difícil. Até mesmo assume-se maneirismos para nos igualarmos com os nossos professores ou senpai, que percebemos que tem essas qualidades de alguma maneira, antes de nós realmente começarmos a ter um pouco disso que eles tem de forma real. Paciência, a prática, e o contato contínuo com aqueles que demonstram essas qualidades em suas vidas, e tempo, são as únicas ferramentas que nos darão o que queremos. Em algum momento, devemos até mesmo desistir de querer essas coisas e apenas práticar. Grande fé temperada com grande dúvida.
Textos de Kishomaru Ueshiba Tradução: Rubens Caruso Jr.
KAMAE:
O Aikido não possui Kamae, sendo que isso não significa necessariamente que se possa assumir qualquer postura. O que deve ficar claro é que as posturas dentro do Aikido são consideradas naturais, ou seja, que proporcionam uma base direta para qualquer movimento que se queira executar. Esta postura natural é fundamentada, segundo o Falecido Doshu Kisshomaru Ueshiba, no conceito de Sankaku Tai (Forma Triangular).
Devemos lembrar de manter o corpo em uma postura de Hanmi(Meio Corpo). O peso deve estar bem distribuído, e a postura deve proporcionar liberdade para se executar qualquer movimento.
MAAI:
Pode-se relacionar este conceito a melhor distância para a execução de uma técnica específica. Esta distância é basicamente relativa ao espaço existente entre os praticantes, mas o conceito de Ma-ai é muito mais abrangente sendo que envolve tanto o posicionamento físico como o mental. Basicamente existem três formas de Ma-ai:
° Itto Issoku Ma-ai (Ma-ai Grande – Os praticantes estão separados por aproximadamente 33 Cm) Essa medida é aferida tomando-se as mãos mais a frente dos parceiros. Em caso de se estar segurando um Bokken a medida é feita pelas pontas.
° Toi Ma-ai (Ma-ai Médio – Os praticantes chegam a tocar as mãos) Esse Ma-ai é assumido com armas quando a Kissaki(ponta) dos Bokken se tocam.
° Chikama Ma-ai (Ma-ai Curto – Os praticantes chegam a cruzar os braços devido a distância curta entre ambos) Esse Ma-ai é assumido quando os Bokken dos parceiros se cruzam, aproximadamente um terço do Bokken.
“Quando você está de frente para seu oponente e combate a distância, a distância ideal é aquela na qual você pode mover-se livremente. O movimento da mente, o fluxo do Ki, o espaço existente entre os dois oponentes e as direções de seus movimentos, estão intimamente relacionados com o Ma-ai.
Na prática do Aikido, se considera a distância correta quando as mãos dos praticantes chegam a tocar-se. Contudo, o Ma-ai correto variará segundo as posições relativas de ambos. Basicamente, existem duas combinações de posições possíveis. São: AI-HANMI ou Posição Obliqua Mútua, quando os dois estão em pé na mesma posição, seja na posição obliqua direita ou na posição obliqua esquerda, e GYAKU-HANMI, na qual um está de pé com o lado direito à frente e o outro está com o lado esquerdo.
Para se estabelecer um correto Ma-ai, devemos assumir e manter uma relação indiferente frente ao oponente. Aproveite-se do ambiente, tire proveito da luz do sol ou de uma janela, uma marca no solo ou outras circunstâncias, e atraia o adversário para dentro de seu Ma-ai. “
O Aikido é uma excelente alternativa para quem quer obter uma forma física melhor, inclusive com controle de peso. Mesmo para aqueles que são hoje sedentários. Isto por que pressupõe um começo não determinando um nível de aptidão física ou experiência com movimento ou outras artes marciais. Cada pessoa começa a partir de seu atual nível de flexibilidade e força, e gradualmente expande ao que é possível e desejado. Aikido envolve a aprendizagem de uma forma diferente de percepção do movimento. Relaxamento, centralização e movimento integrados são qualidades que cada ser humano pode desenvolver independentemente da condição física. Ao longo do tempo, o aumento da aptidão e da prática pode se tornar mais forte, mas o fascinante mundo do Aikido faz você ficar em forma em uma linha de treino agradável. Claro, se você tem uma condição médica que pode fazer de sua participação em uma atividade física de certo risco (como qualquer uma). Você deve consultar com um profissional de saúde qualificado antes de se matricular.
Saúde mental:
A gestão eficaz da energia é uma dimensão importante nas artes marciais, bem como dos profissionais de saúde mental. O conceito oriental de Ki é descrito, observando seu desenvolvimento, indiana, chinesa e japonesa. Ki ea transferência de energia é estudada através do encontro marcial, utilizando conceitos emprestados da esgrima japonesa. Ki também é discutida a partir de um contexto de desenvolvimento como progresso jovens em Tae Kwon Do treinamento. Ao examinar as disciplinas de Aikido, Tae Kwon Do, Karatê e, torna-se claro que mais está envolvido do que chutes, socos, e jogando corpos no chão. Estas artes marciais têm algumas declarações importantes a fazer na área da saúde mental, particularmente em termos de energia – dentro de nossos corpos, psiques, relações interpessoais, e do universo.
Os benefícios de saúde discutidos incluem fortalecimento e auto-suficiencia dos idosos, as redução de quedas, aumento da capacidade de exercicios, e os benefícios para o sistema imunológico e sistema nervoso autônomo.
Tradução livre do texto de Francis Dunken
Fonte: Aikido Journal
Passo 1
Por exemplo: Coloque uma pequena tira de fita vermelha no seu uniforme, sobre a área lesada. Um pedaço de fita vermelha em seu ombro indica que ainda está se curando. Seus parceiros podem apreciar esta comunicação e ter cortesia e calma.
Passo 2
Participar de turma de novatos em seu dojo, mesmo se tem knowphow de um profissional intermediário ou avançado da arte. Aproveite esta oportunidade para se concentrar em técnicas básicas, em um ritmo lento, para reviver a sua memória muscular. Trabalhe com alegria com as pessoas da aula que realmente estão apenas começando. Você carrega um conhecimento valioso, e ajudando alguém vai ajudar você a lembrar o quanto você aprendeu.
Passo 3
Tome duas aulas por semana, durante quatro semanas. Em seguida, adicione uma terceira aula por semana. Se voce gosta de treinar mais do que isso, gradualmente adicione mais aulas. Mesmo se voce está¡ trabalhando duro em seus exercícios de recuperaçâo, dár tempo ao corpo para se acostumar com o seu retorno ao Aikido.
Passo 4
Anote em cartões um índice os nomes e descrições de técnicas de ataque e resposta. Transporte os cartões com você e revise-os periodicamente ao longo da semana. Visualize a execução bem sucedida destas técnicas por voce. Isso vai ajudar você a lembrar os movimentos em que pode se sentir enferrujado e desajeitado.
Passo 5
Pergunte aos seus colegas do dojo se querem trabalhar com você antes e depois da aula em qualquer técnica que sente difícil voltar a forma anterior. Decomponha o movimento, dá uma boa olhada nele. Trabalhe como se você estivesse aprendendo pela primeira vez. Esta é a sua oportunidade de encontrar as coisas “esquecidas” das técnicas que você pode nunca ter entendido antes.
Concordo com a maioria desses pontos – obviamente, há uma inclinação para pular etapas (especialmente o passo 4, mais trabalhoso), mas eu também devo salientar que, se o profissional de saúde diz que “colocar-se em recuperação por 6 semanas”, faça exatamente isso! Eu vi tantos alunos nas últimas décadas transpor os limites de sua reabilitação pelo seu entusiasmo para voltar a treinar, só para potencializar da lesão original e da um passo para trás maior ainda!
No meu dojo é atualmente temos uma caras recuperando de uma lesão do joelho (não causada por Aikido eu poderia acrescentar ..) e outra de uma lesão de pulso (de novo, não pelo aikido…). Ambos esses caras são muito dedicados e já estão ficando frustrados com a falta de treinamento regular.
Aqui estão algumas coisas que você pode querer considerar – que muito me ajudou quando eu estava “fora do tatami” por cerca de 5 meses com um tendão de Aquiles que rompeu na década de 90.
1. Ler.
Pegue cada livro de Aikido que você pode, mesmo que isso signifique ter dois ou trás em leitura ao mesmo tempo. Isto irá manter a sua mente ativa e também ajudá-lo a processar a informação que você já está pulando dentro da sua cabeça!
2. Ir para a aula, mas apenas assistir
Sim, eu percebo que isso pode ser frustrante, mas mantêm você em contato com o que o professor está trabalhando e tambêm deixa você sentar e ver como seus colegas interpretam isso, o que pode ser muito útil para analisar a forma como a sua prôpria interpretação da técnica ocorre.
3. Exercercitar as partes de você que ainda são funcionais.
ou seja, se o seu joelho está comprometido por um tempo, trabalhar em sua parte superior do corpo. Um aspecto da formação que é muitas vezes negligenciada é a auto-disciplina e força de vontade envolvida para realmente tirar seu traseiro da cadeira e ir treinar 3 vezes por semana. Um periodo de reabilitação temporário, especialmente se voce estiver colocado na frente da TV, pode ser uma ladeira escorregadia em direção a letargia e apatia. Faça alguma coisa! Construir do exercÃcio dentro de sua rotina, mesmo que esteja substituindo o seu normal “treino Aiki” com ele.
4. Aiki Ken, Aiki Jo.
Eu tinha um tempo total de gesso de 4 meses após a ruptura do tendão de Aquiles, e assim que eu tive o OK para colocar peso sobre a perna, voltei para, limitado, treinamento de armas. Se você pode estar lá voce pode fazer alguma coisa!
Se você está se recuperando de uma lesão ou uma cirurgia, será bom para sua reabilitação!
Eu estaria interessado em ouvir quaisquer outras dicas das pessoas “experientes” com ferimentos e lesões.
Minha contribuição: Quando fazia karatê, uma lesão leve no pé me levou a para umas semanas e conheci por acidente, conversando, o aikido. Acabei ficando. Depois disso, nestes 23 anos, só parei em 3 momentos. Todos por machucados ou alguma pequena intervenção. 10 meses, 3 meses e 2 meses. Aos poucos fui sabendo lidar com isso cada vez melhor. Não li esse artigo antes; mas segui por estes caminhos. Ler e Assistir aulas(embora te dê vontade de pular no tatame), voltar mais devagar e com extremo cuidado. Tudo isso é necessário. E muita perseverança. E o que nesta situação, ou outras, vai diferenciar o que segue o caminho, o que aprende, evolui. Chega a preta, enfim, obtém sucesso. Muita perseverança.
Jujutsu ( japonês: 柔 术, pronúncia japonesa: [dʑuu.dʑu.tsu]) é uma arte marcial japonesa e um método de combate corpo a corpo para derrotar uma armada e oponente blindado em que se usa nenhuma arma ou apenas uma arma curta. O jujutsu palavra é muitas vezes grafado como jiu-jitsu, ju-jitsu, jiu-jutsu ou jiu-jitsu. Aí já existe uma polêmica, pois muitos consideram um erro de grafia essas formas. Corruptelas da forma original e correta.
“Ju” pode ser traduzido como “suave, flexível, maleável, flexível, ou ceder.” “Jutsu” pode ser traduzido como “arte” ou “técnica” e representa manipular a força do oponente contra ele mesmo, em vez de confrontá-la com a própria força própria. Jujutsu desenvolvido entre os samurais do Japão feudal como um método para derrotar uma armada e blindados adversário em que se usa nenhuma arma, ou apenas uma arma curta. Porque batendo contra um adversário armado se mostrou ineficaz, os profissionais aprenderam que os métodos mais eficientes para neutralizar um inimigo tomou a forma de pinos, fechaduras comuns, e joga . Estas técnicas foram desenvolvidas em torno do princípio de usar a energia de um atacante contra ele, em vez de diretamente se opondo a ela.
Há muitas variações da técnica, que conduz a uma diversidade de abordagens. Jujutsu escolas (Ryu) podem utilizar todas as formas de técnicas de luta em algum grau (ou seja, jogando, armadilhas, fechaduras comuns, detém, goivagem, mordendo, desengates, marcante e chute). Além de jujutsu, muitas escolas ensinam o uso de armas.
Hoje, jujutsu é praticado em formas esportivas tradicionais e modernos. Formas derivadas do esporte incluem o esporte olímpico e arte marcial de judô, que foi desenvolvido por Jigoro Kano no final do século19 apartir de vários estilos tradicionais de Jujutsu, que por sua vez foi derivado do anterior (pré-II Guerra Mundial ) versões do Kodokan Judô.
Há muitos mitos sobre a história do Ju-Jitsu, Judô e outras artes marciais japonesas. O fato é que entender a história do Ju-Jutsu é entender a história do Judô, do Brazilian Jiu-Jitsu, do Aikidô, e diversas outras artes marciais japonesas. E conhecer a história de uma luta é conhecer melhor a luta, entender porque existem determinados golpes, determinadas regras, determinados nomes, de modo que é isso faz com que o atleta se torne um melhor atleta e também um melhor professor.
Estamos em pleno século XXI, era da informação e conhecimento, de modo que hoje, é fácil ter acesso a documentos históricos e a pesquisadores sérios, sendo que se torna fácil perceber o que é mito e o que é história no que diz respeito às artes marciais. Um dos principais mitos sobre o Jiu-Jitsu é o que diz que o Jiu-Jitsu surgiu na índia antiga, se propagou pela ásia, dando origem à todas as artes marciais asiaticas e chegou depois ao japão. Não é preciso voltar a uma história antiga indiana para compreender o erro deste mito. Basta entender o significado do termo ju-jitsu e olhar um pouco a história do próprio japão.
O que significa “Ju-Jutsu”?
Não é um conceito próprio ou característico de uma luta só. Outros nomes também eram usados para designar as artes marciais japonesas, como taijustu, yawara, kogusoku, torite e kempo, entre outros, mas todos eram escolas de ju-jutsu.
Samurai Japonês
O termo “Jiu-Jitsu” é a maneira ocidental, ou corruptela, de se falar e escrever o termo japonês, formado por ideogramas chineses, “ju-jutsu”, que significa “tecnica suave” ou mesmo “arte suave”. Este conceito de tecnica suave, ou arte suave é um conceito que existe em mais de 90% das artes marciais existentes no globo terrestre, que é o conceito de – a grosso modo – usar a força do oponente a nosso favor. Esse conceito pode ser encontrado em artes marciais chinesas, coreanas, russas, e até mesmo nas antigas artes marciais indígenas brasileiras.
Ju-Jutsu é o nome de uma arte marcial?
Na verdade não. O ju-jutsu não é um termo que define uma única arte marcial. É semelhante ao termo “Kung Fu”. Kung Fu não é o nome de uma arte marcial, mas sim, o nome de um conjunto de artes marciais chinesas, como o Tai Chi Chuan, Shuai Jiao (também conhecido como Judô chinês, pela ênfase em nage-waza), Wing Chun e Kung Fu Louva-a-Deus, por exemplo. Da mesma forma, o ju-jutsu é o nome de um conjunto de artes marciais japonesas de ataque e defesa sem armas ou com armas curtas.
O japão antigo enfrentava batalhas constantes internamente e também externamente
Muitas escolas antigas de Ju-Jutsu faziam coisas bastante diferentes uma das outras e utilizavam o termo “ju-jutsu” para denominar-se, enquanto outras escolas faziam coisas muito semelhante entre sí e usavam termos distintos. Mas independente disso, todas eram escolas de ju-jutsu. Alguns exemplos destas escolas (em japonês, “ryu“) de jujutsu koryu (koryu e um termo associado as artes marciais clássicas antes da restauração Meiji) são:
Takenouchi-ryu – Fundada em 1532, esta escola de jiu-jitsu utiliza treinamento sem armas e também com armas como o bastão (bojutsu), espada (kenjustu) e também a arte de amarrar com cordas (hojojustu). É uma das mais antigas escolas de jiu-jitsu conhecidas.
Kyushin Ryu – Surgiu em torno do ano de 1560, e era uma escola de ju-jutsu muito treinada pelos samurais, pois especializou-se no treino de técnicas de contato como chutes e socos (atemi-waza).
Daito-ryu aiki-jujutsu – criado segundo registros históricos entre 1060-1100, o Daito-ryu aiki-jujutsu é formado por técnicas de contato (atemi-waza) e também por tecnicas de neutralização oriundas do aiki-jujutsu, que envolve projeções (nage-waza) e manipulação das articulações. Esta antiga escola de ju-jutsu influenciou fortemente um dos seus alunos, Morihei Ueshiba, que fundou o Aikido.
Segundo Jigoro Kano, até o periodo da Restauração Meiji (1868), existiam cerca de 100 escolas de ju-jutsu espalhadas pelo japão. Isso mostra como o ju-jutsu era popular nas eras antigas japonesas, dos feudos, dos samurais e de guerras constantes, pois era necessário saber uma arte de defesa e ataque. Por ter sido um periodo de constantes guerras e conflitos, evidentemente houve intercâmbio técnico entre outros países, principalmente com a china. Há uma história que diz que um chinês chamado Chen Yuan Ping ensinou três ronin (samurais sem mestre) e estes levaram o ju-jutsu para o japão. Outra história conta que um médico chamado Akiyama Shirobei, de Nagasaki, aprendeu na china o Hakuda e ao voltar ao japão, criou o ju-jutsu.
Foto antiga de um Samurai
A verdade é que não se pode – e nem se deve – atribuir uma origem única ao ju-jutsu, simplesmente por ele não ser uma única arte marcial, e sim, um conjunto de artes marciais japonesas. Sem dúvida houve influência chinesa em determinadas técnicas, assim como houve influência japonesa no desenvolvimento de estilos de Kung Fu. Como diz Jigoro Kano, “não podemos determinar o ano ou o mês em que o ju-jutsu se iniciou, mas apenas dizer que ele evoluiu desde os tempos antigos através de muitas gerações, graças à genialidade de várias pessoas”.
Entender a história do ju-jutsu antigo é valorizar os gênios que criaram, desenvolveram e mantiveram vivas estas artes até hoje, permitindo a nós hoje valorizar os mestres que deram origem às nossas artes marciais modernas, respeitando o ponto forte de cada uma destas artes, pois todas elas nasceram no mesmo lugar.
Vimos que o termo “jujutsu” não é o nome de uma arte marcial, mas sim, um nome genérico para praticamente todas as artes marciais japonesas antigas de luta corpo a corpo.
Até em torno de 1870, haviam no japão mais de 100 escolas (ryu’s) de jujutsu’s diferentes. E foi neste período que começou a decadência das artes marciais japonesas, pois foi em 1864 que o comandante americano Matthew Perry conseguiu fazer com que os japoneses abrissem suas portas ao mundo.
O filme “O último Samurai” retrata o período da Era Meiji e o declínio as lutas tradicionais japonesas.
Esse período é bem relatado no filme “O último Samurai“, estrelado pelo ator Tom Cruise. Foi o início da Era Meiji, , a renascença japonesa, promovida pelo imperador Matsuhito Meiji. Nessa época de renascimento japones, a cultura ocidental invadiu o país, fazendo com que as tradições fossem deixadas de lado. Os antigos mestres de jujutsu e samurais foram perdendo suas posições. As forças armadas foram sendo construídas a partir dos modelos ocidentais de exercíto.
Nesse período, não havia mais sentido algum preparar pessoas para o treinamento com espadas, arcos e flecha, tonfas e outras armas. E em 1871 foi assinada uma ordem proibindo os samurais de usar espadas. O declínio dos jujutsus acelerou. Alguns mestres de jujutsu tentaram ainda sobreviver abrindo dojos para ensinar as artes japonesas tradicionais, mas o ensino já era realizado sem método pedagógico e indiscriminadamente, gerando uma má fama a algumas escolas de jujutsu.
Foi mais ou menos neste período que um jovem japonês chamado Jigoro Kano, filho de Jirosaku Mareshiba Kano, alto funcionário da marinha imperial, resolveu estudar jujutsu. Por ser de uma família da elite japonesa, teve dificuldade de encontrar mestres, pois o jujutsu no japão era visto como prática de desocupados, e não como um prática da elite. Mas aos 16/17 anos de idade, iniciou seus estudos com diversos mestres de jujutsu, de escolas diferentes. Muitos de seus mestres faleceram enquanto Jigoro Kano era aluno, sendo ele então o herdeiro dos documentos da escola.
Com 22 anos de idade, 1882, Jigoro Kano cria sua primeira escola de jujusu, denominada Kodokan, que significa “Instituto do Caminho da Fraternidade”. Nos primeiros anos da Kodokan, muitos chamavam a arte marcial lá ensinada de Kano Jujusu. Até esse momento, Jigoro Kano já tinha treinado alguns estilos de jujutsu, como o Tenjin Shijyo-Ryu – que tinha em seu curriculum técnicas de atemis (socos e chutes), chaves e estrangulamentos – e o Kito-Ryu, que dava ênfase em técnicas de projeção (nage-waza).
Por ser uma pessoa extremamente culta, visionária e inteligente, Jigoro Kano resolveu modificar o que aprendeu nos jujutsus antigos, transformando o seu estilo, o Kano Jujutsu, em um sistema baseado em um método científico de estudo, e não uma mera arte marcial. Cada detalhe de seu estilo era pensado de forma pedagógica, analítica e racional, e o objetivo não era formar um simples atleta, mas era, a partir de seu método, formar globalmente um cidadão japonês. Jigoro Kano descartou o que considerava inútil na época, e aprimorou as técnicas que considerava úteis.
Pela extrema eficiência de sua arte, Jigoro Kano e seus alunos eram constantemente desafiados. Porém, a Kodokan tinha como linha de frente destes desafios antigos mestres de jujutsu, que perceberam a eficiência do Kano Jujutsu e se juntaram a ele. Por conta disso, poucas vezes atletas da Kodokan perdiam em seus desafios, mas quando isto acontecia, Jigoro Kano convidada o mestre da arte que o vencia para juntar-se a Kodokan e aprimorar o seu estilo de luta.
Um exemplo disso aconteceu em torno de 1890, quando um mestre do estilo Fusen-Ryu, Mataemon Tanabe, apareceu em Tókio para lutar contra os alunos da Kodokan. Tanabe era especialista em ne-waza (luta de chão), e utilizou esta estratégia para vencer os melhores alunos da Kodokan. A cada derrota, os atletas da Kodokan recorriam ao estudo das técnicas do Kito-Ryu, mas a principal escola que dêu suporte para melhorar o ne-waza da Kodokan veio do estilo Takenouchi-ryu. Depois de muito perder, Hajime Isogai, um dos melhores lutadores da Kodokan, conseguiu dominar Tanabe em uma luta que foi declarada empate.
Jigoro Kano, ao perceber o poder do estilo Fusen-Ryu, convenceu Tanabe a melhorar e aprimorar o Kano Jujusto.
Foram vários os desafios que a Kodokan realizou, sendo alguns bem sucedidos, outros não. Mas a derrota era para Jigoro Kano apenas uma motivação para aprimorar sua luta, para convidar novos mestres para fazer parte da Kodokan, e para cada vez mais atingir o resultado que tanto desejava. (Jigoro Kano, no intuito de aprimorara seu estilo enviou também, em certa época, alunos para aprender um pouco da escola de Morihei Ueshiba)
O Kano Jujutsu, que posteriormente ficou conhecido no mundo todo como Judô, foi a arte marcial compilada principalmente por Jigoro Kano a partir de diversas escolas antigas (koryu) de jujutsu e a partir de inúmeros desafios realizados. Graças a Jigoro Kano, a Kodokan pode enviar para diversas partes do mundo seus mestres nesta luta, dando origem à lutas modernas diversas, como o Brazilian Jiu-Jitusu e o Sambo Russo. O Brazilian Jiu-Jitsu surgiu graças a um mestre de Judô e aluno da Kodokan chamado Mitsuyo Maeda, o Conde Coma, que em sua viagem pelo mundo acabou parando no Brasil e tendo como os Gracies como seus alunos atualmente famosos.
Mitsuyo Maeda nasceu em 1878 em Aomori, Japão. Foi para Tóquio em 1894, com dezessete anos de idade, sendo que foi neste período que ele iniciou seus treinos nas artes marciais japonesas, mais precisamente no Kodokan. Conta-se que antes de ter se matriculado no Kodokan, Maeda não havia nunca treinado nenhuma outra arte marcial japonesa, de modo que o Judô sempre foi a sua única bandeira. Teve no Kodokan como professor Tsunejiro Tomita, 4° dan de Judô e um dos quatro cavaleiros celestiais do Kodokan Judo. Outras versões dão conta que estudou nates do Judô, ainda que por pouco tempo, Sumô.
Mitsuyo Maeda – O Conde Koma
Durante seus treinos no Kodokan, Maeda treinou com os melhores, numa época em que o Kodokan realizava diversos desafios para comprovar a eficiência do Judô tanto como arte marcial, assim como esporte e sistema educacional. Em 1901, recebeu o terceiro dan e começou a ensinar nas universidades japonesas. Em 1904, o Sensei Jigoro Kano sugeriu que Maeda viajasse para os Estados Unidos, para divulgar o Judô, sendo que antes de partir, recebeu do Sensei Kano o quarto dan.
Esta etapa da vida de Maeda é muito importante. Foi nesse período de viagens que Maeda participou de diversos confrontos contra lutadores de outras artes marciais como o boxe ou a luta-livre. Quando esteve nos Eua, Maeda conseguiu derrotar oponentes muito mais altos do que ele, que tinha em torno de um metro e sessenta e seis, e também mais fortes. Viajou também para o Reino Unido, México, Cuba e França, realizando no total, segundo relatos, mais de 500 lutas oficiais contra os mais diversos oponentes e dentro de diversas regras, inclusive regras de vale-tudo. Devido a seu feito, em 1912 o Kodokan promoveu Maeda a 5° dan de Judô.
O apelido Conde Koma foi criado por ele quando esteve na espanha, para desafiar outro lutador japonêses, sem ser reconhecido. Koma é uma abreviação de komaru, que significa “estar em situação delicada”. Ele retirou a última sílaba da palavra e adicionou o termo Conde, aceitando a sugestão de um amigo. Segundo alguns relatos, o estilo de luta de Maeda se resumia a iniciar o combate com chutes baixos e cotoveladas, para depois levar o oponente ao chão e finalizar, estilo este parecido com o de alguns atletas do Kodokan do início do século XX, desenvolvido por causa dos constantes desafios.
Kano Ju-Jutsu – Treino sem kimonos
É importante notar que por causa das diversas viagens, Maeda pôde entrar em contato com outros japoneses que ensinavam Judô pelo mundo, além de entrar em contato com professores e mestres de outras lutas, assim como pôde desafiar campeões de boxe e luta-livre. Por conta disso, seu campo de conhecimento do judô não era apenas um conhecimento teórico típico de um mestre 5° dan, mas extremamente prático e amplo.
Maeda chegou ao Brasil em torno do ano de 1914, percorrendo diversas cidades brasileiras realizando demonstrações e lutas, como Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Belém, São Luiz e Manaus. Neste momento, é importante ter em mente a confusão terminológica que passa a ocorrer. Neste período, inclusive no Japão, o termo “ju-jutso” ou “kano ju-jutsu” era utilizado quando alguém estava se referindo à parte técnica, sendo que o termo judô só era utilizado para se referir à parte filosófica. Foi somente em 1925 que o governo japonês oficializou o nome Judô como o nome oficial da luta que era ensinada nas escolas públicas do país. Na época que chegou ao Brasil, o nome Judô não estava oficializado, e portanto, era comum e esperado que os japoneses chamassem aquela luta de ju-jutsu, ou kano ju-jutsu. Por conta disso, era possível ver manchetes nos jornais brasileiros como a manchetes a seguir, do jornal “O Tempo” (1915):
Chega hoje, a bordo do paquete “Pará”, a toupe de lutadores japoneses de “jiu-jitsu”, que vem fazer as delícias dos freqüentadores dos popularíssimos do Theatro Politheama. Essa troupe que é chefiada pelo Conde Koma, campeão mundial de “Jiu-jitsu”, desembarcará em trajes orientais, percorrendo as ruas em automóveis. Os espetáculos a serem realizados pela troupe são em números pequenos, porquanto tem ela de, em breve, realizar outros contatos.
A terminologia “jiu-jitsu” era a terminologia utilizada pelos brasileiros para referir-se à luta japonesa Kano Ju-Jutsu, que seria posteriormente rebatizada oficialmente como Judô. E foi por este nome que ficou conhecida a luta que Maeda ensinou, ao se estabelecer no Brasil.
Foi em Belém do Pará que Maeda fixou residência e abriu sua academia. Lá, conheceu Gastão Gracie, que ficou muito amigo de Maeda. Gastão levou seus filhos para treinar com Maeda e aprender aquele estilo de luta que o tornava campeão de quase todos os desafios. É neste momento que começa a história do período em que o Kano Ju-jutsu se especializa em uma arte única e poderosa que hoje conhecemos como Brazilian Jiu-Jitsu.
Bujutsu é um termo para designar as artes marciais japonesas tradicionais (bujutsu – técnica marcial)
Podemos dividi-las em duas partes: Koryu e gendai budô
Koryū
Koryu (em japonês: 古流, koryū, lit. «estilo antigo» ou «tradição antiga»), também referido como kobudo (古武道, kobudō?), é uma denominação genérica aos estilos de artes marciais tradicionais japonesas, fundadas anteriormente à Restauração Meiji
Durante o Xogunato Tokugawa, existiam centenas de estilos, mas com a Restauração Meiji e a adoção de métodos de guerra ocidentais, ocorreu um declínio acentuado do chamado koryū
Entretanto, vários estilos de koryû sobreviveram e são praticadas até hoje no Japão e em todo o mundo, mantendo-se essencialmente as mesmas tradições e treinos de outrora.
Gendai budô (現代武道, Gendai budô?) é o nome dado às artes marciais pós Restauração Meiji, como o kendô, iaidô, aiquidô e judô.
A principal diferença é a origem, tanto em termos da época da criação, quanto em termos de finalidade. Um estilo de koryû era costumeiramente fundado em função de lutas reais, onde o fundador sobrevivia a uma luta de vida ou morte e, com base nas técnicas utilizadas na luta, desenvolvia o estilo. Posteriormente, adicionou-se influências mais filosóficas, com influência notável do confucionismo, taoísmo e o zen budismo.
Além disso, muitos koryû eram Sôgô bujutsu (総合武術, Sôgô bujutsu?), compreendendo técnicas com diferentes armas (incluindo técnicas de luta corporal). A especialização dos estilos é um fenômeno relativamente recente, ocorrendo há aproximadamente 400 anos, com o surgimento do Xogunato Tokugawa.
Por outro lado, o gendai budô teve origens baseadas em diretrizes educacionais (caso do kendô, iaidô, kyûdô e judô) ou foi fruto de experiências de caráter mais esotérico durante a prática de artes marciais (caso do aiquidô e do kyudô de Awa Kenzô). As artes classificadas com gendai budô são todas provenientes de artes ditas koryû, mas foram reorganizadas de forma a atender os seus respectivos propósitos. Deve-se ressaltar também que o gendai budô teve uma ênfase bastante grande no desenvolvimento interior do praticante, apesar de ter sido largamente utilizado nas guerras Russo-Japonesa, Sino-Japonesa e na Segunda Guerra Mundial.
Atualidade
Nos dias atuais, não há muito sentido em falar que as artes marciais classificadas como koryu possuem tanta importância prática como no Japão feudal.
Entretanto, existem três aspectos a serem considerados:
As técnicas em si ainda mantém a sua letalidade, podendo em casos específicos ainda serem utilizados; outros conhecimentos também podem ser adaptados para o mundo moderno;
As tradições seculares que estão presentes em tais artes são um patrimônio cultural a ser preservado;
O processo de ensinamento e desenvolvimento interior do praticante são fatores que devem ser percebidos, embora o caráter extremamente não-ortodoxo e pouco trivial do treinamento faça com que poucas pessoas na atualidade estejam realmente aptas a treinarem como era o treino antigamente.
Algumas artes koryu
* kenjutsu 剣術, técnicas de esgrima
* iaijutsu 居合術, técnicas de saque da espada
* sojutsu 鑓術, técnicas de lança
* ju-jutsu 柔術, técnicas de luta corpo-a-corpo. (Não confundir com o jiu-jitsu brasileiro. Ver outro artigo sobre as escolas de ju jutsu koryu)
* naginatajutsu 薙刀術, técnicas de naginata, a alabarda japonesa
* kyujutsu 弓術, técnicas de arco e flecha
* bojutsu 棒術, técnicas de bastão
* shurikenjutsu 手裏剣術, técnicas de armas de arremesso
* bajutsu 馬術, técnicas de equitação
* jingaijutsu 陣貝術, técnicas de sopro de conchas de batalha
* suijutsu ou suirenjutsu 水術, técnicas de natação
* jittejutsu, técnicas de jitte
* kusarigamajutsu, técnicas de kusarigama, uma arma composta de corrente e foice
* Kashima shintō-ryū: técnicas de esgrima
Alguns estilos de koryu
* Araki-ryu
* Asayama Ichiden-ryû
* Daito-ryu
* Higo Ko-ryû
* Hôki-ryû
* Hokushin Ittô-ryû
* Hontai Yôshin-ryû
* Hôzôin-ryû
* Hyôhô Niten Ichi-ryû
* Ikkaku-ryû
* Isshin-ryu
* Kage-ryu
* Kashima Shinden Jikishinkage-ryû
* Kashima-Shinryû
* Kashima Shintô-ryû
* Kasumi Shinto-ryû
* Kito-ryu
* Kôgen Ittô-ryû
* Kurama-ryû
* Maniwa Nen-ryû
* Mizoguchi-ha Ittô-ryû
* Mugai-ryu
* Musô Jikiden Eishin-ryû
* Musô Shinden-ryû
* Ono-ha Ittô-ryu
* Owari Kan-ryû
* Sekiguchi ryû
* Sekiguchi Shinshin-ryû
* Shindô Yôshin-ryû
* Shingyôtô-ryû
* Shinkage-ryû
* Shinmusô Hayashizaki-ryû
* Shintô Musô-ryû
* Shojitsu Kenri Kataichi-ryû
* Sôsuishitsu-ryû
* Suio ryu
* Sumo
* Takeda-ryu
* Takenouchi Ryu
* Tamiya-ryu
* Tatsumi-ryu
* Tendo-ryu
* Tenjin Shin-yô-ryû
* Tennen Rishin-ryû
* Tenshin Shôden Katori Shintô-ryu
* Toda-ha Bukô-ryû
* Toyama-ryû
* Uchida-ryû
* Yagyû Seigô-ryû
* Yagyû Shingan-ryû
* Yagyû Shinkage-ryû
* Yôshin-ryû
* Niten ichi-ryū
* Sekiguchi-ryū
* Yagyū shingan-ryū
* Shinkage-ryū
* Shintō Musō-ryū
* Kashima shintō-ryū
* Kasumi shintō-ryū
* Tenshin shōden Katori shintō-ryū
* Suihasu-ryū
* Suiō-ryū
*Sumo
* Tenjin shinyō-ryū
* Toda-ryū
* Tsukahara Bokuden
Gendai budō, traduzido do japonês, significa literalmente “artes marciais modernas”.
“Gendai budō” refere-se às artes marciais japonesas estabelecidas após a restauração Meiji (1868), que são:
* Aikido
* Jōdō
* Judo
* Jukendo
* Iaido
* Karate-do
* Kendo
* Kyudo
* Naginata-dō
* Shorinji kempo
Costuma-se muitas vezes colocar o sumô como uma gendai budō, contudo, ele não o é – como dito, são gendai budō apenas as artes marciais japonesas modernas, e o sumô, no caso, é bastante antigo.
Ao contrario do koryu, o gendai budō foca especialmente o lado espiritual e o desenvolvimento interior que a pratica nos leva.