Dicas para Seminário

por Jun Akiyama, www.aikiweb.com, Julho de 1999

http://www.bujindesign.com/newsletter/2000.02.vol1/training.shtml

Tradução Jaqueline Sá Freire – Hikari Dojo – R.J.

Quando fui ao meu primeiro seminário de aikido eu tinha começado a treinar há umas três ou quatro semanas. Desde então, tenho participado em média de um seminário por mês. Por estes anos, indo a seminários de todos os tipos, desde aqueles no meu próprio dojo até seminários de uma semana inteira do outro lado do país, nos quais eu não conhecia absolutamente ninguém, eu descobri algumas dicas que fizeram minhas idas a esses seminários mais agradáveis. Por isso pensei em compartilha-las aqui com todos.

Se você tem dúvida quanto a ir a um seminário porque se sente muito inexperiente, vá mesmo assim. Não importa qual é seu nível ou quanta experiência tem, você certamente vai aprender. Se mesmo assim se sentir inseguro, vá a um seminário apenas para assistir! Mesmo que isso não substitua uma participação real, observer aulas e seminários é outra forma de treinar (mitori geiko).

Antes de ir para o seminário, tenha certeza que seu equipamento está marcado com seu nome – seu dogi, bokken, jo, hakama, e tudo o que pode ser perdido em uma multidão. Não sei nem quantos seminário já fui em que as pessoas tinham que ficar procurando por suas coisas não marcadas.

Leve uns dois dogi para o seminário. Se houver múltiplas aulas em um dia, você se sentirá muito mais confortável nas aulas posteriores se estiver usando um dogi seco e limpo. E talvez seus parceiros de treino achem isso bom também…

Se você vai viajar de avião e vai levar suas armas (bokken, jo, shinai, shoto, tanto) com você, evite usar o termo “armas” ao enviar sua bagagem; sabe-se que a segurança de aeroportos pode deter pessoas que usam esse termo. Eu geralmente as chamo de “bastões para artes marciais”. Uma antiga professora se referia a suas armas como “bastões de dança.”

Mesmo antes de entrar no tatami, hidrate-se e coloque alguma coisa no estomago. Quando você tiver sede, vai ser difícil parar para beber água; beba bastante água pelo menos uma hora antes de cada sessão. Evite comer alimentos pesados e prefira pratos de fácil digestão.

Durante um seminário, tenho notado que é fácil reverter aos meus padrões antigos de fazer as técnicas, me mover ou pensar sobre o tatami, ao invés de tentar fazer o que está sendo mostrado. Quando isso acontece, eu faço um esforço para observar o que o instrutor está fazendo e tentar fazer o que ele está demonstrando. As diferenças de pontos de vista às vezes são mais importantes que as semelhanças.

Os seminários normalmente são lotados – às vezes são muito mais cheios que aulas normais. Olhe em volta enquanto treina e pratique com segurança. Uma regra importantíssima na pratica do aikido é “arremessar para fora” (i.e. em direção às bordas do tatami) e não para o meio do tatami. Se está lotado demais, você pode achar melhor apenas levar seu parceiro até o ponto de desequilíbrio.

Mesmo que seja tentador ficar com as pessoas que você já conhece, treinar com novas pessoas, as quais você nunca encontrou, é uma parte importante da participação dos seminários. Preste atenção em como eles entendem o que o professor está ensinando. Novamente, você pode aprender com as diferenças.

Não se preocupe em absorver tudo. Pegar apenas um ou dois conceitos de um seminário as vezes é mais enriquecedor que enfiar cada técnica e cada detalhe em sua cabeça.

Se você tem a sorte de estar oferecendo um seminário em seu próprio dojo, ofereça alojamento para quem vai visitá-lo. Eu já fui um destes que viajou para um dojo completamente desconhecido, e devo dizer que receber a gentileza de ser alojado por um aluno ou por um professor do lugar é algo muito precioso. Talvez, algum dia você também estará na situação de procurar por um lugar para ficar em um seminário…

Uma parte da diversão de participar de seminários é, de fato, o que acontece fora do tatami. Seja amistoso com quem é de fora da cidade. Pergunte a ele como é seu dojo. Convide-o para almoçar. E se você é o visitante, não se esconda nos cantos – entre em contato com as pessoas. As vezes basta dizer “oi! Qual é o seu nome?”

E talvez o mais importante – divirta-se! Seminários podem ser vistos como uma celebração de um grupo de indivíduos reunidos para o propósito de aprender aikido. Todo mundo no seminário está lá para aprender aikido! E se isso não é uma boa razão para celebrar, eu não sei o que pode ser…

Quanto para se aprender aikido?

Um amigo meu da sansuikai (Grande Sensei Tassio) escreveu a uns anos atrás, a sua resposta a uma pergunta das mais freqüentes quando se procura uma academia de aikido:  Quanto tempo para aprender o aikido? Eu acredito firmente que se deva enfatizar: Depende do que voce entende por aprender em primeiro lugar.

Como em muitas outras coisas no aikido e nas artes marciais em geral, não existe uma resposta “gabarito”. Como ele mesmo disse em seu texto, foi unicamente sua experiência e visão. Então resolvi colocar minha forma de ver isso, já que é uma questão tão recorrente para os iniciantes.

Muito do que direi se alinha com meu amigo, mas difere pouca coisa em um e outro ponto principalmente por dois motivos:

Temos experiências e trajetórias diferentes;
Minhas aulas tem uma estrutura diferente mesmo que didática;
Quando se tenta estimar um tempo, horários mais ou menos extensos de aulas, quantidades e dias, além da equipe envolvida, levam a resultados diferentes.

Meu amigo fala primeiro do professor.  Da mesma forma considero um bom professor:

Ter seriedade no que faz, (não confundindo seriedade com mau humor), responsabilidade e capacidade. Esta é aparentemente obvia. Mas já vimos tantos que ou não tem capacidade para realizar o aprendizado do aluno, ou não é responsável – as vezes abandonando a turma de repente – ou ainda ao  invés de faltar a responsabilidade ou capacidade, o sujeito é aquele que acha que ser o capitão limão em pessoa é sinônimo de ser sério no seu trabalho. Não podia estar mais enganado. Mas este tem seu público e é menos prejudicial do que aquele que não tem a capacidade ou responsabilidade.

Além disso:

  • Preocupar-se com a sua segurança, bem-estar e aprendizado.
  • Dar a você condições reais para aprender e evoluir, e isto a meu ver está ligado diretamente a procura dele mesmo. Se aprimorando continuamente e estando atento para desenvolver a melhor didática para que os alunos absorvam o quanto puderem;

É difícil um iniciante identificar estes fatores para tomar sua melhor decisão na escolha do professor, mas mesmo que você não tenha de repente o “feeling” de alguém que já fez arte marcial e que de repente identifica melhor o bom professor para ele mais facilmente, você pode utilizar aquela dica que meu antigo sensei sempre falava: “…é importante ver quem é o pai e o avô do sensei…” Ou seja a “arvore genealógica” é importante e informações de sua trajetória podem ser obtidas. Antigamente você tinha que perguntar a um ou outro conhecido ou dar uma “investigada”. Hoje a internet pode ser uma boa fonte. O próprio site do dojo ajuda. Desconfie no entanto do site com poucas informações da trajetória ou se parecer algo fantasioso em algum lugar. Correlacione estas informações do site com outras, da web e fora dela se possível. Depois assista aulas dele e de outros sensei e converse com ele. Faça algumas aulas iniciais e veja se ali é seu lugar. Não deixe de pesquisar.  Tem um ótimo artigo sobre isso que coloquei aqui no site chamado ervas daninhas. Não deixe de ler. Não é meu infelizmente mas bem que gostaria que fosse.

Mas escolhido o local, e professor, vamos as contas:

1. Aprenda rolamentos: A parte mais complicada do início e a mais importante. Vai começar antes de outros movimentos ainda básicos mas vai aprender bem mesmo só por último dentro do pacote do “básico’.

Esse pacote varia e tem alguns grupo tradicionais tem só uns dois rolamentos: Para frente e para trás. Outros podem ter 6,7, 8 e ainda considerar básicos. Acredito que dentro dos básicos, nem tanto ao mar, nem tanto a terra: Uns quatro ou cinco ukemi desde que bem feitos já resolvem 80% dos problemas de todos e 100% dos iniciantes.

de 2 a 4 meses para ficar legal dependendo do candidato. Vamos assumir uma média de 3 meses.

2. Básico 2: Aprenda as movimentações básicas:

Kaiten; Tenkan; Tenshin; Irimi.

Como disse você vai iniciar um pouco depois do treinamento de rolamento e vai aprender bem antes deles de forma satisfatória. Está misturado naqueles  meses iniciais,  mas some uns 6 meses nessa lenha toda do 1 e do 2…

3. Técnicas básicas. Técnicas básicas de dois ou 3 primeiros kihons com certa facilidade e algumas de média dificuldade de forma razoável. Com uma ou outra avançada que você conseguiu assimilar mais facilmente. somemos 1,5 anos considerando que você já esta treinando a certa altura naquele esquema que chamo integral na academia: 8 horas semanais mais participação nos treinos mensais e especiais.

4. Pegando carona na divisão de aprendizado focando nos 7 princípios, quie meu amigo adotou: Fiz uma ou outra pequena adaptação, pois acho que este princípios tem curva de aprendizado diferente. Quais estamos falando:

Respiração (kokyu); Céu e terra (ten chi); Centro forte (tanden); Movimentação dos pés (tai sabaki); Conexão (musubi); Distância (ma ai); Timing (de ai).

Agora vamos dividir o aprendizado em fases, com suas respectivas estimativas de tempo:

4.01) Aprender os conceitos: Depois de treinar uns 2 anos, 2,5 anos você sabe o significado deles e com sorte aprendeu razoavelmente alguma coisa do tai sabaki;  o ma ai e o de ai..

4.02 ) O tan den começa a aparecer mais uns dois anos após o 4.01 junto com o início do entendimento do kokyu. 2 anos

4.02) Entendendo a lógica deste s princípios anteriores você começa aplicar nos movimentos e desenvolver o conceito de ten chi e musubi. Como disse meu amigo Tasso: a lógica da aplicação prática desses princípios na técnica. E as sacadas e que bem exemplificou: “nossa como não vi isso antes?” realmente acontece com todos. É engraço mesmo! uns 3 anos

4.03) Meu amigo, o autor original, disse que esta leva 20 anos e ainda está nela. Ainda estamos nessa hora tentando desenvolver a respiração, pois ainda está muito aquém provavelmente. Assim como o tandem. Os outros também, pois se já desconfiaram será um aprendizado eterno. Mas estes já devem estarem melhor desenvolvidos dependendo do instrutor(es) que obteve. É a introspecção dos princípios que você na sua mente já absorveu. Eu também estou nesse tempo ainda. De outra forma poderíamos dizer que o subconsciente começa a “tocar” o que você tentou assimilar de forma mais consciente ou alimentando o banco de dados. Realmente é a ótima fase, mas acho que dura mais…

5. E o que vem depois? Meu amigo fala em controle da energia, talvez, ki. Estou com 22 anos de aikido, treinei em diversas algumas vezes adversas) federações, com grandes mestres do Brasil e do exterior. E como disse acho que ainda estou na 4.03 e não sei quando sairei… Mas tem faixa preta ou shodan recente que já está dando aula de ki e desenvolvendo um novo estilo!!

20, 25 anos? Eu diria que 27 a 30 anos de aikido já fica uma boa medida de que aprendeu. Se teve bom professor, se se aplicou bastante, pesquisou constantemente, utilizou a arte como caminho de vida, aí deve você deve, após esse tempo, ter aprendido o aikido de forma mais simples. Não é um shihan, é claro, mas sabe alguma coisa…  Quando chegar lá eu falo se aprendi…

Porque Tanta Polêmica com o Aikido?

Nascido no século XX, pré Segunda Grande Guerra, o aikido é uma arte marcial que promove muitos debates e controvérsias diante daquilo que se pretende ser e daquilo que se fez dele. Polêmicas estas que não cabem aqui descrever em detalhes, mas que merecem uma investigação cuidadosa nas biografias dos primeiros alunos e familiares de Morihei Ueshiba. O’sensei, por si só,  já carregava um fardo pesado de mal entendimento daquilo que pronunciava e do que fazia. Relatos dos seus alunos diziam que o mestre falava através de comparações místicas acerca de princípios do aiki e do caminho que ele vinha estabelecendo atravéz da prática, caminho este que como na prosa de Jorge Luis Borges,  seguiu por diversas veredas que continuam a bifurcar-se. O passado conturbado de Ueshiba, de engajado religioso e ativista anti-imperialista foi transliterado à uma pífia personagem monástica ou eremita, que encontrara o satori depois que se refugiou no campo. Ledo engano essa redução, visto os históricos embates de Ueshiba com as autoridades japonesas, as vezes mediada e suavizada pelos próprios alunos (esses que também ocupavam cargos nas forças armadas e braços do governo).

            Recentemente, foram publicados os livros de dois dos alunos mais chegados de Morihei Ueshiba das primeiras turmas: Gozo Shioda e Sunadomari Kanshu, fundadores das escolas Yoshinkan e  Manseikan, respectivamente. Ambos relembram passagens impactantes e frases ainda mais memoráveis de O’sensei, enfocando características díspares da personalidade do fundador da arte (de desafiador e impetuoso à manso e de espirito elevado). Tal diferença é nítida na leitura das duas obras assim como era nítida a diferença do aikido que conservou-se através daqueles dois grandes senseis, Shioda e Sunadomari, este último preservara muito daquele misticismo vivenciado ao lado de Morihei Ueshiba, o qual foi visitado por O’sensei diversas vezes depois da Segunda Guerra, compartilhando juntos  a devoção pelas práticas da Omoto Kyo. O próprio sensei Morihiro Saito relata algumas dessas viagens de peregrinação de O’sensei, se ausentando algumas semanas durante o ano. Podemos dizer que, em uma superficial comparação, enquanto a escola de Iwama preservou o corpo do aikido (em relação à técnica), a escola de Sunadomari preservou o espírito (a mística atrelada a Omoto Kyo). Outro relato que merece um atento olhar sobre essas controvérsias pode ser encontrado no texto investigativo e um tanto iconoclasta de Stanley Pranin, intitulado “Será Que O’Sensei é Mesmo O Pai Do Aikido Moderno?” (traduzido para o portuguê por Pedro Escudeiro e Renata Gomes de Jesus,  aikidojounal). Neste texto, Pranin relata as atividades constantes e as ausências que O’sensei deixara tanto no Hombu Dojo quanto em Iwama e que muito do aikido moderno que hoje é visto deve-se ao esforço de Koichi Tohei sensei e de Kishomaru Ueshiba, sucessor da linhagem.

            A querela é tanta que muitos dos antigos alunos de O’sensei possuem explicações diferentes para a vasta proliferação de estilos e métodos de aplicação do aikido. De fato, muitos relembram da incansáveis analogias místicas do aikido e de advertências feitas por O’sensei quanto ao espírito da espada presente no aikido, embora essa questão não fosse muito bem esclarecida. Qual escola de kenjutsu de fato estaria em acordo com aquilo que O’sensei se referia ao clamar o espírito do aikido? Alguns mais próximos diziam ter provas de que O’sensei baseou-se para compor o currículum de aiki-ken e aiki-jo na experiência adiquirida através do meikyo kaiden da escola de Shinkage ryu, possivelmente dada a ele por Sokako Takeda, outros dizem que se tratava da escola de Kashima Ryu, influência próxima de Ueshiba principalmente após a frequente visita de professores dessa arte ao seu dojo Kobukan, em Tókio dos anos 30 (2 anos ou menos). Trantando de Takeda, já foi largamente debatido a questão do DaitoRyu Aiki Jujutsu e o aikido, abrindo o leque para inúmeras interpretações sobre o que separou os dois grandes mestres e o que distingue uma corrente da outra. Com certeza, não é a questão do treino de armas no aikijujutsu, pois este possui, no escopo de algumas das escolas, treinos em tachi waza e jo waza, assim como o aikido. Pranin descreve que O’sensei dividia as turmas segundo turnos, onde o treino de armas era privilégio das turmas diurnas. Tohei sensei conta que dos uchideshi de O’sensei, somente Shoji Nishio possuia formação em armas, inlcuindo iai do e muso shito-ryu jodo, enquanto os demais só conheciam o currículum básico obrigatório nas escolas japonesas (quando muito). Complica ainda mais essa questão ao ouvirmos relatos quase míticos de que O’sensei passava conhecimentos secretos aos alunos mais chegados (conforme relatado por Saotome sensei) ao se referir aos katás de lança e uma suposta instrução de Naginata à uma artista japonesa, cujo processo teria sido “recebido” a partir de meditação na montanha e consulta aos textos clássicos.

            O que ficou de O’Sensei, afinal? Essa questão está presente no artigo de Pranin e outras perguntas que ressoam até hoje. O método de ensino de O’sensei foi publicado anos atrás sob o nome de Budo, com acrescimos de comentários de Kishomaru Ueshiba. Tal material conserva muito dos primeiros estudos do aikido e, conforme comparação do que temos hoje, próximo daquilo ministrado em Iwama na época de Sensei Morihiro Saito. As práticas de aikitaissu presentes no filme de 1938 e outras práticas de abertura dos treinos e liturgias foram transformadas com o passar dos  anos, além de muitas outras derivações pertinentes aos olhares dos instrutores. As longas meditações e orações da Omoto Kyo e os extensivos treinos de Kokyu (respiração), esses também foram relegados à poucos momentos de um treino, ainda assim em escolas mais tradicionais. O próprio caráter anti-imperialista foi apagado da sua história em prol daquilo que interpreto como um processo de acomodação do aikido como arte nacional japonesa.

            O Aikido é uma arte dinâmica e ainda atual, é natural se observar transformações ou interpretações sobre tecnicas e metodologias. Faz-se necessário observar que todo método que mereça crédito enfoca a sua pesquisa no desenvolvimento do praticante, tanto fisicamente, quanto mentalmente, ou seja, se por um lado desenvolve um ambiente de bem estar físico e mental, também prepara o indivíduo para responder com tranquilidade e presteza a situações de marcialidade ou agressões de qualquer natureza.

(por Leonardo Galvão)

Bibliografia

SHIODA, Gozo. Aikido Shugyo: Harmonia no Confronto. São Paulo: Ed. Pensamento.

SUNADOMARI, Kanshu. A Iluminação Através do Aikido.  São Paulo, ed. Pensamento.

Site consultado:

http://www.aikidojournal.com/article?articleID=34&lang=br

Seminário Yamada Sensei 2011: 20 anos de Brasil

2011: Um novo marco para o aikido no Brasil.
Semana passada aconteceu o seminário de Yamada Sensei comemorando os vinte anos de sua primeira vinda ao Brasil. A partir de 1991, com a vinda anual de Yamada Sensei, iniciou-se um forte movimento que contribuiu para o desenvolvimento técnico do Aikido no Brasil. Ele e seu discípulo Donovan Waite Sensei vieram em 91 e alternaram-se a partir de então. Neste seminário comemorativo novamente vieram juntos e fizeram um dos seminarios mais memoraveis que assisti. Falo isso com certo conhecimento de causa pois participei de muitos nestes quase 22 anos de aikido.  Independentemente de numeros de participantes tivemos muitos marcos. Este foi um deles. Também numeroso, mas muito importante por tudo o que foi mostrado e pelo que representa.
Yamada Sensei agradeceu todo apoio e dedicação neste evento e na evolução do aikido Brasileiro nestes anos.  Para nós da Sansuikai nos contou um pouco de seus planos para o futuro.
Sua dedicação ao aikido e apoio aqueles que da mesma  forma se dedicam a arte, sem querer no entanto reproduzir regimes feudais da idade média é notória. Aikido pelo aikido e não pela sede de poder.
Obrigado Yamada Sensei e conte com a gente  para, de forma modesta, contribuir para o engrandecimento do aikido, hoje e amanhã. Nos da Sansuikai o apoiaremos diretamente nestes próximos vinte anos. E muitos também tem em outros rincões trabalhado e continuarão trabalhando da mesma forma para um novo aikido, com técnica, dedicação e liberdade.
Evolução técnica e administrativa:
Fórmulas antigas de conduzir um dojo ou uma associação se tornam a cada dia mas anacrônicas. Ao mesmo tempo há uma importância em se evitar formas de aikido pasteurizados de poucos recursos técnicos. No seminario vi alguns participantes com medo ou pouco a vontade de executar técnicas de koshi ou outras mais “fortes”. Ikyo e kotegaeshi são sim importantes mas vamos reduzir nosso aikido somente a eles? Ou somente a uma forma de fazer estas técnicas? Algo errado…  Já recebi no dojo pessoas, mesmo yudanshas, de outros dojos que vieram treinar que conheciam uma técnica (por exemplo: jujinague) mas não treinavam com ninguém por que a maioria evitava por ser “perigoso”.
Aqueles que se esquivaram naqueles koshis do seminario devem ser dessa turma. As vezes os dojos também não valorizam o trabalho de uke e acaba se encorajando a se ter profeciencia em nague e não em uke. Erro para que quer desenvolver-se no Aikido.
Demonstração de maestria da arte e incentivo a todos os praticantes:
Independente destas minhas considerações mais específicas o seminário foi excelente. Eu como membro hoje da Sansuikai de Yamada Sensei fico muito orgulhoso de ter estado lá com meus alunos e de ter estado em outros seminarios do mestre quando ainda era kyu,  como meus alunos hoje, e fiquei com aquela mesma impressão que eles agora: Maravilhados com tudo o que vi. Um que me marcou muito foi o de 98. Havia parado por um bom tempo por uma contusão e quase parei. Quando voltei alguns meses depois estava eu lá no seminario vendo o mestre e decidi: Vou continuar.
Tenho certeza que este seminário deu novo gás aos meus alunos. Por isso vale a pena ir aos seminários. Aprendizado técnico e novo incentivo para seguir em frente.
Não entendo muito aqueles que não gostam muito de ir em seminários. Sempre se aprende. Como digo mesmo um movimento ou o entendimento novo de um movimento conhecido já vale a pena. Mas isso talvez se deva a alguns seminários em que quase que só se aprende somente como não fazer rs rs rs. Este é um daqueles que, pelo contrario, somente engrandece nossa arte. Foram três dias cansativos mas de alto nível e de renovação de entusiasmo com nossa arte. Obrigado novamente  Sensei Yamada e Sensei Donovan!
Grande 1991 para o aikido! Grande 2011 também! Agora com todo gás nos preparando para um grande 2031 para o aikido!

Inauguração de novo dojo

Um novo local de estudo

Desde esta última segunda-feira, dia 03/10, os alunos da Ganseki Kai já possuem novo local de treinamento no bairro da tijuca. O novo dojo, sede central da associação Ganseki, fica no clube Monte Sinai na Rua São Francisco Xavier, 104 entre as ruas mariz e barros e dr sataminni. A 3 minutos do metrô.

Dojo significa lugar, “lugar onde se estuda o caminho”.

Um Dojo tem o espírito de todos os seus praticantes unidos para este estudo. Não é como uma sala de musculação. Um de meus muitos professores destes 21 anos de aikido, quando ia a uma ou ministrava uma aula, sempre que está fluia bem, ele exclamava: Boa energia! Nosso desafio é manter esta atmosfera sempre: de boa energia. Alguns locais favorecem maais que outros, mas a atitude das pessoas é o primordial.

É isto a vida de um verdadeiro Dojo.

Sábios e pesquisadores do espírito das artes marciais sabem que podemos fugir de tudo e de todos, menos do nosso “guerreiro interior”. Este sim, é o nosso maior inimigo, exigindo para sua derrota, milhares de técnicas que vão além do conhecido pelos nossos sentidos. Isto coloca as artes marciais como um meio para abrir muitos questionamentos que estão incubados no ego humano.

Todos muito animados e com energia

O guerreiro em seus primeiros passos acredita que com a força física ter-se-á vitória. Porém, o tempo e a evolução espiritual(n~]ao falo neste momento de religião fique claro) vão lhe ensinar que somente poder-se-á considerar um vencedor de verdade aquele que derrota o seu “eu”, pondo como burilamento interno uma visão mais ampla da vida, passando pela humildade, educação, amor ao próximo e diversas outras características.

Esta é considerada a real caminhada que o praticante de artes marciais deve ter, ou seja, procurar minimizar as ilusões exteriores e procurar burilar o espírito. Isto parece ser fácil, mas é a pior parte da evolução marcial. Por isso é algo para poucos e fica para nós como se fosse algo oculto e misterioso. Não que seja permitido a poucos, porém, nem todos conseguem acompanhar, ou melhor, entender esta caminhada. Ficando mais fácil de ser absorvida a parte esportiva e da defesa externa nas artes marciais.

Claro devemos evitar opostos, não pensando somente no sentido filosófico ou espiritual da arte marcial, mas também não somente com este foco na parte esportiva e da defesa externa das artes marciais.

A meu ver, para ser uma arte marcial “de verdade”, devemos “comprar” todo o pacote. Uma coisa aparentemente simples, mas que poucos compreendem e praticam.

Esperemos que masi uma vez pensemos nisso em todos os nossos passos e consigamos manter a boa energia de treino.

Confraternização pós treino. Ninguém é de ferro!

Aikido Infantil

O Aikido se mostra uma  arte marcial propícia ao desenvolvimento do indivíduo em geral e principalmente no ambiente de ensino infantil, tanto pelas práticas que exploram a capacidade sensório-motora do praticante, quanto pela socialização e manutenção de um ambiente sem competitividade, lúdico e respeitoso. Como arte marcial, o aikido transmite o  respeito à tradição  presente na relação professor e aluno, extendendo tal espírito cordial aos alunos mais antigos, que dedicam-se no auxílio dos mais novos nas práticas e demais dinâmicas, dentro do tatame.

O Aikido para crianças pressupõe os mesmos zelos existentes em uma turma de adultos, salvo a metodologia diferenciada para o desenvolvimento infantil e as cobranças que obedecem outros critérios. O lugar da brincadeira se dá como complemento didático dos pequenos aikidocas, inserindo nas atividades conceitos básicos trazidos desde a época de O-sensei, Morihei Ueshiba (o fundador da arte).

Manter o uniforme limpo, caminhar corretamente, cultivar a paciência, manter boa postura, saber rolar no chão, respirar corretamente, manter a atenção e a calma frente a dificuldades e (sobretudo) honrar seus colegas de treino e instrutores são quesitos presentes no trabalho de Aikido infantil e este se insere no processo como disciplina e como caminho de desenvolvimento integral.

 

Por Leonardo Galvão

Arte-Educador e aikidoca 1o. Kyu (instrutor da turma infantil de aikido do Ganseki Kai)

Construção de flexibilidade de seu ukemi

Texto traduzido livremente e adaptado do original   – “Building Flexibility of Your UKEMI”:

( O parágrafo em itálico é de minha autoria, desenvolvido a partir da idéia original e seguindo minha experiencia pessoal. )

“Quando você pensa sobre a flexibilidade do seu Ukemi, a maioria das pessoas acha que é a flexibilidade do seu corpo físico. É claro que a flexibilidade física é importante, aqui, eu quero focalizar a a flexibilidade de sua resposta.
Quando você pratica Aikido, você costuma trabalhar com um parceiro. Essa relação com o seu parceiro é a chave. É importante conscientizar-se de utilizar todos os seus sentidos. Eu quero enfatizar:  todos os seus sentidos. É mais fácil usar os seus sentidos visuais e auditivos, quando você está fazendo Ukemi. Você olha em volta para onde está caindo para ter certeza que é seguro para você cair. Se você não consegue ver exatamente onde você está caindo, tentar ouvir o som ao seu redor para sentir se alguém está na sua “área de aterrissagem”.

Mas sobre o seu sentido cinestésico? Quando estamos fazendo Ukemi, às vezes estamos tão acostumados a faze-lo de uma certa maneira que nós nem sequer pensamos. E se o seu Nage muda a forma como ele faz Ikkyo ou muda a direção da Shihonage. Se você está no Ukemi sem considerar o movimento do seu Nage, ela pode não ser o mais seguro Ukemi devido a diferentes ângulos, o poder, direção e intenção do movimento. É por isso que usar o seu sentido cinestésico para sentir o seu nage se torna tão importante.
Sem sentir o movimento de seu Nage, você não será capaz de responder com rapidez suficiente para realizar um Ukemi bom em qualquer situação. Flexibilidade no Ukemi significa a criação de uma mente ativa quando você está no ukemi. A reação é sempre mais lenta do que ação. Sinta o movimento do nage e terá a flexibilidade adequada para ser capaz de agir de realizar um bom ukemi. Primeiro tem que aprender alguns padrões básicos de ukemi, então temos de quebrar o padrão e sermos adaptáveis.

Nossos instrutores costumava falar “entrar na técnica, sair da técnica”. É engraçado mais é justamente por isso que nos primeiros anos deve-se de forma incansável adquirir um padrão, pegar uma base firme. Para que no futuro este embasamento nos permita sair dele. Isto é verdade para a sua técnica de ukemi e como nague também. Até a formação de faixa preta é a emulação constante e incansável. Depois de ter conseguido a faixa preta, é tempo para você explorar. Encontre o que realmente funciona para você.
A aplicação do sentido cinestésico no aikido é uma das coisas que diferencia o aikidoka iniciante do aikidoka de nível mais avançado. Ou de grupos de estudo profundo desta nossa arte marcial, dos grupos de estudo superficial. Tenho visto muitos praticantes que, por falta de um bom enbasamento, tem dificuldade de explorar; de desenvolver seu aikido, quando chega o momento. Muitas vezes isto ocorre por ter se precipitado, e antes da preta começar a querer sair da forma demais, sem ter um bom padrão. Outras, devo admitir, por terem sido mal instruídos nestes institutos por aí…Mas, tendo feito uma boa escolha e treinado verdadeiramente, é chegada a hora de aprimorar seu desenvolvimento. Após este anos iniciais, não deve ficar preso numa forma ou um padrão.

É hora de fazer seu aikido.

Ética no Dojo

Como falei outro dia (quinta ou sábado) sou muito condescendente no que diz respeito ao comportamento no dojo. Exemplificando o que digo,  vejam que nosso Shodan,  que foi de outro dojo, cumprimenta ao início de cada técnica seu companheiro de treino –  e está é a regra tradicional . Nunca fui de exigir isso dos alunos, embora ache boa prática. Gosto de manter um clima mais descontraído no dojo. Pulo as vezes algum cerimonial mais formal. Isso é comum  nas academias cariocas. Mas o espírito de respeito a arte, ao sensei e aos companheiros de treino, deve ser mantido.  Infelizmente, mas não frequentemente, alguns confundem tudo e começam a achar que o dojo é o quintal de casa. Mesmo nessas horas eu costumo avisar com antecedência e advertir exageros, primeiro indiretamente, depois diretamente. Mesmo assim, ocorrem raras vezes que temos que ser mais drásticos. Quem não acompanha todo o processo acha até que fomos precipitados. Isto por que não percebem o que ocorre antes, ou não estavam ainda presentes quando os primeiros desvios comportamentais ocorreram. Normal. Nestas horas, de novo, tem que haver confiança no sensei que conduz o grupo. Abaixo reproduzo algumas regras de etiquetas tradicionais .  Realmente o aluno que queira permanecer no caminho tem que seguir em sua essencia. Inclusive algumas regras que considero muito importantes, destaquei em vista de alguns eventos passados. Em itálico, eventualmente, complementei com algum texto.

Regras de etiqueta e comportamento do Dojo:

1) É responsabilidade de todos manter as regras tradicionais de conduta no Dojo. Este espírito vem do Fundador e deve ser respeitado, honrado e mantido.

2) É de responsabilidade de todos criar uma atmosfera positiva de harmonia e respeito.

3) O Dojo não deve ser utilizado para outro fim a que se destina, salvo expressa ordem de Sensei.

4) A limpeza é uma oração de agradecimento, é dever de todos executar a limpeza física e do coração de todos.

5) É decisão do Sensei quando ele deve ensinar alguma técnica. Não se pode comprar técnicas. A mensalidade é uma pequena parcela para ajudar a pagar as despesas para o local de treinamento e é uma forma muito pequena de demonstrar a gratidão do aluno ao mestre por seus ensinamentos.  Este é um princípio muitas vezes esquecido no dia atual. Pessoas começam a achar que o dojo é um curso de inglês ou algo parecido (nada contra cursos de ingles rs rs, mas tem que se entender a diferença.)

6) Respeitar, Respeitar, Respeitar, é um pensamento contínuo no Dojo.

7) É um dever moral de todos usar as técnicas para fins pacíficos visando sempre construir. Não deve haver conflitos do Ego no tatami. Aikido não é um ringue de competição de vaidade.

9) A insolência jamais será tolerada, devemos ter consciência de nossas limitações.

10) Cada pessoa tem condições, e razões diferentes para treinar. Devemos respeitar suas expectativas.

11) Jamais se deve contra argumentar com o professor.

12) Jamais deixe de fazer a reverência ao Kamizá ao entrar e sair do Dojo.

13) Respeite seu uniforme de treinamento, deve estar sempre em boas condições e de aparência.

14) O Dojo não é uma praia, sente-se sempre em seiza ou com as pernas cruzadas no estilo japonês, no caso de ter problemas no joelho.

15) Quando o Sensei demonstra uma técnica, fique sempre em Seiza, após, faça uma reverência, e comece imediatamente a praticar.

16) Quando o final de uma técnica é assinalada, cumprimente o parceiro e vá imediatamente para seu lugar de início da aula.

17) Se for absolutamente necessário perguntar algo ao Sensei, vá até ele, não o chame para si.

18) Respeite os alunos mais experimentados, jamais discuta se as técnicas estão erradas ou não.

19) Se você não é Yudansha, não corrija ninguém. A não ser a pedido do Sensei, quando é bem vindo o espírito de colaboração. Se voce foi assim designado deve compreender que isso é uma demonstração de confiança d0 Sensei, e contribuição aos colegas que são mais novos como voce foi.

20) Não converse em cima do Tatami. Aikidô é experiência. Não exigo que se fique mudo todo o tempo, mas exageros devem ser evitados. Quando se começa a desviar a concentração sua e de outros deve se controlar.

21) É responsabilidade de todos manter o dojo limpo, de preferência deve ser varrido diariamente.

22) Não se deve usar jóias, mascar coisas no tatami. Além do corpo somente se usa o uniforme. Antigamente os antigos professores não deixavam nem treinar de aliança. Mas hoje, pelo menos, deve se ter especial cuidado em objetos que possam ferir a voce ou aos outros amigos de treino.

Aplicação dos princípios do triangulo, círculo e quadrado na postura e movimentação do aikido

A postura triangular do corpo no Aikido, tanto no taijutsu quanto no buki waza é um dos principios básicos mais importantes do aikido.

Hitohiro Saito Sensei em seminário mostrando a postura triangular.

(ken no Kamae mostrando a postura triangular no buki waza).

Também no Tai no henko , um exercício básico do Aikido, e considerado de suma importância no dia a dia do praticante podemos ver a aplicação não só do princípio do triangulo como também do círculo e do quadrado.  Na sua forma básica, ele demonstra os três princípios:

1- entrada triangular;

2- rodar a volta do parceiro tomando seu centro (círculo) e

3-finalizar numa posição estável (quadrado)

Por isso e outros fatores, a sua importancia na prática e na assimilação dos princípios do aikido.   O Sensei dizia sempre:  “O treino diário começa com Tai no  Henko.”

SANGEN – Triângulo, Círculo e Quadrado

 

Saito Sensei explica o triangulo, o circulo e o quadrado:

Triângulo – San kaku

Circulo – En

Quadrado – Yon Kaku

“O primeiro requisito do Aikido é a noção de Aiki . O segundo requisito é a posição  no padrão dos pés.”
“Assume a postura oblíqua e no caso de um ataque em grupo, poderás ser capaz de sair para o lado de cada atacante com a posição de pés . Conclui o teu movimento com posição triangular reversa, (Hitoe-mi) ou (Ura Sankaku).”
“Os movimentos de Aikido podem ser resumidos através do seguinte, de acordo com os segredos da arte  passados oralmente pelo fundador:
Entra na esfera do teu oponente triangularmente , lidera-o circularmente e termina quadrangularmente. A posição de pés , balanceia os movimentos do corpo no Aikido.”

“Várias vezes ouviu-se o Fundador descrever o  Aiki como uma conexão do quadrado, triangulo e círculo. Mas fica sem significado esta conexão se não se souber que o triangulo é a raiz destes elementos. Isto porque o círculo é a forma circular (corpo em movimento) do triangulo. E o quadrado são dois lados opostos juntos (num estado de controle).”

Ou seja:

  • Triangulo:  corpo, centro, do interior para o exterior, de baixo para cima.
  • Círculo:  espaço, estado de alerta, sentir, ligações, a não resistência.
  • Quadrado:   terra, gravidade, estabilidade, equilíbrio, impulso.

Textos traduzidos e adaptados da série de livros:
Morihiro Saito Sensei Tradicional Aikido vol.1,2,3,4 e 5 Training Work Wonders – Minato Reserarch & Publishing Company.

Uma visão mais filosófica:

Texto extraído do livro “Os Segredos do AIKIDO”, de John Stevens

Muitas vezes Morihei Ueshiba observava, “A única maneira que encontro para explicar o Aikido é desenhar um triângulo, um círculo e um quadrado”- as três proporções mais perfeitas da geometria.
“Um triângulo com seu vértice voltado para cima simboliza o fogo e o linga cósmico; com sua ponta voltada para baixo, ele representa a água e o yoni cósmico. Os três lados do triângulo representam várias trindades: céu, terra e humanidade; mente, corpo e espírito; passado, presente e futuro. Um triângulo significa a dimensão do fluxo de ki.
O círculo é o emblema universal do infinito, da perfeição e da eternidade. A natureza se expressa em círculos, circuitos e espirais. O círculo é zero, o vazio que preenche todas as coisas. Ele representa a dimensão líquida.
O quadrado é estável, organizado e material. Ele é a base do mundo físico, composto de terra, água, fogo e ar. O quadrado simboliza a dimensão sólida.”
Também é importante conceber os sangen em suas formas tridimensionais: o tetraedro (pirâmide), a esfera e o cubo. Sobre as três figuras fundamentais Morihei dizia:
“O triângulo representa a geração de energia e a iniciativa; é a postura física mais estável. O círculo simboliza unificação, serenidade e perfeição; ele é a fonte de técnicas ilimitadas. O quadrado retrata a forma e a solidez, a base do controle aplicado.”