As pressões da vida moderna deixam os japoneses cada vez mais tensos e exaustos, mas isso não é desculpa para dar
aquela cochilada no ombro alheio durante a viagem de trem.
O novo cartaz do metrô de Tóquio tem o objetivo de lembrar os japoneses das regras de etiqueta e alerta que não devemos recostar nos outros periquitos, ops, passageiros.
O japonês dorme sempre que surge uma oportunidade, em qualquer lugar: banco da esquina, chão de estações de trem ou metrô, gramado de parque, cadeira do Starbucks, em pé na escada rolante (amigos, essa eu vi!) e até nas reuniões d
o Parlamento. O cochilo é uma prática nacional. Tem até nome por aqui: inemuri.
Ao contrário do resto do mundo, o inemuri – que significa mais do que uma soneca, é dormir pra valer – não é mal visto ou sinônimo de preguiça. É encarado como um sinal de exaustão, gerada pelo grau de comprometimento com o trabalho árduo, poucas horas de sono e sacrifício do indivíduo. Enquanto uns realmente pegam no sono no escritório, outros fingem que “pregam a pestana” e até ensaiam umas roncadinhas para ficar bem na fita com o chefe. Sim! Os japoneses “malandros” fazem de conta que dormem no escritório para fingir comprometimento com a empresa. Isso não sig
nifica que o japonês não trabalhe duro, muito pelo contrário. Os avanços da tecnologia e invenções – como carros, computadores e celulares, que no início do século haviam prometido facilitar a vida de todos e diminuir a carga horária – tornaram a vida ainda mais acelerada para o ritmo do corpo humano e tem muita gente aqui morrendo por excesso de trabalho. Só no ano passado 1.648 pessoas morreram de karoshi, nome japonês para a doença que significa morrer de tanto trabalhar.