Conduzindo um dojo de Aikido

O ALTOS E BAIXOS DE CONDUZIR UM DOJO DE AIKIDO

O mundo revela-se um lugar um tanto quanto holístico, como um holograma ou uma imagem fractal. A forma do todo é repetida em cada um dos seus fragmentos. Assim, o que experimentamos na subcultura do aikido é geralmente verdade para a sociedade como um todo. Essa é uma das várias boas razões para explorar o aikido em todos os aspectos.
É claro que o aspecto mais importante do aikido é seu treino, no tatame. Isto só pode ser feito em um dojo, logo temos que ter um dojo de aikido para que possamos realmente explorar seu potencial. Todos nós fomos sortudos em achar um, ou então teríamos ido jogar boliche.
Com o passar do tempo, para alguns de nós torna-se necessário assumir a responsabilidade por esse dojo. Para outros, não há outra maneira de continuar treinando aikido, a não ser iniciar seu próprio dojo. Não hesite em fazê-lo quando a necessidade chegar!
No nosso universo a sobrevivência e o desenvolvimento são realizados por regeneração. Na escala modesta do aikido, isso é feito por alunos novos ao ingressar no dojo, e por alunos antigos partindo para iniciar seus próprios dojos.
A aprendizagem do aikido, a partir do primeiro ukemi em diante, é uma luta poderosa. Conduzir um dojo é um desafio tão grande quanto. Não há nenhum atalho, e se houvesse, seria tão sem graça e chato como ver Paris apenas em cartões postais. Você tem que fazê-lo de verdade, como todo seu esforço, pois se não, não terá sido feito.
Eu iniciei alguns dojos, e tenho testemunhado o início e o desenvolvimento de alguns outros. Aqui estão algumas coisas que essas experiências me ensinaram. Talvez sejam de utilidade, se você está no mesmo processo.
VOCÊ QUER PARCEIROS DE TREINAMENTO
Você sabe porque você precisa de um dojo: você simplesmente quer parceiros para treinar. Talvez você tenha assumido um dojo, quando o seu ex-professor partiu, ou iniciou um novo dojo porque você se mudou para outra cidade, ou precisava de uma mudança, porque queria explorar o aikido em uma direção diferente que a de seu dojo – seja qual for o caso, você precisa de um dojo porque você precisa de companheiros de treinamento para que sua prática de Aikido continue.
Nunca se esqueça disso. Isso é razão suficiente para ir adiante e começar um novo dojo, não importa quanto problema isso traga. Isto também te serve de guia, uma bússola, que irá ajudar em todas as escolhas que você precisará fazer durante a formação e gestão de um novo dojo. As escolhas que funcionarem bem com seu estilo de treino são boas, as outras são ruins. É claro que devemos ter uma perspectiva maior do que apenas a próxima aula, mas no fundo, você tem que querer treinar no dojo e desejar que o próximo treino aconteça logo, se isso não acontecer, algo está errado.
Então, não hesite em iniciar o dojo e a sua formação, de acordo com suas próprias preferências no aikido. Se você prefere um certo estilo de aikido, permita que o dojo seja dedicado a ele. Se você gosta de um clube pequeno, com apenas alguns membros que são amigos próximos e iguais, então se atenha a isso e não se preocupe em tentar fazer o dojo crescer. Quanto mais o dojo concorda com você, mais você concorda com ele, e então você será um líder inspirado.
Conseqüentemente, se por algum motivo o dojo se desenvolver em algo que não combina muito bem com você, não hesite em deixá-lo. Você pode encontrar um outro dojo do seu agrado, ou iniciar um novo. Pode não ser o dojo mudando, mas você. A mudança é uma força fundamental do mundo. Não espere que as coisas sejam do mesmo jeito ano após ano, mas espere que as coisas mudem. Essa é a única maneira que você tem para se adaptar.
Ainda assim, até chegar o dia em que você sentir que deve deixar o dojo, enquanto você liderá-lo: deixe que suas preferências pessoais o governem.
A PRIMEIRA GERAÇÃO
Quando um dojo é iniciado a partir do zero, a sua primeira geração de membros é da maior importância. Eles definem o caráter do dojo. Se for formado por um monte de pessoas alegres, felizes tanto em treinar quanto com a companhia uns dos outros, então o dojo com certeza será um sucesso. Vai sobreviver e prosperar.
Isto não é nenhum mistério, mas lembre-se do seu significado. Para que isso aconteça, você tem que se esforçar bastante para juntar um certo número de pessoas no exato momento em que você está iniciando o dojo, então você tem que ser ousado e fazer com que o treino regular seja condizente com a maneira como você quer treinar aikido – mesmo que isto signifique excluir pessoas que não tenham a vontade, ou a habilidade, de se adaptar a isso.
Não mude o seu estilo de aikido ou o sistema do dojo para atrair um grande número de pessoas que nunca gostariam de treinar aikido do jeito que você quer. Isso só leva a problemas e conflitos, e pode muito bem acabar com a fragmentação do dojo, ou com seu fechamento.
Quando um dojo é iniciado, ele se transforma facilmente em um clube forte de mentes homogêneas. Eles formam o núcleo sólido do dojo – uma força que supera até mesmo o poder do líder do dojo. Quando você começa um dojo, você é capaz de decidir muito sobre como ele vai ser, mas uma vez que esse clube de membros iniciais é formado, ele tem muito mais força para influenciar o líder do que o líder para influenciá-lo.
Portanto, tome cuidado em como o primeiro grupo de membros é formado. Faça o que puder para manter os que você realmente quer que sejam parte dele e até mesmo tente afastar aqueles que você sente que são contrários ao que você quer que o dojo seja.
Não se preocupe com pessoas deixando o dojo depois de um curto período, se não gostaram de lá. É muito melhor um pequeno dojo onde os membros se sentem ligados e em acordo, que um grande, onde todo mundo se sente como estranhos.
Com certeza o dojo não será da forma como você o imaginou. Assim que o grupo começa a dar forma a si mesmo, é o grupo que realmente lidera o dojo, não você. Isso é uma coisa boa, desde que você também esteja preparado para algumas surpresas e é o que torna a aventura excitante. Faça o que puder com a formação inicial do dojo, então esteja preparado para dar um passo para trás por pouco tempo, para ver o que acontece.
Não existe forma de eu enfatizar o suficiente a importância da fase inicial de um dojo, suas primeiras semanas e meses. Se você estiver preparado e conseguir tratar deste período de forma satisfatória, o resto vai ser muito mais fácil do que caso você não tivesse se preocupado.
Por exemplo, considere cuidadosamente como promover o seu dojo. Não enfatize o aspecto de defesa pessoal, se esta não é sua vontade. Não use mídias ou fóruns que, principalmente, atraiam pessoas de uma atitude que está longe de ser o que deseja. Nas demonstrações, tente não demonstrar uma maneira de fazer Aikido que difere muito do que você gosta nos treinamentos.
Não hesite em deixar seus membros suarem tanto no tatame quanto fora dele. Envolva-os no trabalho. Deixe-os sentir como pioneiros, uma vez que é essencialmente o que são. Eles não precisam ser mimados – muito pelo contrário. Eles querem sentir-se envolvidos e essenciais no processo de formação do dojo.
De qualquer maneira, aqueles que não podem se envolver no calor, você não os quer como membros. Qualquer um que espere apenas pagar a taxa e depois ser servido, não está apto para participar de um dojo. Por outro lado, pessoas que contribuam para   trabalho do dojo com rostos sorridentes estão aptos, mesmo que eles tenham dois pés esquerdos e nunca aprendam a diferença entre omote e ura.
Quando você tiver a primeira geração de membros do seu dojo, faça o treinamento intenso, se esforce para que vocês também passem grandes quantidades de tempo juntos fora do tatame, leve-os como você para seminários, traga outros professores de aikido para o seu dojo, para que eles possam conhecê-los e se sintam conectados com o mundo do aikido como um todo. Não se preocupe se está fazendo coisas demais. No período inicial de um dojo não existe isso de “fazer coisas demais”. Muito não é o bastante. Não mire nada que não ultrapasse o “demais”. Deixe que sua perseverança seja o único limite.
Normalmente, a pioneira primeira geração de membros de um dojo é a que tem o maior vigor e determinação. Além disso, você também estará ansioso para ter membros num nível em que você possa , treinando com eles, desenvolver seu próprio aikido. Seja impaciente para desenvolvê-los até este nível e além dele.
O PERÍODO DE FIXAÇÃO
Você provavelmente vai manter a sua primeira geração de membros por vários anos, e eles vão parecer insaciáveis. Todos treinarão duro, e todos estarão dedicados ao dojo e a sua formação, como se nada mais na vida realmente importasse. Você vai se divertir bastante.
O dojo vai se estabelecer e obter as suas características durante estes primeiros anos. Sua estrutura fica sólida e suas rotinas são estabelecidas. Essas coisas não precisam ser trabalhadas previamente. É realmente melhor se elas são formadas ao longo do caminho, para que elas se adaptem bem ao caráter do dojo.
Portanto, evite estabelecer um sistema de graduação detalhado com antecedência. Quando seus alunos forem progredindo em graduação, você estará preparado para perceber o que é necessário para o próximo passo. Desta forma seu sistema de graduação será muito mais relevante e viável do que caso você o tivesse preparado de antemão.
Isso também é verdade se você usar um sistema de classificação exterior, por exemplo, o do Aikikai Hombu Dojo ou do estilo de Aikido que deseja pertencer. Você não pode permitir-se mudar as atuais exigências técnicas no sistema, mas você ainda tem liberdade no modo de aplicá-las – o que enfatizar e o que você considera como menos importante, o que em particular você procura em cada graduação, o que você espera além do que é pedido no sistema de classificação e assim por diante. Qualquer sistema de classificação deve ser mais ou menos adaptado ao que está sendo praticado no dojo. Não hesite em adaptá-lo, na medida em que sinta a liberdade. Caso contrário, seu grupo corre o risco de se tornar nada mais que uma máquina.
Nunca se esqueça que a graduação é secundária, enquanto o treinamento é primordial. A graduação deve refletir como o Aikido é treinado em seu dojo. Ela não deve, de forma nenhuma, forçar o treinamento a um molde, para o qual as aulas são pouco mais do que uma preparação para o próximo exame.
Eu recomendo que você faça do exame um evento divertido, em intervalos regulares, mas não dê a ele uma importância tal, como se fosse o objetivo do treinamento. Não é. O treinamento é o objetivo do treinamento. É treinando que você melhora seu aikido e você não treina para receber graduação maiores, você treina para melhorar seu aikido.
Ainda assim, trate o exame com cuidado e se certifique que os membros sintam respeito e confiança no seu sistema. Na verdade, eles vão exigir isso.
Quanto à programação do dojo, você também deve estar pronto para se adaptar. A primeira geração de membros vai querer treinar tanto quanto possível, mas é importante também que eles realmente sejam capazes de ir a todas as aulas. Encontre uma maneira de fazer isto possível, ou em breve haverá dois níveis de associação: os que sempre treinam, e aqueles que não podem fazer isso. Bem, talvez você queira que seu dojo consista apenas deste ultimo grupo, então vá em frente. Mas eu aposto que assim você terá um dojo composto principalmente de adolescentes e pessoas em seus vinte e poucos anos, sem família e possivelmente sem emprego. Este tipo de dojo tem vida curta.
Como regra geral: deixe que o dojo se organize de uma forma que agrade a maioria – se não todos – dos seus membros de primeira geração. Se seu dojo é um clube, ele precisa de uma diretoria e outros componentes organizacionais. Este é um assunto delicado. Quais dos membros devem estar na diretoria? É natural que todos os membros da primeira geração se sintam como iguais e isso é uma coisa maravilhosa. Isto pode ser facilmente estragado dando a alguns deles funções e títulos que os ponham acima dos demais.
Um clube deve ter estatutos, uma diretoria, reuniões anuais, e assim por diante. Mas durante os primeiros anos, é melhor tratar essas coisas com pouca ênfase, sempre que possível, mesmo que isso signifique alguma negligência. Algumas decisões precisam ser tomadas pela diretoria, ou pela reunião anual, mas elas devem ser livremente discutidas entre todos os membros com antecedência, de modo que todos se sintam envolvidos no processo de decisão.
Não deve haver surpresas vindo da diretoria. Suas decisões – bem como aquelas tomadas na reunião anual do clube – devem ser unânimes. Se não forem, no período de fixação do clube, há um risco de que algo dê errado. Na verdade, logo que uma votação formal é necessária, é motivo de consideração.
Normalmente, quem começa um dojo se torna seu presidente. Inicialmente, isto é difícil de evitar, mas tem uma séria desvantagem: implica em uma especial importância para quem é o presidente. Deste modo, faz com que a diretoria, e todas as questões organizacionais, estejam acima dos membros regulares do clube.
Se um dos membros regulares é feito presidente, o título perde um pouco da ênfase, mas há outros riscos. Esta pessoa pode não se comportar devidamente. Aquele que é eleito como presidente deve estar convencido da insignificância do título. Uma boa regra geral é que o presidente deve ser escolhido entre os membros que não querem o cargo e deve se ter certeza de não escolher alguém que esteja ansioso por ele.
Isto é verdade para toda a diretoria e qualquer outro compromisso no clube. Procure aqueles que precisam ser convencidos a aceitá-lo e evite aqueles prontamente voluntários.  As reuniões da diretoria deverão ser poucas e o mais informais possíveis. É melhor que as reuniões anuais do clube sejam feitas no tatame, imediatamente após uma sessão se treino. E lembre-se de deixar que todos os membros participem da discussões de assuntos que são importantes para o dojo, sempre que a decisão precisar ser feita formalmente.
Uma regra de ouro no dojo, especialmente durante seus anos de formação, é: Vamos ter todos envolvidos em tudo.
PRÓXIMA GERAÇÃO DE MEMBROS
É claro que o dojo necessita de outros membros que não sejam os da primeira geração, mas eles costumam revelar-se muito mais difíceis de se encontrar e manter do que os membros iniciais. São os membros da primeira geração que estão no caminho, sem saber.
Eles participaram na formação do clube, do qual eles também fazem parte. Os membros pioneiros do dojo estão intimamente ligados, transformando o dojo em algo semelhante a uma família. Não é fácil para os novos membros, mais tarde, serem aceitos como iguais nesta comunidade fechada.
Isso raramente demonstrado de forma direta. Na maioria dos casos nem os velhos nem os novos membros estão conscientes disso. Ainda assim, isso resulta em muitos novos membros deixando o dojo, enquanto a maioria dos membros da primeira geração continuam, aparentemente para sempre.
Semelhante a uma família, a única maneira de ser plenamente aceito em um clube onde os membros da primeira geração dominam, é através do convite e a ajuda de um deles. O núcleo de um clube é o seu círculo íntimo e enquanto a primeira geração está quase intacta o círculo interno é o clube inteiro. Se nenhum deles faz um esforço para que novas pessoas participem, o clube continuará a ser constituído apenas de seus membros de primeira geração.
No Japão, existe o sistema de Sempai e Kohai, o que pode ser traduzido como estudantes seniores e juniores (respectivamente). Ele existe em todas as partes da sociedade japonesa, também em seus dojos. Quando alguém se junta a um dojo japonês, essa pessoa rapidamente encontra apoio e orientação através de um dos membros seniores. Essa pessoa será sempai do novato – para o resto de suas vidas. O novato é kohai em relação ao seu sempai.
É um sistema limpo, resolvendo o problema do restrito círculo interno. O sempai, que é um respeitado membro do círculo, garante que o kohai possa entrar, e os outros seniores do dojo o aceitam, em respeito ao sempai.
Com algumas modificações, este sistema pode ser usado também em um dojo fora do Japão.
Ele começa com o líder do dojo. Normalmente isso significa o é o diretor – o sensei, para usar o termo japonês. Se o professor mostra interesse em novos membros, os alunos irão certamente fazer o mesmo. Ainda assim, o professor não pode se preocupar com os iniciantes até um ponto em que os alunos mais antigos começam a ser negligenciados. Em tal dojo é melhor ser um novato do que ser avançado – uma situação que rapidamente deteriora o dojo. A principal preocupação do professor são os alunos avançados, mas esses por sua vez, devem sentir a responsabilidade de cuidar dos recém-chegados.
Isto é facilmente conseguido se os alunos seniores começam a dar aulas aos iniciantes, ou pelo menos ajudar o professor de maneira significativa. Muita coisa no dojo, senão tudo, se resume a ensino. Portanto, se os alunos seniores estão envolvidos no ensino de recém-chegados, certamente irão fazer todo o possível para as pessoas ficarem e continuarem a sua formação.
Eu penso que este é exatamente o ponto nesta questão. Um dojo consegue atrair novos membros se presta atenção em cada um dos elos da corrente, dos membros mais velhos aos mais novos, mas isto tem que ser feito respeitando o fato que a prioridade para o membros mais antigos é essencial para um dojo. Como no Japão, você nunca pode se transformar no sempai do seu sempai, não importa que graduação você possua ou quão rapidamente seu aikido se desenvolva. A prioridade pelos membros mais antigos deve ser reconhecida e não podemos nos privar disso.
Um dojo onde o respeito pelos membros mais antigos é ignorado perderá a sua estabilidade, de modo que nem os mais antigos, nem os mais novos se sentirão confortáveis nele. Por outro lado, a hierarquia não precisa ser seguida tão rigorosamente. A diretoria não precisa ser formada apenas pelos membros mais antigos do clube, nem as aulas precisam ser dadas apenas por eles. No entanto eles devem ser considerados e respeitados, de uma forma maior do que é necessária aos ingressantes.
O iniciante deve ter um desejo de se tornar um membro antigo no futuro e, portanto, não será de modo algum contra um sistema de hierárquico baseado em tempo de treino. Isto acontecerá enquanto à dinâmica de aceitar novos membros como seniores à medida que o tempo passa, continue.
ADEUS À PRIMEIRA GERAÇÃO
Depois de algum tempo isso estará prestes a acontecer: a primeira geração de dissolve. Se eles eram jovens no início, eles se casam, têm filhos, um trabalho exigente, e assim por diante. Por alguma razão, o dojo vai perder seus pioneiros um após o outro.
Começa com um ou dois deles. Embora a perda seja sentida, o dojo e seu círculo íntimo permanecem intactos. Mas, em seguida, outros vão, em um ritmo crescente, e de repente todos, a não ser por alguns poucos, desapareceram no mundo fora do dojo. Mesmo que a primeira geração fique intacta por, digamos, cinco anos ou mais, todos eles podem ter ido em um ano.
Eu descobri que este é um processo que se acelera, O círculo se quebrou, os laços se afrouxam e assim a primeira geração de membros sentem que sua comunidade é uma coisa do passado. Eles seguem para outras coisas na vida.
Além disso, quando a primeira geração já não é a maioria no dojo, os remanescentes podem se sentir um pouco isolados ou até mesmo rejeitados, como políticos que não conseguem votos suficientes para permanecer no cargo. Membros que entraram mais tarde começam a tomar o controle. Bom, é um tipo de aposentadoria, tão inevitável quanto é natural.
O único membro remanescente pode acabar sendo o líder fundador do dojo. Se a primeira geração era formada de amigos próximos, quase como irmãos, o líder do dojo pode se encontrar em uma situação muito solitária. É como perder seus amigos após o colegial. É triste.
O que você pode fazer? Isto acontece com qualquer um que dá inicio a um dojo, então deveria haver uma solução. Não há, até onde eu sei. Mas podemos tirar algum conforto disso. Os amigos que você fez continuam pelo resto da vida, mesmo que você não os encontre tão frequentemente. Vocês sempre terão memórias em comum para compartilhar. Mesmo que muitos deles parem de praticar aikido, eles continuarão a valorizar o que aprenderam através dele. Eles ficarão felizes em admitir que tiveram uma experiência muito rica, assim como aconteceu com você.
Ainda assim, o maior conforto está no que ficou e no que está por vir. Existem alunos iniciante para serem desenvolvidos até avançados. Sempre haverá ingressantes cujo talento ainda está para ser descoberto e cultivado. Para eles você será mais um pai do que um irmão. A cadeia não tem fim.
Pense nisso: o que mais lhe encanta – o aikido você foi capaz no passado, ou o aikido você espera conseguir no futuro?
Eu pensei que seria.
Quando a primeira geração de membros desaparece, o que tende a acontecer de forma muito inesperada, o número de alunos no seu dojo, provavelmente, diminui de forma substancial. Não apenas há um número menor de membros, mas mais importante: existe uma grande lacuna entre os membros avançados. Talvez você tenha sido deixado sem nenhum yudansha, faixa preta, e provavelmente você não terá membros com os quais você possa treinar no nível que estava acostumado
As pessoas se vão, nós sabemos disso e podemos aceitar o fato. Mas um dojo em que você sente que deve começar tudo de novo – é uma coisa difícil. Assim, algumas vezes acontece que o líder fundador do dojo se vai, pouco depois que a primeira geração de alunos.
Se for isso que você realmente quer fazer, então faça. Mas não até que você ter tentado seriamente persistir. Você tem que dar o seu dojo uma segunda chance, para o bem dos membros restantes, e daqueles que ainda virão. Se existe uma grande lacuna, de modo que quase todos os membros restantes são de um grau muito menor do que a primeira geração, então você precisa começar por admitir para si mesmo que você não tomou o cuidado adequado na renovação do dojo. Você não fez o suficiente para fazer os iniciantes bem-vindos, ou para assegurar que estavam recebendo um treinamento bom o suficiente para que eles pudessem se desenvolver como deveriam. Você tem que pensar em maneiras de melhorar neste aspecto.
A próxima coisa que você precisa fazer é garantir que os membros mais antigos que permaneceram no dojo sejam considerados o núcleo do dojo, assim como a primeira geração era antes deles. O truque aqui é fazer com que eles se sintam desta forma. Quando os atuais veteranos se sentirem no lugar dos antigos, eles irão ajudar a manter o dojo funcionando. E provavelmente, eles o farão se sentir motivado.
Uma boa forma de se fazer isso é fazer mudanças no dojo e envolver os alunos seniores nelas. Dado a mudança de gerações, o dojo necessitará de mudanças também. Seja audacioso, faça disso uma forma de renascimento. Se os alunos avançados participarem do processo, eles se tornarão a primeira geração deste dojo renovado. Você pode acabar descobrindo que esta nova geração mostra tão entusiasta, apaixonada e persistente quanto à primeira geração. E você irá se divertir novamente.
Aprenda com o processo. Então você vai fazer melhor da terceira vez r – e da quarta, e da quinta…
APRENDA ENSINANDO
Se você é o líder fundador de um dojo, o mais provável é que você seja seu principal instrutor também. Como você deve esta bem ciente ao ensinar seus alunos de aikido, a maior inspiração no treino de aikido é o processo de aprendizado. Alunos praticam visando a perfeição. Sem a perspectiva de aperfeiçoamento, o treino se torna um mero exercício corporal – isto pode ser necessário, mas não é muito divertido. O professor também precisa sentir que está melhorando, ou se tornará apenas um trabalho – com pouco, ou nenhum, dinheiro vindo dele. Sendo assim, quem ensina o professor?
Os alunos ensinam. É um fato, não apenas uma agradável afirmação democrática. Colocando isso de forma mais geral: você aprende ensinando.
Quando você explica aos alunos exatamente como uma técnica de aikido funciona e como ela deve ser feita, você deve conhecê-la mais do que em qualquer outro momento da sua vida, não importa quantas vezes você a tenha feito na aula de professor. Você tem que mostrá-la também, o que o deixa cada vez mais consciente de seus detalhes e do que a compõe, ajudando a desenvolvê-la e refiná-la. Você deve executar a técnica em alunos de diferentes habilidades e tempo de experiência e ajudá-los enquanto eles tentam aplicá-la em você. Isto faz com você esteja sempre examinando e modificando sua técnica.
Ensinar aikido é uma das melhores formas de aprendê-lo. Todo aluno treinando em dupla nos treinos regulares acaba percebendo isso. Ao ajudar um ao outro eles aprendem a técnica mais rapidamente e melhor do que aprenderiam sem está comunicação durante o caminho – o ensino mútuo.
O professor responsável pelo dojo aprende muito apenas com suas aulas regulares, mas isso não é o suficiente. Se você quer que seus alunos melhorem, que eles continuamente ultrapassem cada uma de suas limitações, você precisa fazer isto também. Para tanto, você precisa algumas vezes aprender como um aluno.
Vá a seminários! Experimentar outros professores não apenas revitaliza seu aikido e te dá novas idéias de como modificar suas técnicas. Também te a chance de ver outro professor trabalhando e assim você aprende mais sobre como ensinar.
Convide outros professores para dar aula no seu dojo! Isto te dará os mesmos benefícios de quando você viaja para algum seminário – e alguns mais. Você tem a chance de ser um aluno como os outros, no seu próprio dojo. Será relaxante e também uma lição de humildade, seus alunos irão se deliciar com isso e se tornarão menos formais com você. Não se preocupe com autoridade e respeito – estas coisas são automáticas. A única maneira de não tê-las é se esforçar de mais para consegui-las.
Além disso, quando você convida um outro professor para o seu dojo – ou traz seus alunos com você para um seminário em outro lugar – os alunos têm a oportunidade de aprender mais do que você pode lhes dar. Não precisa ser melhor ou mais avançado, ou qualquer coisa assim, ele só precisa ser diferente do que você ensina. Dá-lhes a oportunidade de desenvolver seu aikido a um ponto onde você pode realmente aprender com eles. O ideal de um professor é que seus alunos sejam capazes de ultrapassá-lo. Mas faça-os trabalhar por isso, através de seu próprio desenvolvimento contínuo, ao mesmo tempo em que você faz todo o possível para ajudá-los e inspirá-los em seu progresso.
Quando você tem um processo de aprendizagem mútua acontecendo em seu dojo, você e seus alunos se divertem na aula. É preciso se divertir.
O Budo algumas vezes é considerado de forma muito séria, drenando toda a alegria, assim a única coisa que resta é disciplina e desconforto. Ninguém aprende nada em tal ambiente e ninguém realmente gosta. Se você pretende continuar ensinando e quer que seu alunos, não apenas continuem treinando, mas que de fato aprendam, você precisa fazer todo o processo divertido. Você, o professor, precisa gostar das aulas – isto é mais importante do que os alunos gostarem, mas eles vão gostar se você gostar.
Dê a si mesmo a liberdade de ensinar de maneira que você possa desfrutar, perseguindo direções que o atraem, fazendo as aulas de um jeito que o faça ficar desapontado quando o tempo acaba – muito mais cedo do que você estava preparado. Não se preocupe se isto parece um pouco egoísta da sua parte. Se você não está gostando, ninguém vai estar.
No entanto, preste atenção em duas coisas: Orgulho e preguiça.
O orgulho faz com que você evite ensinar técnicas das quais não está seguro. Ao invés disso, você enche suas aulas com técnicas que você domina. Como com a prática vem à perfeição, você certamente irá aprimorar técnicas que você já conhece muito bem, mas o resto do seu aikido se arrisca a deteriorar. Você realmente não aprende muito com isso. A preguiça é um veneno de ação lenta. No início funciona de forma quase igual ao orgulho: você evita técnicas em quem não se sente confortável, por uma razão ou outra, e passa tempo demais nas que você sente facilidade. Lentamente, isto te leva a fazer cada vez menos, como um todo, nas suas aulas. Um professor preguiçoso também evita ir a seminários ou convidar outros professores ao dojo. Novamente, você não aprende muito desse forma.
Sendo assim, o aprendizado é a chave. Enquanto você está aprendendo e melhorando, você está se divertindo e tudo está bem.
PROFESSOR DE PROFESSORES
Em seu Livro dos Cinco Anéis, o famoso samurai Myamoto Musashi escreveu: O professor é a agulha e os alunos são a linha. Como professor você lidera os estudantes para que eles avancem, sendo o espírito de aperfeiçoamento a razão para tudo. A agulha vai primeiro, mas é a linha que permanece.
Leva-se uma vida – ao menos – para aprender como ensinar. Provavelmente, não a nada mais grandioso na cultura humana, sendo assim, vale a pena gastar o tempo de uma vida aprender isso.
Ao longo do caminho, você terá alunos que permanecerão por diferentes períodos de tempo e cada nova geração do dojo te dará a chance de reformar e renovar a forma como você ensina. Use a oportunidade. Questione e revise a forma como você ensina, desde sobre os detalhes de como você apresenta uma técnica na aula ou como você corrige o trabalho de pernas de um iniciante, até a uma perspectiva maior de como levar alunos ao nível de Shodan e além – até o ponto em que seus alunos estarão prontos para serem os instrutores de seus próprios dojos.
Nós devemos nos empenhar para que nossos alunos se tornem melhores do que nós mesmos. Mas o aikido não é uma competição. Não há realmente nada do tipo, de um aikidoca ser melhor do que outro. Nós somos diferentes e isso é tudo. Uma melhor meta para um professor de aikido, se é que deve ter alguma, é cultivar seus alunos até que eles cheguem ao ponto de se tornarem professores – se tornar um professor de professores. Isso vai tomar algum tempo. Entretanto, um professor não pode hesitar em deixar seus alunos partirem. Ainda pode haver uma enorme quantidade de coisas que aluno ainda pode aprender de seu professor, mas uma vez que tenha chegada à hora, o professor deve deixá-lo ir mesmo assim. Se aluno tiver atingido a competência para ser o principal instrutor de seu próprio dojo, provavelmente será hora para isso.
Há um ditado japonês que diz: Mesmo para uma pedra, três anos. Significa que mesmo se você quer aprender algo simples como sentar em uma pedra, levará três anos para aprender. Por outro lado, após três você pode sentar em uma pedra.
Uma aplicação japonesa para o ditado é que leva três anos para que um aluno perceba o que pode ser aprendido de cada professor, sendo assim não há motivo para trocar de professor antes deste período. É claro, se depois de três anos você descobre que há ainda muito a aprender de seu professor, você será sábio em permanecer com ele (a). Mas estará tudo bem se você decidir procurar outro.
Eu fico lisonjeado e um pouco surpreso quando as pessoas permanecem como meus alunos, mesmo tendo se passado três anos. Eu mudo minha atitude em relação a elas, esperando que elas assumam cada vez mais uma responsabilidade pessoal para o seu contínuo aperfeiçoamento no aikido. Neste ponto elas devem tomar algumas iniciativas próprias, como visitar outros dojos, ir a seminários, talvez tentar treinar alguma outra arte, adicionando alguns ingredientes ao seu próprio treino.
Também, aos que permanecem por mais de três anos, eu considero que foram permanentemente mordidos pelo bicho do aikido. Eles até podem parar de treinar aikido, mas o aikido continuará em suas mentes e corpos, efetivamente aperfeiçoando suas habilidade de uma forma sutil. Eles começaram um processo neles mesmos que não irá parar só porque ele não praticam mais aikido no tatame. E um dia, é bem possível que eles voltem ao tatame.
Possivelmente você pode dividir o desenvolvimento dos alunos de aikido em um certo número de estágios. Caso possa, penso que deveria ser assim:
1 – O estágio de Iniciante.
O budo tradicional diz que este estágio dura até que o aluno chegue ao nível de faixa preta, mas isto é um exagero. Eu diria que dura de um a dois anos, dependendo de quão intenso é o treinamento e de quão talentoso é o aluno.
Aqui, o ensino deve conter dois elementos: o treino do básico do aikido e uma ocasional demonstração do que o aikido pode se tornar a longo prazo. Sem uma devida quantidade do primeiro, o aluno nunca ficará seguro de sua técnica e sem o último, qualquer aluno talentoso perderá o interesse no aikido.
2 – O Estágio Intermediário
Este estágio começa quando o estudante quando o aluno se sente confortável com as técnicas de rolamento (ukemi) e consegue executar as técnicas básicas do aikido sem muita hesitação. A partir deste ponto o aluno se desenvolve de forma muito rápida e precisa treinar frequentemente e com vigor.
Eu penso que este é o momento em que ele deve começar a usar o hakama, mas nesse ponto os dojos diferem grandemente. Alguns não permitem o uso antes do nível shodan, outros tem regras diferentes para homens e mulheres – o que eu acho ridículo. A regra mais comum para os dojos fora do Japão é permitir o uso do hakama a partir do terceiro kyu. Caso aconteça mais tarde, temo que toda a boa influência que o uso do hakama pode ter na postura e na circularidade dos movimentos é perdida. Alunos que tem que esperar tanto pelo hakama já estão tão acostumados com seus hábitos que seu uso não os ajudará a corrigi-los.
Nesta etapa os alunos precisam treinar bastante para desenvolver-se rapidamente para a próxima fase. Eles começam a sentir os estudantes avançados, por isso devem receber o apoio para tornar-se rapidamente avançado. Não há praticamente nenhum limite para o quanto eles podem ser estimulados, ou o que eles podem realizar proezas.
Este é um período muito intenso no desenvolvimento de ninguém aikido, e é cheio de memórias intensas que mantemos para sempre. Eles ainda precisam trabalhar em seus fundamentos, certamente, mas eles também precisam descobrir o quanto eles já aprenderam – até para mostrar, ocasionalmente. Eles sairão de fininho, em tais momentos, se o professor permite que ele ou não. De qualquer forma, o professor deve trabalhar duramente para manter esses estudantes desafiados, ou eles vão se cansar – ou sair em um momento posterior, quando os desafios à sua capacidade e perseverança são inevitáveis.
Neste estágio os alunos precisam treinar o suficiente para que possam se desenvolver rapidamente para o próximo estágio. Eles começa a se sentir como alunos avançados, sendo assim eles devem ter o suporte para que rapidamente se tornem alunos avançados. Não há realmente nenhum limite para o tanto que eles podem ser estimulados ou qual talento eles podem desenvolver.
Este é um período muito intenso no desenvolvimento de qualquer um no aikido e é cheio de memórias intensas que se manterão para sempre.
Eles continuarão precisando treinar o básico, claro, mas eles também precisam descobrir o quanto eles já aprenderam – e, eventualmente, precisam mostrar isso. Eles irão arranjar esses momento, quer o professor permita ou não. De qualquer forma o professor precisa se esforçar para manter os alunos desafiados, ou eles ficarão entediados – ou irão embora com o tempo, quando os desafios a suas habilidades e perseverança se tornarem inevitáveis.
3 – O Estágio Avançado.
Este nível se inicia normalmente quando o aluno atinge o nível de shodan, ou imediatamente antes disso. A graduação em si não é um indicador confiável, porém o aluno chegou a um nível de habilidade inquestionável. O aluno também adquiriu um nível de autoridade em seu aikido. O aluno avançado esta familiarizado com a maior parte das técnicas e confortável em ensiná-las aos outros.
Provavelmente está é a melhor indicação que um aluno atingiu o nível avançado: a habilidade de ensinar a outros as técnicas de aikido. Em comparação, o aluno em nível intermediário pode ser capaz de ensinar algumas das técnicas, mas raramente tem a paciência de fazê-lo e normalmente esquece pontos importantes enquanto o faz. O aluno de nível intermediário está muito mais interessado em aprender e fazer do que em ensinar. É no estágio avançado o interesse do aluno em ensinar começa e cresce. Sendo assim, é interessante que seja dado a estudantes neste nível a oportunidade de ensinar, paralelamente ao seu próprio treinamento.
Para um desenvolvimento contínuo, o aluno avançado precisa reexaminar suas técnicas, mesmo que ele as possa fazer de forma competente e confortável. Eles aprendem isso por estarem ensinando, mas também por causa do intensivo trabalho do professor para com eles. O professor de alunos avançados deve estar apto para enfrentar as altas demandas, para que os alunos não se acostumem com as habilidades que já tem, mas continuem melhorando.
O refinamento do aikido é feito por revisão. Os alunos avançados devem questionar o que eles aprenderam. Eles devem se atrever a abandonar as soluções em que eles confiaram até agora, assim eles estarão abertos para o contínuo desenvolvimento, mesmo que isto signifique uma mudança no que eles conheciam tão bem para algo que os faça sentir como iniciantes novamente.
É claro, é necessário um professor de nível avançado para conseguir manter seus alunos de nível avançado aprendendo, para desafiá-los e inspirá-los. O professor deve ser realista sobre o que ele pode ensinar a um aluno. Normalmente isto pode ser medido pelas graduações de “Dan” – e isto deve ser feito com cuidado – você deve perguntar a si mesmo em qual graduação de Dan você se sentiu confortável para liderar seus alunos. Sua própria graduação pode ser uma indicação, mas isto está longe de ser infalível.
Qualquer que seja a sua graduação e qualquer que seja a graduação que seu aluno chegue, virá um dia em que você terá que admitir que não tem muito mais para ensiná-lo. É hora de o aluno seguir em frente – ou procurando outro professor, ou iniciando seu próprio dojo. É melhor que o aluno faça as duas coisas, se possível.
4 – Estágio de Professor.
Isto acontece quando o aluno está mais do que competente para ter seu próprio dojo, se tornar o instrutor principal dele e tomar para si a responsabilidade do desenvolvimento dos seus próprios alunos, desde o nível de iniciante até os níveis avançados. Esta competência normalmente é atingida no 4? Dan, mas novamente – a graduação por si não é um medida garantida.
Desde ponto em diante o estudante é responsável por seu futuro desenvolvimento. Certamente, o estudante pode ter um professor que, através de instruções, guie seu desenvolvimento e o ajude em grande medida, no entanto a responsabilidade continua a ser do estudante. O professor ajuda, mas não mais lidera.
Se um aluno neste nível não tem a vontade, ou não consegue, achar um novo professor ou de dar início ao seu próprio dojo, a atmosfera no dojo fica densa, como se o dojo estivesse pequeno demais. E ele está. Muitos professores em um dojo faz com que surja o risco de que ele se divida em grupos separados, dando início a todo tipo de conflito.
Você ainda pode fazer com que isso funcione, caso aos professores seja dada responsabilidades bem definidas e separadas, mas não é fácil. Todos terão a necessidade de ensinar e de fazer isso da maneira que eles preferem. E isso é difícil de conseguir tendo-se apenas um dojo.
Se o instrutor principal do dojo for de fato muito avançado, até o alunos que chegarem ao nível de professor podem escolher permanecer e continuar seus estudo com este professor, como se nada tivesse acontecido. Mas algo aconteceu, sendo assim os instrutor principal deve tratá-los de forma diferente, mais como convidados de honra do que como alunos. Eles também devem se esforçar bastante para utilizarem suas habilidade de ensino em outro lugar, mantendo, ou não, seu treinamento em seu dojo original. Essa é a verdadeira dívida que você tem para com seu professor: ensinar a outros.

tradução livre do texto de sensei Stefan Stenudd